OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
28 de setembro de 2005Amazônia, a força da integração
Da esquerda para direita: Edith Andrade, Encarregada de Negócios da Embaixada da Colômbia no Brasil; Marilyn Cherryl Miles, Embaixadora da Guiana no Brasil; Hernán Couturier, Embaixador do Peru no Brasil; embaixador Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil; Rosalía Arteaga Serrano, Secretária-Geral da OTCA; José de la Puente Radbill, Ex-chanceler do Peru; Edgar Camacho, Embaixador da Bolívia no Brasil; Julio José Garcia Montoya, Embaixador da Venezuela no Brasil; Sonni Hira, Embaixador do Suriname no Brasil; e Diego Ribadeneira, Embaixador do Equador no Brasil.
Durante a solenidade, a Secretária-Geral da OTCA lembrou a visão dos homens que criaram o Tratado. “Os oito países têm permanentemente renovado seus votos nos princípios que os impulsionaram desde o primeiro momento: a defesa da soberania, o desenvolvimento sustentável, a luta contra a pobreza e a melhoria da qualidade de vida”, afirmou.
De la Puente, que assinou o TCA em 1978 em Brasília, disse que a união dos países amazônicos representou o nascimento de uma nova Amazônia para a historia. “Naquela ocasião, sustentamos pela primeira vez em nossa vida republicana a decisão de renovar as bases em que se assenta a convivência comunitária e cooperativa de nossos paises na região”, afirmou o embaixador peruano.
Sonho e realidade
Já o chanceler Celso Amorim coincidiu no caráter vanguardista do TCA. “A visão da Amazônia, como algo que deve ser explorado de maneira sustentável e em benefício das populações, é realmente uma visão de futuro, que os Ministros da época da assinatura do TCA tiveram e que hoje já se concretiza”, destacou. O ministro elogiou o trabalho da Secretária-Geral. “Ela sabe como é necessário em relação à Amazônia aliar a dimensão do sonho com a dimensão do pragmático, ao mesmo tempo em que não se perde essa magia, que é positiva, que cerca a Amazônia”
No comando da OTCA desde maio de 2004, Arteaga considerou que é preciso pensar no destino da Amazônia, vital para toda a humanidade. Para a ex-presidente do Equador, as florestas tropicais são objetos de cobiça e vitimas da depredação, além de deter altos índices de pobreza. “Por isso, os desafios da OTCA, Organização que aparece como herdeira e continuadora do Tratado, são imensos”. Estabelecida há dois anos e meio na capital brasileira, a OTCA encerrou mais de duas décadas de secretarias pro tempore, dando institucionalidade ao Tratado e firmando-se como um espaço de diálogo regional de destaque.
Amazônia, força de
integração
Amorim ressaltou a importância do TCA, ao ser um dos primeiros símbolos da união da América do Sul. “Acho que esse Tratado fez com que víssemos a Amazônia como um fator de aproximação, como um fator de integração”. Amorim disse que sua presença no ato reflete a prioridade dada pelo Governo do Presidente Lula com a integração sul-americana, e com a utilização da Amazônia como fonte de riqueza, para os seus povos, para o conjunto das nossas nações, mas, sobretudo, com sua utilização responsável. “Esse é o grande desafio que temos de enfrentar soberana e cooperativamente, ao mesmo tempo”, concluiu.
Na ocasião, o embaixador De la Puente leu mensagem enviada pelo presidente do Peru, Alejandro Toledo. O texto destaca o esforço de integrar os territórios amazônicos ao resto das economias nacionais, criando uma infra-estrutura física adequada. “Neste sentido, inaugurarei, em Puerto Maldonado, em setembro próximo, junto aos presidentes do Brasil e da Bolívia, as obras da estrada inter-oceânica que integrará cidades e localidades do Peru e do Brasil”, destacou. Para o presidente peruano, a Amazônia deve se desenvolver mantendo o equilíbrio ecológico. Diante de esses e muitos temas, o TCA surge renovado como OTCA. “Hoje a OTCA tem em suas mãos a responsabilidade de garantir a proteção e o desenvolvimento sustentável de este vasto território de recursos, geradores de renda estratégica ambiental, promovendo o desenvolvimento da região com um rosto humano e garantindo a inclusão social e a prática cotidiana da quidade”, afirmou.