Esporte e Meio Ambiente

O Gol Verde da Copa do Mundo

24 de maio de 2006

Até o lema “mens sana in corpore sano” (mente são em corpo são) mudou para “certacio sana in natura sano” (competição sã em meio ambiente são)

Compromisso com a bola Terra

 

 

 

O mundo sustentável nasceu, na prática, em 1972. Neste ano foi realizado em Estocolmo, Suécia, a primeira grande Conferência da ONU sobre meio ambiente, mais precisamente A Reunião da Cúpula da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável. Neste mesmo ano de 1972, aconteceu a XX Olimpíada de Munique, quando houve uma mudança profunda na relação esporte – atletas – meio ambiente. Tão forte que houve a adaptação do lema "Mens sano in corpore sano" (mente são em corpo são) para "Certacio sana in natura sana" (competição sã em meio ambiente são).
O esporte, como um todo, deu um passo à frente em relação ao comportamento humano. Buscava mais do que a eficiência e as vitórias. Passou a buscar  beleza, a saúde do corpo e do ambiente. Passou a se preocupar também com a beleza e a sustentabilidade do planeta Terra. Também nas Olimpíadas de Munique houve um outro fato de forte simbolismo: cada país representado levou uma árvore para ser plantada no Parque Olímpico.
Vinte anos depois, em 1992, aconteceu a segunda grande reunião de Cúpula da ONU, na cidade do Rio de Janeiro – a RIO?92 – com a participação de 147 países. Neste ano, o mundo acordou de vez para a questão ambiental e selou o compromisso de que qualquer desenvolvimento que não fosse sustentável seria um desenvolvimento estéril.
Enquanto no Rio de Janeiro nascia a Agenda 21, em Barcelona acontecia outra Olimpíada, já atendendo os anseios ambientais emanados do Rio de Janeiro. Todas as delegações dos países participantes assinaram um documento de compromisso com o Planeta, para que "a Terra fosse um lar seguro e acolhedor para as gerações presentes e futuras".
Em 1994 – ano da Copa do Mundo nos Estados Unidos – a ONU, pelo PNUMA – assinou com o Comitê Olímpico Internacional, um documento no sentido de fazer do esporte uma força estratégica de desenvolvimento sustentável.

summary

The Green Goal at the World Cup
Even the motto "mens sana in corpore sano" (healthy mind in healthy body) has changed to "certacio sana in natura sano" (healthy competition in a healthy environment)

Sports is the largest leisure, health and peace industry. The World Cup, just as the Olympic Games, are events which on a smaller scale represent the enormous challenges, anxieties, difficulties, hopes, defeats and victories of humanity. In the microcosm of a country, a city and a stadium, technologies, athletes, cultures, fans, transportation systems, health systems, administrators, sponsors, journalists will function side by side, as well as the fringes of commerce and public services which revolve around the super event. Before the World Cup or the Olympics is even over, the country hosting the next event already begins arranging for the next show. All of this requires strategies for mobilizing people, permanent and temporary construction sites, buying, selling, distribution, disposal, recycling and a great deal of human and natural resource management. Soccer, as the most popular sport in the world and FIFA, as the largest athletic organization in the world with 206 member countries, end up doing the same thing every four years, the largest sports event on the planet: the World Cup. 
The World Cup and the Environment – the Green Goal project will make its mark in four areas:  water, waste, energy and mobility. This will be the Environmental World Cup. There are 32 country teams and colors varying in their team uniforms and flags. However, all of them fly the same colors in their objectives: green. In this regard, FIFA, PNUMA and the World Cup Organization Committee are expecting to predict a winner: the game played with sustainability. That is to say that the event generates very little pollution and it is ecologically correct in production, organization and consumption. Big screen TVs spread throughout the World Cup cities will shown a film containing messages about the environment, which has the following slogan: "World champion of the environment – That is what we are striving toward."   
According to the PNUMA Communications Director, Eric Falt, "for the first time, care of the environment will be given the highest priority in this competition, with clear and measurable objectives. We expect that this initiative will leave a legacy." The Green Goal project seeks to neutralize the 100,000 tons of carbon monoxide generated by the transportation, construction and maintenance of the stadiums in Germany, as well as from the presence of over 3.2 million spectators.

