Pelo Brasil

Agenda 21 de Livramento está na ordem do dia

21 de outubro de 2005

Rivera (Uruguai), Pelotas e Vera Cruz também vão desenvolver a Agenda 21

Há várias questões a serem abordadas pelo projeto, todas decorrentes do impacto criado ao longo dos anos pelo próprio processo de urbanização e industrialização que vem acompanhando a evolução da cidade. Embora Livramento seja o segundo município gaúcho em extensão e tenha uma sustentação econômica tradicionalmente baseada na pecuária extensiva, não essencialmente poluidora, é no meio urbano que se concentram os maiores desafios.  Para Erick Maciel, diretor do Instituto Patulus, as dificuldades iniciais para implementação da Agenda 21 se referem mais à questão do desconhecimento da maioria das pessoas sobre a questão ambiental, "o trabalho vai depender muito do grau de envolvimento dos próprios integrantes do grupo de trabalho". A diretora do ONG da vizinha cidade uruguaia de Rivera, Silvana Marin, concorda que o maior problema que tem observado é a falta de uma cultura ambiental. Para mudar esta perspectiva Silvana Marin já prepara para dezembro um Seminário de Sensibilização Ambiental com debatedores do Brasil e do Uruguai.
Um trabalho importante que poderá dar um melhor direcionamento às questões da Agenda 21, em Livramento, é o que vem desenvolvendo o curso de Engenharia em Bioprocessos e Biotecnologia da universidade estadual do Rio Grande do Sul, que há um ano vem desenvolvendo um diagnóstico sócio-ambiental do município.Quando esses dados forem computados e divulgados, inclusive com fotos via satélite, poderá ser revelada uma verdadeira radiografia socioambiental da região.
A UERGS é uma das instituições parceiras da Agenda 21 local, junto com o departamento de Água e Esgotos-DAE, a Funrio – Fundação Rio Ibirapuitã, o Defap-secretaria estadual do Meio Ambiente, Câmara de Vereadores, Associação de Moradores e Rotary Livramento-Armour. O primeiro trabalho a ser desenvolvido até dezembro é a realização de vinte audiências públicas em diversos bairros da cidade para o levantamento das prioridades da comunidade local que culminarão num documento e na realização da primeira Conferencia de Qualidade Ambiental. A partir daí questões como o fato de que a fronteira Livramento-Rivera esteja assentada sobre o Aqüífero Guarani, a questão do tratamento de esgotos, a Área de Preservação Ambiental do Ibirapuitã (56% dessa área está no município de Livramento) e o desenvolvimento sustentável da fronteira para as futuras gerações poderão, aos poucos, começar a fazer parte do cotidiano de informações da comunidade.