Carros elétricos no Brasil

Carros elétricos no Brasil

18 de julho de 2006

Ausência de normas para emissão de poluentes impede crescimento do mercado de veículos elétricos. Toyota e a Honda saem na frente.

Esse tema será discutido durante o 4° Seminário e Exposição de Veículos Elétricos que o INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética realiza nos dias 15 e 16 de agosto, na Escola Senai Mário Amato, em São Bernardo do Campo-SP. Para reforçar sua opinião, Ângelo Vian cita a imposição de regras em relação à emissão de poluentes na Califórnia, EUA, berço do veículo elétrico. “A adoção de medidas contra os automóveis que contribuiam para a poluição do ar estimulou o desenvolvimento dos VEs”, lembra.


Toyota e Honda
Mesmo diante das barreiras existentes, Ângelo enxerga uma tendência de crescimento do mercado. “A Toyota e a Honda saíram na frente e já dispõem de modelos competitivos. Outros fabricantes de veículos tentam recuperar o tempo perdido”, analisa Vian. Segundo ele, algumas montadoras estão investindo em projetos de híbridos que combinam a eletricidade e diesel (no lugar da gasolina), além de outras iniciativas para tentar obter um motor a gasolina que polua menos. Na sua avaliação, o veículo puramente elétrico tem uma autonomia limitada e ainda depende de novas tecnologias para o desenvolvimento de baterias mais leves. “O híbrido foi a grande jogada”, reforça.
As estimativas indicam que existem cerca de 300 mil veículos híbridos em circulação em 23 países. Ângelo Vian considera essa frota ainda tímida. Para ele, é importante voltar à atenção para o mercado de VEs, uma vez que o desenvolvimento desse tipo de veículo alterará não apenas o setor de transportes, mas, também, o de energia. “A frota atual no mundo, embora pequena, gera cerca de 9 mil megawatts, o equivalente a uma usina de Itaipu”, compara.
 ?Todos que estão envolvidos na geração e distribuição de energia devem começar a estudar o impacto dos VEs para o setor, seja na condição de consumidores de eletricidade para a recarga das baterias, ou como fornecedores?, diz Vian.


Como funciona
O veículo elétrico híbrido tem um tanque de combustível, como um carro convencional, mas os primeiros quilômetros do percurso são feitos com a energia da bateria, que é recarregada por um gerador de eletricidade a bordo e, também, pela energia aproveitada das frenagens. Já o híbrido plug in, conta com uma bateria com capacidade maior que pode ser recarregada numa tomada dentro da garagem da casa, tendo autonomia para rodar os primeiros 30 a 40km somente com essa energia acumulada. Mas ainda é preciso criar a infraestrutura para recarregar todas as baterias a partir de uma simples tomada.
Ao ser carregada, a bateria tem uma carga especial que não é problema para a rede elétrica, mas os impactos devem ser previstos e estudados com todos os seus atores: geradores, transmissores e distribuidores envolvidos no processo, explica Ângelo Vian.
Os VEs podem ser classificados em cinco famílias:


VE a bateria – VEB – a energia é fornecida por um conjunto de baterias que são recarregadas na rede elétrica.
VE híbrido – VEH – a energia é fornecida por um gerador a bordo.
VE de célula a combustível – VECC – é suprido por células a combustível, equipamento eletro-químico que transforma a energia do hidrogênio diretamente em eletricidade.
VE ligado a rede ou troleibus – a energia é fornecida pela rede elétrica
VE Solar – VES – a energia é fornecida por placas fotovoltáicas.


O Seminário
O VE 2006 – 4° Seminário e Exposição de Veículos Elétricos, organizado pelo INEE debaterá todos os aspectos relacionados aos veículos elétricos, sejam a bateria, híbridos e de célula a combustível, envolvendo os tipos, a eficiência, o mercado, as pesquisas, a divulgação e a matriz energética.
Além do seminário haverá também uma exposição de tecnologias, produtos e serviços com as novidades dos mercados que envolvem os veículos elétricos.  É aberta ao público.


Mais informações: www.ve.org.br/seminario.shtml