Copa quer ter um campeão mundial do meio ambiente

A Copa do Mundo vai chegando. Todas as seleções com seus atletas convocados. A expectativa atinge seu auge. O comitê do Gol Verde se reuniu para checar todos os detalhes e para revisar o projeto de cuidado com o meio ambiente do maior torneio de futebol de toda a história. Os membros do Gol Verde decidiram apresentar nos telões espalhados pelas cidades da Copa um curto e engenhoso filme com mensagens sobre o meio ambiente como parte do aquecimento antes de cada partida. O filme, que está marcado para ser exibido pela primeira vez em Berlim na próxima semana, termina com o slogan “Campeão mundial do meio ambiente – Estamos trabalhando para isso”.

Segundo o Diretor da Divisão de Comunicação e Informação Pública do Pnuma, Eric Falt, “pela primeira vez os cuidados com o meio ambiente terão prioridade máxima nessa competição, com objetivos claros e mensuráveis, e esperamos que a iniciativa deixe um legado”. Todo o time do Gol Verde, capitaneado por Klaus Toepfer, quer neutralizar todas as 100 mil toneladas de dióxido de carbono geradas pelo sistema de transportes, construção e manutenção dos estádios da Alemanha. E, também, pela presença dos mais de 3,2 milhões de espectadores.

Ingresso: estádio e transporte
Eric Falt explica que como parte de um plano sólido de preservação ambiental, quem comprar os ingressos para qualquer uma das partidas nos 12 estádios da Copa poderá usá-los para ter acesso gratuito ao local do jogo por meio dos transportes públicos durante 24h, de acordo com o plano de ingresso Kombi.  O acordo de ingressos Kombi irá custar cerca de 2 milhões de Euros ao Comitê de organização da Copa, mas deverá evitar a emissão de vários gases causadores do efeito estufa ao reduzir o uso de veículos particulares.

Energia elétrica
Outras táticas, como a de economizar energia elétrica, estão centradas nas atividades dos estádios. Por exemplo, sistemas de gerenciamento de energia de última geração foram instalados no estádio de Munique e devem promover uma redução de 20% no consumo de energia todos os dias, sejam eles dias de jogo ou não.

Reuso de água
Além disso, o gramado do Olympiastadion entre outros estádios será irrigado por um sistema especial que capta a água da chuva, e mictórios sem água nos banheiros masculinos serão utilizados em diversos locais selecionados.

Reutilizar
Com a questão de evitar o desperdício como prioridade, os organizadores apresentaram o “Copo da Copa” reutilizável. Os espectadores farão um depósito caução de um Euro pelo copo que utilizarem e poderão adquirir um só copo em cada evento.
 Hoje também foi anunciado que 300 voluntários, treinados para educar os espectadores sobre os objetivos do Gol Verde, estarão em cada um dos 12 estádios. 
 
Conscientização
Uma brochura sobre o Gol Verde, com os logotipos das organizações que apóiam a iniciativa, que inclui o Pnuma, o Ministério do Meio Ambiente, DBU, FIFA, Deutsche Telekom, Plastics Europe, Coca Cola, Deutsche Bahn, EnBW and Total, já está disponível em estações de trem e metrô nas 12 cidades que abrigarão o torneio.  A brochura, elemento chave para a conscientização do público, foi enviada nessa semana para 25.000 jornalistas em todo o mundo.
"Impactos ambientais, inclusive aqueles que causam aumento das taxas de mudanças climáticas, estão sendo cada vez mais levados em consideração em eventos esportivos. O movimento olímpico, do qual o Pnuma é parceiro atuante, já é um desses caminhos", disse o porta-voz do Pnuma.
 "O Comitê Organizador da Copa do Mundo tem sido veemente na busca das mesmas considerações para o futebol. Nós fomos encorajados tanto por seus planos quanto por seu entusiasmo e esperamos ansiosamente trabalhar com o comitê e com a Fifa, bem como esperamos atingir resultados sólidos, confiáveis e aparentes em áreas como eficiência energética, cuidado com o desperdício e economia de água", salientou Eric Falt.

“Estamos contentes porque Klaus Toeper, uma personalidade ambiental, foi escolhido para ser Embaixador do Gol Verde da Copa. Seu comprometimento pessoal indica que estávamos certos
em incorporar o meio ambiente em nossos planos”.
Franz Beckenbauer, Presidente do
 Comitê Organizador.

