Pão de Açúcar: nova unidade de conservação
14 de junho de 2006Uma vitória do movimento ambientalista Grupo de Ação Ecológica
César Maia: qualquer obra no Pão de Açucar tem que ter autorização
A Folha do Meio se integrou à luta pela criação do Parque do Pão de Açucar. Capa da edição de dezembro de 2005.
A partir de agora, a Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro vai elaborar um plano para conservar, proteger e recuperar o ecossistema de Mata Atlântica existente neste patrimônio paisagístico e garantir os bens naturais tombados.
Segundo o prefeito César Maia, quaisquer intervenções, obras, ações degradadoras ou atividades impactantes, incluindo modificações e ampliações – público ou privado – terá que ter licenciamento e autorização dos órgãos competentes.
O Parque Cartão Postal
Essa foi uma vitória do movimento ambientalista do Rio de Janeiro, especialmente do Grupo de Ação Ecológica – GAE. Circundado por uma vegetação característica de clima tropical, com resquícios de Mata Atlântica, o costão do morro Pão de Açúcar tem espécies nativas que em outros pontos da vegetação litorânea brasileira já foram extintas. O Pão de Açúcar é o mais popular sítio geológico brasileiro e o cartão postal mais admirado e divulgado no exterior. É a cara do Brasil.
O nome Pão de Açúcar
São dois cartões postais singulares e conhecidos no mundo inteiro. São dois pontos majestosos de onde se tem as mais belas vistas do Rio de Janeiro. O Pão de Açúcar, com sua altura significativa e plástica incomum, e o Corcovado.
Na verdade, o Pão de Açúcar é o mais popular sítio geológico do Brasil. Em todos os continentes, por todos os povos, é o símbolo mais importante do Brasil. Seu reconhecimento como um dos principais sítios geológicos do mundo ocorreu durante a 31º International Geological Congress, realizado no Rio, em julho de 2000.
Segundo os geólogos, a forma do morro Pão de Açúcar é característica de erosão de rochas granitóides, gnáissicas, migmatíticas, em que a rocha nua fica exposta como grande monolito (grande bloco único de rocha exposto no terreno, homogêneo e sem fraturas, de dimensões decamétricas) com a forma de um seio feminino ou de um pão de açúcar. Bem, aí entram várias teorias para justificar o nome. O historiador Vieira Fazenda, defende a tese de que foram os portugueses que deram esse nome. Foi durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII), após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica para transportá-lo para a Europa. Esses blocos eram chamados de pão de açúcar. Talvez, até, por causa do açúcar feito de beterraba, que era um adoçante muito usado na Europa. Esse adoçante, mais tarde foi substituído pelo açúcar em cubinhos industrializados. Aí, então, seria uma sugestiva correlação feita pelos franceses invasores que diziam ?Pot de Sucre?, justamente por causa do tablete de açúcar de beterrada.
Outros dizem que na língua Tupi, ?Pau-nh-açuquã? significa ?morro alto, isolado e pontudo?. O fato é que o nome Pão de Açúcar generalizou-se, a partir da segunda metade do século XIX, quando o Rio de Janeiro recebeu as missões artísticas do desenhista, Johann Moritz Rugendas e Jean Baptiste Debret que fizeram belos desenhos e gravuras mostrando a beleza do Pão de Açúcar. Mais tarde a fotografia se encarregou de levar ao mundo a mais exótica e monumental pedra símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil.
summary
Sugar Loaf: a new conservation unit
Kicking off Environment Week in Rio de Janeiro, the mayor César Maia signed a decree on June 1, declaring the Sugar Loaf and Urca Peaks as Sugar Loaf Natural Monument. According to the city decree, the Municipal Environment Department will now undertake studies to prepare regulations for its use and management, as well as conservation and handling plans for the new conservation units. From now on, the Rio de Janeiro Department of the Environment will prepare a plan to conserve, protect and recover the Atlantic Rainforest ecosystem existing within this scenic legacy and assure that the natural assets are preserved. According to the mayor, César Maia, any potentially degrading interventions, works or impacting activities including public or private modifications or expansions will need to be licensed or authorized by the appropriate agencies.
Pão de Açúcar Natural Park
The Pão de Açúcar peak reflects the very nature of Rio de Janeiro. Surrounded by vegetation typical of a tropical climate, and all of the vestiges of the Atlantic Rainforest, the area also includes many native species which are extinct in other Brazilian coastal areas. The outer reaches of the Pão de Açúcar rock, are located in the Guanabara Bay. Thousands of people drive along the Cláudio Coutinho road which runs alongside the ocean or climb the trails circling the slopes. However, it is evident that since it is set right in the middle of the city it has been difficult to prevent environmental damage. Some of this damage is irreversible. The Ecological Action Group (GAE), responsible for the continued improvements in the environmentally protected area of the mount has been working for over 10 years to reverse the situation and have attempted to create the Parque Natural Municipal do Pão de Açúcar, or Pão de Açucar Municipal Natural Park. Ayrton Xerez, president of the Municipal Environment Council has promised to reexamine the proposal that has been shelved since 1998. The rocky slopes of the Pão de Açúcar mount which feature a Restinga (coastal woodlands) Forest ecosystem and Atlantic Rainforest biomass is the most often visited geological sites in Brazil. Moreover, it has long served as the most important symbol of Brazil to all continents and by all the people the world over.