Carro elétrico

Nasce a ABVE por menos poluição do ar

25 de agosto de 2006

Associação Brasileira do Veículo Elétrico quer incrementar mercado


Foi escolhido para dirigir a ABVE o diretor do Instituto Nacional de Eficiência Energética –  INEE, Antônio Nunes Júnior (foto). Segundo o presidente, o foco da ABVE são os veículos automotores que utilizam pelo menos um motor elétrico para sua tração, incluindo, dentre outros, os veículos elétricos a bateria, híbridos, de célula a combustível e trólebus, e a infra-estrutura de suporte. Fazem parte do Conselho Diretor Jayme Buarque de Hollanda, presidente do Conselho, Valter Luiz Knihs, da WEG, Eduardo Pires Cassus, da Petrobras, e o professor Luiz Artur Pecorelli Peres, da UERJ, que atuou como membro do Comitê de Organização para criação da ABVE.
Para apoiar as atividades de divulgação e de discussão ou conhecer as formas de associação e os projetos a serem desenvolvidos pela ABVE, basta acessaro site www.ABVE.org.br.
Para Antônio Nunes Júnior, as ações individuais certamente são capazes de gerar resultados positivos, porém de menor alcance e a um custo maior. “Para superar as diversas barreiras que limitam a opção por veículos elétricos é necessário haver cooperação efetiva das diversas empresas, entidades e indivíduos interessados nos benefícios que veículos elétricos podem proporcionar. A proposta é que essa cooperação seja efetivada através da ABVE, como já existente em vários países”, diz.
“Não há dúvida que energia e aquecimento global são preocupações centrais da atualidade. O uso de petróleo e de outros combustíveis fósseis é um dos problemas que mais pressionam no mundo hoje. As conseqüências das emissões veiculares no meio ambiente local, regional e global, e os danos comprovados para a saúde das pessoas e do planeta vêm demandando ações urgentes. No Brasil, o setor de transporte,crucial em termos de perda de energia e de emissões de poluentes, pode aumentar sua eficiência e diminuir as suas emissões de poluentes”, lembra Nunes, informando que, de acordo com dados dos últimos Balanços Energéticos Nacionais, aproximadamente 56% da energia utilizada no Brasil têm origem fóssil (petróleo, carvão e gás natural).
“O setor de transporte consome 51% dos derivados de petróleo. Motocicletas, carros, vans, ônibus e caminhões produzem grande parte da poluição do ar. Assim, as novas tecnologias são bem-vindas porque podem aumentar a eficiência do uso da energia nesses veículos e reduzir a poluição”, defende o presidente da ABVE.


VE a bateria – VEB – a energia é fornecida por um conjunto de baterias que são recarregadas na rede elétrica.
VE híbrido – VEH – a energia é fornecida por um gerador a bordo.
VE de célula a combustível – VECC – é suprido por células a combustível, equipamento eletro-químico que transforma a energia do hidrogênio diretamente em eletricidade.
VE ligado a rede ou troleibus – a energia é fornecida pela rede elétrica
VE Solar – VES – a energia é fornecida por placas fotovoltáicas.


Histórico do VE
As dificuldades tecnológicas e o preço baixo do petróleo permitiram a intensificação do uso crescente da combustão interna em todo mundo. As crises do petróleo dos anos 70 interromperam este ciclo, permitindo a retomada do veículo elétrico como opção de transporte. Esta nova situação influenciou a pesquisa e o desenvolvimento destes veículos também no Brasil que, nas décadas de 70 e 80 chegou a fabricar modelos de passeio e furgões. Os diversos fenômenos causados pelo aumento da poluição e emissões para a atmosfera que causaram prejuízos consideráveis às atividades econômicas e ao meio ambiente provocaram novas posturas.
A ênfase centrada na eficiência energética, na harmonia ecológica e na justiça social sintetiza o conceito de Desenvolvimento Sustentado, emergente do Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum.
Este documento subsidiou a RIO-92, na qual participaram 174 chefes de estado. Entre as convenções assinadas na ocasião constam: a Convenção da Biodiversidade, da Floresta, da Mudança Climática e ainda a Agenda 21. Esse evento desencadeou diversas pesquisas, desenvolvimentos técnicos, legislações, conferências no Brasil e no exterior, assim como novos tratados dos quais se destaca o de Kyoto.