 

Ponto de Vista 

Esporte e civilidade andam juntos


Lars Grael (*)

A imagem social do esporte e do atleta é associada à tecnologia, à competência e à eficiência. Também ao vigor salutar e ao desempenho físico. E vai além, pois está associada à perseverança e à superação de limites. Num sentido mais amplo, ao sentimento coletivo de nação, identidade cultural e, principalmente, ao sucesso.
Este forte e poderoso simbolismo confere ao atleta um espaço privilegiado junto da mídia e uma capacidade notável de comunicação com a população.
O desenvolvimento da mídia faz com que os feitos esportivos, mesmo quando locais, alcancem repercussão até mesmo internacional, sobretudo nos esportes mais populares.
Assim, a adesão dos atletas às causas sociais e o aproveitamento de sua credibilidade e visibilidade social podem ser fatores decisivos de sucesso de iniciativa e difusão de experiência e conceitos potencialmente geradores de transformações.
Conscientização ambiental significa uma grande transformação tanto na produção como no consumo de bens. Essa ecoeficiência requer mudanças de padrões e busca por uma nova postura tanto dos empresários, fabricantes de bens, dos gestores públicos como também da população em geral.
A nível local e doméstico há que se procurar o uso racional da água, a economia de eletricidade, o descarte adequado de embalagens, participar da coleta seletiva do lixo. E a nível global, buscar eleger pessoas comprometidas com o socioambiental, com a coisa pública e participar de programas de voluntariado e resgate de cidadania. Esporte e civilidade sempre andam juntos.

(*) Lars Schmidt Grael é velejador, 15 vezes campeão brasileiro, hexa-sul-americano, campeão mundial e bi-medalhista olímpico. É autor do livro "A Saga de um Campeão" – 2001  (Editora Gente) e foi Secretário Nacional dos Esportes do Governo FHC. Desenvolveu projetos socioambientais e esportivos como:  Instituto Rumo Náutico-Projeto Grael (Niterói-RJ) / Projeto Navegar / Projeto Navega (São Paulo).

Klaus Toepfer – Entrevista

Klaus Toepfer, o embaixador-artilheiro do Gol Verde da Copa

 

Silvestre Gorgulho
Um craque ambiental entrou em campo para gerenciar o programa do Gol Verde. É Klaus Toepfer, ex-ministro da Alemanha, ex- diretor executivo do Pnuma e hoje o Embaixador do Gol Verde na Copa do Mundo. Com exclusividade,Toepfer falou à Folha do Meio.

Folha do Meio – Como começou esta história de se fazer a Copa do Mundo Verde?
Klaus Toepfer – A idéia nasceu no inicio da década de 90, quando a Federação Alemã de Futebol começou a pensar em sediar a Copa do Mundo de 2006.  Questões ambientais ainda não faziam parte da lista de deveres da FIFA relacionada aos estádios. No entanto, o Comitê Organizador Local sentiu a necessidade de incluir estas questões em todos os planos desde o começo.

FMA – Como o senhor está encarando este desafio de ser o Embaixador Verde da Copa do Mundo?
Klaus Toepfer – À medida que a Copa do Mundo se aproxima, o interesse nos objetivos e atividades do Green Goal começa a decolar. Temos uma grande entrevista coletiva (26 de maio) marcada em Berlim com a lenda do futebol alemão Franz Beckenbauer.  Estou certo que isso vai impulsionar o programa Gol Verde e elevar o papel do Embaixador.
É bom lembrar que um dos desafios é trazer algum realismo para as expectativas públicas do Gol Verde. Quando se estabele um projeto desse tipo, sempre haverá aqueles que dizem “Não é o suficiente, por que você não vai mais além?!” E isso é bom, nós precisamos ser pressionados pela opinião pública e pelas ONGs. Sabemos que estamos inovando. Essa é a primeira Copa em que o meio ambiente faz parte da agenda. Acho que podemos aprender com a Copa da Alemanha para que futuras Copas do Mundo se tornem mais verdes.

FMA – O senhor jogou futebol?
Klaus Toepfer – Como qualquer garoto que cresce em ambientes não privilegiados, jogar bola com os amigos foi um dos poucos esportes acessíveis e disponíveis. Joguei até meus 26 anos, quando perdi contato com meu clube amador, localizado perto de Hanover. Quando criança, joguei de ala, pela direita. E era bastante ágil. Com o tempo, passei a jogar no meio de campo pela direita. Finalmente acabei jogando na lateral direita, onde espero ter sido uma boa barreira.

