Coluna do Meio

Ecologia: negócio da China

18 de julho de 2006

 A China começa a perceber a importância de jogar a favor da ecologia. Os Jogos Olímpicos, em 2008, vão fazer o marketing deste novo tempo, pois o governo chinês quer mostrar ao mundo que está consciente dos benefícios econômicos e ambientais das energias renováveis. Pequim vai investir em tecnologia limpa, desenvolvendo vários projetos para melhorar o sistema… Ver artigo

 A China começa a perceber a importância de jogar a favor da ecologia.
 Os Jogos Olímpicos, em 2008, vão fazer o marketing deste novo tempo, pois o governo chinês quer mostrar ao mundo que está consciente dos benefícios econômicos e ambientais das energias renováveis.
 Pequim vai investir em tecnologia limpa, desenvolvendo vários projetos para melhorar o sistema de conservação de energia e de proteção ambiental.
 Entre os planos está a construção de duas grandes plantas de incineração de resíduos, duas plantas de processamento e um centro de reciclagem de materiais perigosos.
 Pequim planeja reciclar um milhão e meio de eletrodomésticos velhos por ano.


Bola fora!
 “O mais fundamental dos princípios democráticos é o direito de propriedade”.
De Antônio Ermírio de Morais, maior empresário do Brasil, no seu artigo semanal na Folha de S. Paulo, deixando de lado o direito à vida e o direito à liberdade.


Conhecimentos da selva
 O confronto está no ar. E na selva…
 Vendedores de ervas do mercado Ver-o-Peso, em Belém, acusam a empresa Natura de se apropriar de conhecimentos tradicionais para a fabricação de perfume.
 A Natura justificou sua conduta se baseando na legislação vigente.
 A polêmica revela a inadequação da legislação que protege os conhecimentos tradicionais e o longo caminho ainda a percorrer para a construção de uma relação entre o setor privado e comunidades tradicionais.
 Enquanto isto as empresas, brasileiras e estrangeiras, nadam de braçada.


Favelização
  A favelização do Rio de Janeiro chegou a níveis insuportáveis.
  Pior: o avanço das favelas é em cima das áreas de preservação. E o motivo todos sabem: omissão das autoridades.
  0 presidente da Associação de Moradores da Vila Pereira da Silva, conhecida como Morro do Pereirão, em Laranjeiras, Pedro Paulo Silva, foi um dos que pediram, sem sucesso, providências para conter a expansão da favela por sobre a APA de São José.
  Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas descobriu que 17 favelas, entre elas o Morro da Babilônia, entram pelas florestas do Rio.


SOS Anavilhanas
 A devastação da Amazônia é uma vergonha nacional.
 Até a Estação Ecológica das Anavilhanas-AM, no rio Negro, sofre com a devastação.
 Entre uma ilha e outra (das 400 que tem o arquipélago) flutuam milhares de troncos de madeira, aguardando o momento de serem apanhados, beneficiados e vendidos.
 A Estação Ecológica das Anavilhanas foi criada para preservar as ilhas, o rio Negro e os muitos igarapés que serpenteiam e se ramificam entre canais e lagos.
 Daniel Rios de Magalhães Borges, chefe da Estação Ecológica, denuncia: 40% das ilhas já foram saqueadas por madeireiros.


Confusão lá e aqui
 É muita confusão para pouca gestão.
 O corredor ecológico que deveria unir os parques nacionais da Serra das Confusões e da Serra da Capivara, no Piauí, ainda não saiu do papel.
 Isso, um ano e meio depois de sua criação.
 O corredor busca recuperar e conservar o ecossistema da região, além de permitir o trânsito de animais entre os dois parques.
 Greves no Ibama e no Incra, falta de interesse político e má gestão vão empurrando o problema com a barriga.
 A professora Niéde Guidon, coitada, continua lutando sozinha para salvar este patrimônio mundial que o Brasil negligencia.


ISE Bovespa
 Boa notícia: os Bancos estão criando fundos com critérios sociais e ambientais.
 Cinco instituições financeiras já lançaram fundos de investimentos do tipo SRI (sigla em inglês para investimentos socialmente responsáveis).
 Esse tipo de fundo aplica os recursos dos clientes em empresas com boas práticas corporativas.
 A verdade é que o lançamento de um índice na Bolsa de Valores só com ações de empresas que têm boas práticas socioambientais deu novo fôlego a esse mercado.
 O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEBovespa) tem 34 ações, de 28 empresas.


Água – Cerca de 500 poços artesianos abandonados em Ribeirão Preto (SP) são ameaça para o aqüífero Guarani, a maior reserva subterrânea de água potável da América Latina. Mais de 15 milhões de pessoas vivem na área de abrangência do aqüífero. Como os poços abandonados não são devidamente tampados, a contaminação é direta, já que não há nenhuma barreira para impedir a chegada da água da chuva ao aqüífero. Onde estão a fiscalização e a gestão dos recursos hídricos?
Saneamento – “Há pouco, o SUS registrou mais 2.291 casos de internações hospitalares conseqüentes de doenças causadas pela falta de saneamento básico. Esse é o impacto negativo da falta de investimento em saneamento. Nem o marco regulatório para saneamento ainda foi aprovado pelo Congresso.
Banco de Sementes – Para que a humanidade não precise começar de zero, no caso de uma catástrofe planetária, será construído um cofre de alta segurança no subsolo de uma ilha acima do Círculo Polar Ártico. Nele serão armazenadas milhões de sementes de praticamente todas as variedades de alimentos existentes. Cary Fowler, secretário-executivo da Global Crop Diversity Trust, junto com o governo da Noruega, administra o projeto.
Catimbau – Um monumento ameaçado. No Parque Nacional do Catimbau-PE tem a famosa trilha da Pedra da Concha. Essa trilha está facilitando um desastre arqueológico. Inscrições que remontam há pelo menos 5 mil anos estão cobertas de fuligem e correm perigo. Causa: queimadas, desmatamentos e roubos de pedaços dos painéis. O alerta é de Marcos Ramos Leite, presidente da Associação dos Guias Turísticos do Vale do Catimbau.