Educação e gestão do meio ambiente

O vôo ambiental

29 de setembro de 2005

Aeroporto de Brasília mobiliza comunidade na defesa da Área de Proteção Ambiental Gama Cabeça de Veado

O  programa de educação está inserido no conjunto de ações para a implantação da segunda pista, mobilizando escolas e mais de 120 lideranças em visitas ao aeroporto.


O problema surgiu há mais de 40 anos, quando da construção da cidade e da primeira pista do Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek. Com o passar dos anos, no local em que se deu a retirada de cascalho, teve origem um forte processo de erosão, tipo voçoroca, que passou a comprometer a flora e a fauna locais. Ao lado disso, a utilização inadequada do terreno para depósito de lixo e trânsito de pessoas não autorizadas, passaram a contribuir com poluição e assoreamento do leito do Ribeirão do Gama e, conseqüentemente, do Lago Paranoá.


Segunda pista
As obras de recuperação da área estão inseridas no conjunto de ações para a implantação da segunda pista do aeroporto e, necessariamente, levou à iniciativa de conscientização de toda a comunidade que, de uma forma ou de outra, interage com aquela região. Neste sentido o programa de “Educação Ambiental” desenvolvido pela Ecodata mobilizou mais de 120 lideranças da região em visitas ao local. Foram conhecer a área 25 diferentes grupos. Representantes da Terracap, Infraero, VI Comar, UNB, Polícia Federal, Secretaria de Meio Ambiente, escolas públicas, administrações regionais, produtores rurais e estudantes universitários. 
Visita
No dia 14 de setembro, um grupo de 30 alunos da Escola Classe Ipê, uma escola rural próxima, visitou o local na companhia de alunos do curso de engenharia florestal da UNB. 
Para a bióloga Helouise Montandon, técnica da Ecodata, a reação das crianças foi sempre surpreendente.  “Estas crianças vivem na zona rural e já têm grande familiaridade com plantas, animais, córregos, etc. Numa oportunidade como esta, elas demonstram um grau de curiosidade muito acentuado o que nos deixa confiantes nos resultados deste processo de educação”, explicou Helouise.


70 mil mudas
No dia 15, quinta-feira, realizou-se na sede da Infraero-Brasília, seminário de avaliação dos resultados de todo o esforço de conscientização da comunidade. Participaram representantes da Infraero, WWF, UNB, Sebrae, Administração regional, VI Comar, membros da comunidade, entre outros.  
A avaliação foi das mais positivas a começar pela própria superintendente da Regional Brasília da Infraero, Lílian Ratto Neves, que se disse ansiosa pela chegada do período de chuvas quando terá início a segunda etapa do programa de recuperação da área com o plantio de um total de 70 mil mudas de pequis, jacarandás do cerrado, jatobás, ipês, cagaitas, barbatimão e outras nativas do cerrado. Outros atores que participaram da avaliação se comprometeram em manter ações para proteger a área e acelerar o processo de resgate do meio ambiente original. 
No encerramento do seminário o presidente da Ecodata, Donizete José Tokarski, resumiu a iniciativa da Infraero e a parceria “de grande importância social, uma vez que a área recuperada se localiza em região nobre da cidade e as ações ali desenvolvidas têm grande potencial de repercussão na consciência de todos em torno da importância da conservação dos recursos naturais do cerrado”. Para Donizete Tokarski, está sendo saldado um passivo ecológico com o cerrado. 


Alunos da escola Classe Ipê visitaram toda a área assessorados por técnicos da Ecodata e por universitário de engenharia florestal da Universidade de Brasília.