FMA – Quais seriam os principais impactos ambientais em relação ao esporte, em geral, e ao futebol, em particular?
Klaus Toepfer – Alguns dos principais impactos ambientais vêm na fase de projeto e nas construções. 

300 voluntários pelo Gol Verde

É vital levar em consideração nessa fase a acústica ambiental como energia solar ativa e passiva, reaproveitamento da água, boas linhas de transporte público etc. Se apenas no final das obras for levado em conta tudo isso, os custos vão ser muito mais elevados. Também é importante que novas estruturas sejam erguidas em locais apropriados, com vistas ao uso sustentável pós-evento. 
A operação de grandes estruturas também pode consumir  enorme quantidade de eletricidade e isso contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Também vale citar a grande quantidade de lixo gerada tanto na construção como durante os eventos.
Os grandes torneios de futebol, em termos ambientais, têm os mesmos desafios das Olimpíadas.

FMA – Como  o Pnuma, o governo alemão, a Fifa e os organizadores da Copa vão agir para conseguir incorporar as questões ambientais na preparação e execução de cada jogo? Klaus Toepfer – Com a aproximação da Copa, o Comitê Organizador está contente em dizer que o clima de equilíbrio ambiental para todo o torneio foi alcançado pela primeira vez na história das Copas do Mundo da FIFA. É essencial  que se alcance todos objetivos que foram estabelecidos: redução de 20% de energia nos estádios, 20% de uso de água e 20% de lixo. 
O Comitê Organizador vai trabalhar de perto e em conjunto com os estádios, com o governo alemão, com a FIFA, com as várias industrias e parceiros de negócios, e com a UNEP para alcançar esses objetivos e para comunicar todos os esforços ao público.
Quanto às seleções, como da Alemanha e do Brasil, houve um acordo para que os jogadores e comissão técnica usem o trem para as viagens, sempre que for possível.
FMA – E em relação aos torcedores nos estádios?
Klaus Toepfer – Folhetos do  Gol Verde estão sendo distribuídos aos torcedores nas estações de trens para que eles conheçam nossas metas.  Há também o incentivo ao uso dos transportes públicos. Temos um ingresso chamado Kombi. Como parte dos planos de transportes ambientalmente corretos, torcedores que adquirirem esses tickets para qualquer um dos jogos, terão acesso livre ao transporte público por 24 horas.
O compromisso do “ticket Kombi”, isoladamente, vai custar ao Comitê de Organização cerca de 2 milhões de Euros. Mas vai diminuir as grandes quantidade de gases de efeito estufa, por reduzir o  uso de carros particulares.  Nós esperamos que um em cada dois torcedores usem o transporte público.
 Quanto ao lixo, os organizadores introduziram o re-utilizável “Copo da Copa”. Os torcedores vão pagar 1 Euro pelo copo, que vai ser o único vendido e usado para as bebidas nos campos.
Haverá também 300 voluntários, treinados para educar os torcedores em relação aos objetivos do programa Gol Verde. Eles vão estar distribuídos em cada um dos 12 estádios.
Um filmete vai ser apresentado antes de cada partida. Esse filme tem como alvo não só torcedores, mas também os jogadores durante seus exercícios de aquecimento.  O filme a ser apresentado pela primeira vez, em Berlim, na semana que vem, tem o slogan “Campeões Mundiais pelo Meio Ambiente – Estamos Trabalhando Nisso”.

 FMA – E haverá um programa específico para trabalhar a mídia, os jornalistas e até os patrocinadores da Copa?
Klaus Toepfer – Essa semana 25 mil folhetos do Gol Verde vão ser entregues aos jornalistas do mundo inteiro. Apesar da grande conferência de imprensa acontecer na semana que vem, o programa vem distribuindo e atualizando as notícias regularmente.

FMA – Como é ser a primeira Copa "climaticamente neutra"?
Klaus Toepfer – O esquema do Clima Neutro vai compensar todas as 100 mil toneladas de dióxido de carbono geradas, na Alemanha, a partir de transportes, construção e manutenção dos estádios, além de 3.2 milhões de torcedores esperados. Parte dessas emissões será compensada por  projetos de carbono como a plantação de árvores e produção de energia limpa em países em desenvolvimento.

FMA – Que mensagem o senhor acha que vai ficar para os bilhões de torcedores que verão a Copa?
Klaus Toepfer – Espero que os torcedores desta Copa lembrem-se do evento como um fantástico espetáculo responsavelmente organizado e também, que se levou muito em conta as questões ambientais. Que as futuras Copas demandem medidas ambientais mais fortes ainda.

