Pesquisa e Literatura

Embrapa amplia serviço de comunicação

8 de agosto de 2005

Além das publicações destinadas a especialistas, a Embrapa também lança livros para donas de casa, estudantes e interessados por agricultura e meio ambiente.

A Embrapa vai além das ciências. Uma das unidades mais novas da Embrapa não é nenhum centro de pesquisas. É a Embrapa Produção e Informação, criada em 1991, que facilita o trabalho de divulgação dos resultados de pesquisa de toda empresa. O serviço de produção e informação atinge não somente os produtores rurais, mas muitas outras pessoas que se interessam pelo assunto. Depois de ter sido feito um planejamento estratégico, verificou-se novas áreas nas quais a Embrapa poderia atuar. É o caso de estudantes, donas de casa de centros rurais e urbanos e empresas públicas e privadas.
Segundo o gerente-geral da Embrapa Produção de Informação, Lúcio Brunale, no ano de 1998 houve uma mudança quanto a definição das publicações. O Governo Federal estabeleceu prioridades, onde deveriam ser feitas pesquisas. Baseando-se nisso, a Embrapa adotou-as como base para suas publicações.
Mas, além dos livros, a Embrapa também produz vídeos, com uma linguagem que facilita o entendimento dos produtores rurais. Esses vídeos orientam os produtores a aplicar as tecnologias disponíveis de maneira mais eficiente.
A Embrapa também terceiriza e co-produz seus livros e vídeos por meio de parcerias com outras entidades. O “Atlas do Meio Ambiente do Brasil”, por exemplo, foi produzido em parceria com a editora Terra Nova. “A intenção não é competir com outras editoras, e sim aliar-se a elas para a produção dos seus livros”, explica Lúcio Brunale.


Questões ambientais
É bom saber que para que uma publicação seja editada, a Embrapa faz um estudo identificando a demanda sobre o tema. Isso inclui as dúvidas mais freqüentes dos produtores, procura a unidade de pesquisa e, a partir daí, a definição dos autores que vão escrever o livro.
Quando sentiu a necessidade de atender a outro público, que não fosse o produtor rural, a Embrapa identificou as donas-de-casa como ótimas consumidoras da informação produzida nas unidades de pesquisa. Com essa constatação, decidiu-se publicar livros de receita, no caso “Delícias do Caju”- publicação só de receitas – e, “Trigo para o Abastecimento Familiar” e “Fruteiras da Amazônia” – livros que trazem muitas receitas junto com os assuntos abordados.
Ainda pensando na diversificação do seu público, a Embrapa lançou uma coleção paradidática. A idéia partiu de um sub-projeto da Câmara dos Deputados que detectou uma deficiência no ensino de questões agropecuárias e ambientais nas escolas brasileiras. Para preencher essa lacuna, vem sendo produzido um livro por ano para esse público. A primeira publicação editada aqui foi o “Atlas do Meio Ambiente do Brasil”, que já vendeu mais de 75 mil exemplares.


João das Alfaces
Algumas das publicações que mais fazem sucesso são as voltadas para o público infanto-juvenil. São histórias contadas a partir de temas relacionados ao desenvolvimento ambiental. O livro “A História do Seu João das Alfaces”, por exemplo, conta sobre um plantador de alfaces que vê seu trabalho prejudicado pelo uso excessivo de agrotóxicos. Conceitos como consórcio, reciclagem e rotação são colocados de maneira a conscientizar as crianças da importância de se cuidar bem da lavoura.
Outra publicação infantil é “A Aventura de Plantar”. A partir da chegada de dois ET’s na Terra, o menino Emílio faz uma viagem pela  formação agrícola brasileira. O livro fala das conseqüências dos ciclos exploratórios e a necessidade de se preservar os recursos naturais do País. Ainda com o intuito de conscientizar as crianças, outra publicação “Assembléia dos Bichos” trata da extinção dos animais em conseqüência da devastação florestal, principalmente no Brasil, que por possuir a maior fauna e flora mundial vai ser gravemente afetado.
Uma publicação mais voltada para jovens estudantes é o “Atlas do Meio-Ambiente do Brasil”. Diferente das livros convencionais, esse atlas traz informações que estimulam os estudantes a pensar e a refletir sobre questões ambientais. Junto com o mapa, o livro traz textos que tratam de questões como explosão demográfica, crescimento urbano, poluição do ar e da água, desmatamento florestal e outros conceitos ligados ao tema. Muito mais que uma fonte de dados essa publicação mostra a importância da questão ambiental para todos.


