IV Fórum Mundial da Água
20 de março de 2006Água para o desenvolvimento, a gestão integrada, saneamento, alimentação, meio ambiente e a gestão de riscos
A realização dos fórum mundiais da água, uma iniciativa do Conselho Mundial da Água, tem por objetivo despertar a consciência sobre a questão água no mundo todo. Como evento internacional mais importante, todos os fóruns buscaram propiciar a participação e diálogo de múltiplos atores, visando influir na elaboração de políticas a nível global. Além de garantir um melhor nível de vida para a humanidade e um comportamento social mais responsável no que diz respeito ao uso múltiplo da água. A chamada Conferência Ministerial, que permite o diálogo entre os ministros do Meio Ambiente, tem sempre o propósito de confirmar os compromissos assumidos nos fóruns e conferências internacionais anteriores. Também de fazer um balanço sobre as ações já propostas e as novas ações que devem ser implementadas.
Exposição e tema do
IV Fórum
Uma grande Exposição Mundial sobre Água deu sentido prático a tantas conferências teóricas e estudos científicos levados ao IV Fórum do México.
Cinco temas ocuparam as discussões:
1) Água para crescimento e desenvolvimento.
2) Instrumentação e a gestão integrada de recursos hídricos.
3) Água e saneamento para todos.
4) Água para alimentação e meio ambiente.
5) A gestão de riscos.
Os Fóruns Mundiais da Água são construídos sobre a base do conhecimento, experiência e insumos de diversas organizações muito ativas no mundo da água. Trata-se de uma iniciativa baseada nos princípios de colaboração, associação e inovação.
O primeiro Fórum Mundial foi realizado em Marrakesh (Marrocos – 1997), o segundo em Haia (Holanda – 2000) e o terceiro em Kioto (Japão – 2003). O IV Fórum Mundial da Água, na Cidade do México, de 16 a 22 de março de 2006, teve como lema “Ações locais para um Desafio Global”.
No México água é segurança nacional
Presidente Vicente Fox diz que o 4o Fórum Mundial da Água precisa ajudar a reforçar firmemente as leis e as instituições voltadas a proteger os recursos hídricos
O presidente do México, Vicente Fox, recebeu os participantes do 4o Fórum Internacional da Água com uma frase forte: “Aqui no México a água é assunto de segurança nacional”. Segundo o presidente Fox, durante milhares de anos o Homem foi uma parte em harmonia com a natureza. Ele aprendeu a respeitá-la e a se relacionar com ela. Hoje perdemos essa sabedoria ancestral. O Homem destrói e altera o equilíbrio ecológico e, com isso, atenta contra seu futuro.
Para Vicente Fox, durante a Cúpula Ministerial do 3º Fórum Mundial da Água, celebrada no Japão, em 2003, se reconheceu que a água é a força que impulsiona o desenvolvimento; que é indispensável para a erradicação da pobreza e da fome; que é indispensável para melhorar a saúde e o bem-estar da Humanidade. “Nesse sentido – garantiu o presidente mexicano – num marco multilateral foram assumidos compromissos de responsabilidade e participação; de pesquisa e investimentos; de apoio técnico entre países e intercâmbio amplo de informações e conhecimentos; de melhoras ambientais e de prevenção de riscos e desastres naturais”. E salientou: “Temos a obrigação de referendar esses compromissos e levar adiante ações mais decididas, mais enérgicas, mais resolutivas”.
Depois de lembrar o grande poeta mexicano, Rei Nezahualcóyolt, que há seis séculos dizia nos seus Cantos à Água e à Natureza que “aqui, nós, os homens, vivemos numa terra emprestada”, Vicente Fox salientou: “Somente poderemos reverter os danos e o perigo de uma maior deterioração revolucionando as consciências e fomentando o amor pela natureza no coração de cada ser humano.
Para isso é necessário reforçar firmemente as Leis e as instituições voltadas a proteger o meio ambiente e, particularmente, os recursos hídricos. Se faz urgente implementar políticas públicas eficazes com a participação dos cidadãos, investir em infra-estrutura, pesquisa, saneamento básico e no uso eficaz da água”.
WWF: cenário preocupante
O WWF-Brasil instalou ao lado do Monumento à Independência do México, um balde gigante inflável, de 14m de altura, para chamar a atenção dos problemas relacionados à água no Brasil e no mundo.
“No Brasil, o cenário é preocupante. Além de a maior parte dos rios, nas grandes cidades, estarem poluídos, 40 milhões de pessoas não têm acesso à água” alerta Samuel Barrêto, do WWF-Brasil.
Para Barrêto, um importante passo para superar esse cenário, no Brasil, é a implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, o primeiro da América Latina. “No continente sul-americano o desafio não é diferente.
É preciso reverter o aumento da degradação ambiental e da redução da pobreza. Cuidar da saúde das águas significa também garantir o direito universal de milhões de sul-americanos que também não tem acesso seguro a esse recurso fundamental para a vida”, declarou Samuel.