FMA – Agora, só para nós aqui: quais seleções vão fazer o final da Copa?
Klaus Toepfer – Que pergunta! Meu coração espera que a Alemanha chegue lá. Mas, não será surpresa se o outro for esse mágico time do Brasil.

summary

Klaus Toepfer – INTERVIEW
Klaus Toepfer is the former Executive Director of the United Nations Environment Programme (UNEP) and Green Goal Ambassador for the FIFA World Football (Soccer) Cup

The Idea
The idea was born in the early 90's when the German Football Federation first thought about bidding for the 2006 FIFA World Cup. Environmental questions were not a part of the FIFA booklet of duties that is binding for the stadiums, but the Local Organizing Committee felt a need to include this issue in the overall plans from the very start.

The challenges
As the 2006 FIFA World Cup gets ever closer to kick off, the interest in the aims and activities of the Green Goal are really beginning to take off. We have a big press conference scheduled in Berlin (26 May) with German football legend Franz Beckenbauer.
I am sure that this will propel Green Goal and the role of the Ambassador to increasing heights. Let me add that one of the challenges is to bring some realism to the public expectations of the Green Goal. When you establish such a project there will always be those who say "It is not enough, why do you not go further?" And that is good, we need to be pressed by the public and by NGOs. But, you know, we are really breaking new ground here. This is the first World Cup where environment is being put firmly on the agenda.
I think we can learn from the event in Germany so that future World Cups become ever greener.

I played football (soccer)
Like any small boy growing up in a less than privileged background, kicking a ball around with friends was one of the few sports available and affordable.  I played regularly until about aged 26 when I lost touch with my amateur club based in a small village not too far from Hanover. As a child, I played on the right wing and I was pretty fast. As the years progressed I switched first to right midfield and then finely right defense where I hope I was pretty tough and impregnable!

Environmental impacts
Some of the main environmental impacts come in the design and construction phase. It is vital that environmentally sound design, like passive and active solar, water recycling, good public transport links and so on, is factored in at the outset. Otherwise it can become much more expensive if added in at the end. It is also important that new structures are sensitively sited and that there is an eye on their sustainable use post the event they were built and designed for.
The operation of massive structures and buildings can also consume huge amounts of electricity and this adds to greenhouse gas emissions. There are also the large quantities of waste generated both in the construction phase and when large numbers of crowds are gathering to watch events or a match.
I think big football tournaments are really no different in terms of environmental challenges than say the Olympics.

Partners
As we're approaching the tournament, the Local Organizing Committee is happy to say that climate neutrality for the overall tournament has been achieved – a first in FIFA World Cup history. Now it's vitally important to reach the goals that were set for the stadiums – 20% less energy in the stadiums, 20% less water use, 20 % less trash The Local Organizing Committee will work in close cooperation with the stadiums, the German government, FIFA, the various industry and business partners and UNEP to reach these goals and to communicate all efforts to the public.
In terms of the teams, some like Germany and Brazil, have committed themselves to using the train as much as possible for traveling to venues.

Cup of the Cup
Our Green Goal brochure is being made available to fans at train stations so they know our aims. Other measures include encouraging fans to travel by public transport. We have a thing called a Kombi ticket. As part of an environmentally sound transport plan, fans purchasing tickets for the matches in the 12 World Cup venues will be able to use them for free access to local public transportation during 24h, as part of the Kombi ticket scheme.
The Kombi ticket commitment alone will cost the World Cup 2006 Organizing Committee some two million Euros, but should save large amounts of greenhouse gases by reducing private car use.
Indeed we hope every second fan will arrive and depart from matches on public transport. With the issue of waste avoidance foremost on their minds, the organizers have also introduced the reusable "Cup of the Cup". Fans will pay a deposit of one Euro for the cup which will be the only one sold and used for drinks at the grounds. There will also be 300 volunteers, trained to educate fans about the aims and objectives of Green Goal, located inside each of the 12 stadia.

Journalists
This week 25,000 of the Green Goal brochures are being delivered to journalists world-wide and, apart from next week's big press conference, Green Goal has been issuing regular press releases and updates.