Horta Em Casa
Para quem sempre sonhou em fazer uma horta no quintal de casa, ou até mesmo na varanda do apartamento, a coleção “Plantar” é uma ótima opção. Em formato de bolso, os livros ensinam qual a melhor maneira de se cultivar diversos tipos de frutas e verduras, sempre trazendo ilustrações. As publicações também trazem informações sobre as variedades que existem no Brasil, o clima e solo apropriados, as doenças e pragas mais comuns, bem como a maneira de controlá-las. O preço dos livros é bem acessível, R$ 5,00.
O valor nutricional de cada alimento é representado por uma tabela indicando seus teores médios de vitaminas e minerais a fim de que o produtor possa fazer uma comparação, ou até mesmo se interessar em cultivar outros produtos.


Guia da fruta
Você sabia que além de ser uma excelente fonte de vitamina C, o caju também é rico em vitamina A e Complexo B? Sabia que a sua castanha é rica em proteínas e gorduras? Essas e outras respostas estão em “Delícias do Caju”, um livro de culinária especial. Especial porque além das receitas colhidas em todo o Brasil, ele traz informações sobre qual a melhor maneira de cozinhar o caju para que ele não perca o seu valor nutricional.
Muitas pesquisas foram feitas tornando o livro um completo guia da fruta. No final, ele traz um glossário explicando os termos usados nas receitas, como o que é banho-maria e o que são claras em neve, uma tabela de medidas, e dicas que vão desde como fazer o despolpamento e o acondicionamento da fruta, até técnicas de envasamento de compotas .
“Trigo para o abastecimento Familiar” e “Fruteiras da Amazônia” também trazem diversas receitas, apesar de não serem exclusivamente de culinária.
Agenda ecológica
A Embrapa Produção de Informação em parceria com a Embrapa Pantanal, lançou a “Agenda Ecológica Peixes do Pantanal”. A agenda traz ilustrações dos 27 mais belos exemplares da fauna aquática pantaneira. Os desenhos feitos por Álvaro Nunes, um dos artistas científicos mais conceituados do país, vêm acompanhados de textos descritivos em português e inglês.
As agendas ecológicas produzidas pela Embrapa com um tema diferente a cada ano, têm por objetivo divulgar a biodiversidade dos ecossistemas brasileiros, tornando a população cada vez mais consciente da importância de preservar o meio ambiente.


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Fax: (061) 340-2753
End: Embrapa Produção de Informação
Av. W3 Norte – Parque Rural
70770-901 – Brasília/DF


SUMMARY


Embrapa Production and Information


Embrapa has gone beyond science.  One of its newest departments is not a research center.  Created in 1991, Embrapa Production and Information facilitates the work of sharing the results of research from all its departments, so that the information generated can reach not only rural producers but other interested people as well.  After reevaluating its strategic planning, Embrapa identified new areas in which it could be of service, such as among students, homeowners, urban and rural centers, and public or private enterprises.
According to the general manager of Embrapa Production and Information, Lúcio Brunale, the direction of these publications changed in 1998.  The Federal Government established new priorities for research. Based on these guidelines, Embrapa adopted a new policy for its publications.
Apart from books, Embrapa also produces videos, with a language suited to the understanding of the rural producers,  These videos orient these producers in the application of available technologies to increase their efficiencies.
Embrapa also sub-contracts as well as co-produces these books and videos in partnership with other organizations.  For example, the “Environmental Atlas of Brazil” was produced in partnership with the publisher Terra Nova.  “Our aim is not to compete with other publishers, but rather to work together with them in producing these books,” explained Lúcio Brunale.


