Pelo diálogo e pela tolerância

21 de outubro de 2005

Debate sobre comercialização de armas de fogo dá ao movimento escoteiro mais munição para construção da paz

O debate pela vida.
Acima: Franciele, Mohana Kruger, Pablo Ronan e Carolina Torres.

 

 

 

 

 

À baixo, a jornalista Valéria Velasco e, ao lado o deputado federal Alberto Fraga

O Referendo sobre a comercialização de armas de fogo e munição é um dos maiores processos de consulta popular da história do Brasil. Ao mesmo tempo, as notícias sobre corrupção não nos surpreendem mais e, de certa forma, ofuscam esse marco histórico da democracia.


A União dos Escoteiros do Brasil

UEB faz parte da Frente da Sociedade Civil pelo Desarmamento, tendo institucionalizada a proposta de apoio à campanha e apoio a toda ação que promova a cultura de Paz. Mas, o Projeto Educativo da UEB considera que não deve simplesmente dizer ao jovem qual é a sua postura como instituição e sim discutir em profundidade o tema e, desta forma, orientar o jovem a construir sua própria opinião sobre a questão.
Foi pensando nisso que o Clã de Pioneiros do Grupo Escoteiro Marechal Rondon – 4° DF realizou, no dia 1º de outubro, um debate sobre o referendo da comercialização de armas de fogo e munições.
A data foi bastante oportuna, pois coincidiu com a veiculação do programa eleitoral gratuito em rádio e televisão. O evento, nos moldes de um debate político,  contou com a presença de dois militantes de frentes opostas no Referendo: contra a proibição da comercialização de armas de fogo e munições,  o deputado federal Alberto Fraga (PFL-DF) e presidente da Frente Parlamentar pelo direito de Legítima Defesa.

A favor da proibição, a jornalista Valéria Velasco, Presidente da ONG Convive, que há 12 anos teve seu filho assassinado por uma gangue de adolescentes. O debate foi mediado pelo jornalista Paulo Fona, porta-voz do Governador do Distrito Federal.
Alberto Fraga defendeu o direito à legítima defesa e alegou que desarmados todos ficam vulneráveis a atos de violência. Para ele um simples tiro para o alto pode evitar uma agressão. Disse também, que o direito de se ter uma arma não pode ser negado ao cidadão de bem e questionou os gastos do governo para a realização do referendo.
Valéria Velasco, por sua vez, defendeu a proibição do comércio de armas e munições ressaltando a má utilização das armas por civis. A jornalista relacionou a diminuição do número de vítimas de violência nas cidades brasileiras que aderiram à campanha do desarmamento.
O debate alcançou seus objetivos. Foi além de uma simples discussão do sim e do não, pois incutiu nos jovens escoteiros outros valores mais importantes, como a solidariedade, a cidadania e o espírito democrático. Mais ainda: os escoteiros aprenderam a importância de se ouvir posições divergentes, debater e desenvolver capacidade crítica e de formação de opinião. Todos saíram  munidos de informações para ajudarem na construção de um mundo de menos violência e mais solidário.

Mais informações:
www.escoteiros.org e  www.ueb-df.org.br