Climate Neutral
The Climate Neutral scheme will offset all 100,000 tonnes of carbon dioxide generated within Germany by transportation, construction and maintenance of the stadia, and the presence of 3.2 million expected spectators.
Part of these emissions will be offset by carbon friendly projects like tree planting and clean energy schemes, in developing countries.

Future Word Cups
I hope the fans watching the 2006 FIFA World Cup will remember the event as a fantastic spectacle that was well and responsibly organized and that part of that responsibility extended to the environment in meaningful and verifiable ways. And that fans at future World Cups will demand ever stronger environmental measures.

Final Match
What a question!! My heart hopes for Germany to be there and my head tells me that, not surprisingly, the other team will be the wizards from Brazil!!Gol Verde é gol de placa

Ricardo Rose (*)
A Alemanha é o país que promove as maiores feiras do mundo. Ao mesmo tempo, ocupa um dos primeiros lugares entre as nações que efetivamente estão envolvidas com a proteção do meio ambiente. Combinando estes dois fatores foi realizada, por exemplo, a Expo-Hannover 2000, a última grande exposição de tecnologias do século XX, enfocando os temas "Humanidade Tecnologia e Meio Ambiente". Neste ano, sediando a Copa Mundial de Futebol, a Alemanha encontra mais uma ocasião para mostrar que é possível organizar grandes eventos (e que evento!) e ao mesmo tempo proteger o meio ambiente.

 

Pelo Gol Verde  a Alemanha pretende implementar um ambicioso programa de redução de impactos ambientais durante e depois da Copa Mundial de Futebol. A meta desta iniciativa planejada em 2001 – portanto cinco anos antes da Copa – é diminuir o impacto ambiental de um evento de tal monta, pelo uso de energias renováveis e meios de transporte menos poluentes.
Os organizadores do torneio prevêem que, para assistir aos jogos, cerca de 3,2 milhões de pessoas, alemães e estrangeiros, se deslocarão pela Alemanha. Este elevado número de visitantes deverá gerar – somente para deslocar-se – cerca de 100 mil toneladas de dióxido de carbono. Para contrabalançar esta quantidade de carbono gerada, os promotores da Copa incentivarão o uso da ferrovia, o menos poluente meio de transporte público.
O excedente de emissões será abatido através do uso de energias renováveis nos estádios. Além disso, o saldo positivo de dióxido de carbono gerado pelo evento, também será abatido através de investimentos em projetos de fixação de carbono, via Protocolo de Kyoto. Ao final, segundo a comissão organizadora, a Copa da Alemanha deverá ter um balanço negativo, em termos de emissões para a atmosfera.
Também foram estabelecidos objetivos mensuráveis, com enfoque específico nos impactos causados por geração de resíduos, volume de tráfego e consumo de energia e água. Os objetivos serão alcançados por ações conjuntas, a cargo dos administradores de cada estádio de futebol, que decidiram em que impacto se concentrarão. Alguns promoverão economia de água, outros deverão reduzir o uso de eletricidade e energia para aquecimento. Os principais patrocinadores, como a Deutsche Bahn (trens), a Deutsche Telekon (telecomunicações) e empresas privadas multinacionais, também aceitaram cumprir metas ambientais durante o torneio.
Pensemos agora um pouco na nossa realidade. Como, por exemplo, aplicar o Gol Verde nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Seria interessante se os promotores do Pan/2007 tivessem observadores na Alemanha e trouxessem para o Brasil as experiências da Copa do Mundo, considerando os vários impactos ambientais do mega-evento. Muitas parcerias podem ainda ser feitas – antes e depois da Copa – muitas práticas já podem ser implementadas na construção da vila do Pan e, sobretudo, muito pode ser planejado em relação à geração de resíduos no transporte e no consumo de energia. Aliás, estas providências já poderiam estar sendo tomadas quando da realização de grandes eventos ao ar livre ou nos estádios brasileiros. É importante que os tradicionais patrocinadores – muitos deles preocupados em divulgar sua preocupação de responsabilidade socioambiental corporativa – possam contribuir para que os eventos que apóiam tenham sustentabilidade real.
O Gol Verde da Copa é uma boa vitrine para todos. O futebol brasileiro é admirado e imitado. Vale a pena também o Brasil imitar as iniciativas dos que buscam fazer dos torneios, exposições e shows um compromisso com o desenvolvimento sustentável. Mais do que um gol verde, esse é um gol de placa!
* Ricardo Rose é jornalista e diretor de Meio Ambiente da Câmara Brasil Alemanha.