Embrapa-Cerrados monitora fauna e flora em projeto de colonização


A mensuração do impacto ambiental causado pela implantação de lavouras e pastagens, a análise da manutenção ou redução das populações de insetos e espécies vegetais, a seleção dos agrotóxicos menos prejudiciais para uso nas culturas e as possíveis alterações nos lençóis freáticos são alguns dos temas que estão sendo estudados por pesquisadores da Embrapa Cerrados – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária localizada em Planaltina/DF – no Projeto de Colonização da Cooperativa Agro-Pecuária Batavo Nordeste, em Balsas, nos cerrados do Maranhão.


A pesquisa está medindo, ano a ano, a composição e a diversidade de espécies de insetos, de árvores e de herbáceas. No momento os trabalhos estão analisando o impacto ambiental causado pelas novas lavouras e colhendo dados para o conhecimento da biodiversidade da região e de sua preservação. Até agora não foi observada redução dessa biodiversidade, segundo o biólogo Amabílio Camargo, da Embrapa Cerrados e coordenador da pesquisa. A longo prazo, esta e outras pesquisas permitirão indicar aos produtores os agrotóxicos menos prejudiciais e mais seletivos que eliminem apenas os insetos que atacam as culturas.


Apesar da pesquisa não estar ainda concluída, a Embrapa Cerrados já dispõe de alguns manejos e tecnologias para adoção imediata por parte dos produtores, como a indicação de inseticidas piretróides (menos prejudiciais), controle biológico, variedades de soja, feijão e arroz resistentes a doenças – o que evita ou diminui a incidência dessas doenças, eliminando ou pelo menos reduzindo a aplicação de agrotóxicos – além de manejos adequados.


Mariposas e morcegos, importantes para a agricultura
A pesquisa da Embrapa Cerrrados está analisando principalmente as mariposas porque estes insetos constituem 90% das pragas da agricultura, mas somente 5% das espécies de mariposas são pragas. Isto significa que no momento a aplicação de inseticidas químicos genéricos está matando também os 95% de mariposas, que são inofensivas e algumas são até úteis às lavouras.
A preservação de mariposas e morcegos é importante não somente para a biodiversidade, mas também para a própria agricultura, segundo explica Amabílio Camargo. As mariposas são insetos polinizadores, o que significa que a redução de sua população leva também à diminuição da vegetação e de aves e morcegos que se alimentam dessas mariposas. O biólogo da Embrapa lembra ainda que das 150 espécies de morcegos existentes no Brasil, apenas três atacam animais para se alimentar de sangue. A preservação da maioria dos morcegos é de suma importância, tanto para o meio ambiente como para a produção agrícola, pois eles se alimentam de insetos – reduzindo assim os ataques destes às lavouras – e são também polinizadores, principalmente de frutíferas.
Outro fato observado em Balsas é que a maior parte das espécies de mariposas são raras, com poucos indivíduos, o que vai exigir estudos mais detalhados posteriormente. Poucas espécies são comuns.


Vegetais
Os trabalhos com árvores e herbáceas é mais demorado. A identificação das espécies está em andamento e resultados mais conclusivos estarão disponíveis em dois a três anos. Mas já há alguns indicativos preliminares, segundo informam os biólogos Maria Lúcia Meirelles e José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados. Diversas espécies introduzidas de outras regiões – principalmente alguns capins de pastagens cultivadas – se tornaram invasoras, inclusive em áreas de cerrado nativo, expulsando e eliminando diversas plantas e ervas nativas.
Outra importante etapa da pesquisa está analisando o possível impacto, sobre os lençóis freáticos, das mudanças de vegetação no campo úmido, ecossistema bastante sensível a essas alterações.


Maiores imformações:
www.cpac.embrapa.br
E-mail: [email protected]