Coluna do Meio

Consumo consciente

25 de agosto de 2006

 A verdade é que o consumo consciente ainda não é uma realidade. As questões socioambientais estão longe de terem um peso forte na decisão de compra das pessoas. E o mesmo acontece em relação à responsabilidade social das empresas. Na prática, segundo pesquisa feita pelo Instituto Akatu, o que norteia as decisões de compra dos brasileiros é… Ver artigo

 A verdade é que o consumo consciente ainda não é uma realidade.
 As questões socioambientais estão longe de terem um peso forte na decisão de compra das pessoas. E o mesmo acontece em relação à responsabilidade social das empresas.
 Na prática, segundo pesquisa feita pelo Instituto Akatu, o que norteia as decisões de compra dos brasileiros é o preço e a qualidade.
 O Instituto foi a oito capitais e ouviu 800 pessoas, em oito capitais. Apesar de 78% dos entrevistados se mostrarem interessados em saber sobre as ações de responsabilidade social das empresas, são ainda poucos os que efetivamente punem uma empresa que não possui essas práticas.


“A antiga União Soviética foi um desastre ambiental. Aí está, certamente, um dos fatores da sua derrocada. Fica cada vez mais evidente que proteger o meio-ambiente não é mais um luxo. É uma necessidade”.
De Mário Molina, químico mexicano, que ganhou
o Prêmio Nobel, em 1995, por ter descoberto
o efeito dos CFCs sobre a camada de ozônio.


Pan-epidemia


 A praga do plástico virou epidemia globalizada.
 Uma recente pesquisa da Marine Conservation Society, que monitora mais de 160km do litoral britânico, informa que houve aumento de 90%, na densidade de detritos em relação à década de 90.
 Mais de um terço do lixo pesquisado consiste de fragmentos de plástico, embalagens de comida, tampas de garrafas e cotonetes.
 Isso significa, segundo o Pnuma, que existem cerca 46 mil peças de plástico flutuando em cada milha quadrada dos oceanos do mundo.
 Se as baterias, os celulares, as pilhas e eletrodomésticos também boiassem, talvez, esse número triplicasse.


Cachoeira do Iauaretê – São Gabriel da Cachoeira (AM) está uma alegria: foi aprovada como patrimônio imaterial pelo Iphan a cachoeira do Iauaretê. Com 85% da população indígena, a cachoeira é considerada um lugar sagrado. A Cachoeira do Iauaretê será o primeiro patrimônio registrado no chamado Livro dos Lugares, do Iphan. Já existem os livros dos Saberes, das Celebrações e das Formas de Expressão.
Animais silvestres – A apreensão de animais, em 2005, bate recorde em São Paulo.  As apreensões chegaram a 25.111 animais. Os dados parecem confirmar São Paulo como rota e destino final de animais retirados da natureza de outras partes do Brasil. Mesmo porque, segundo o Ibama, apenas 18% do total apreendido era de terras paulistas.
Volta e meia – Um parente do albatroz, uma ave marinha chamada bobo-escuro (Puffinus griséus) segundo pesquisadores é a ave que pode entrar no Livro dos Recordes: a ave é capaz de viajar 63 mil km em um ano. É o equivalente a uma volta e meia na Terra. A espécie se reproduz sob o verão austral, do Chile à Nova Zelândia, e no meio do ano segue para o norte do Pacífico em busca de calor.
Energia geotérmica – Pelas pesquisas do engenheiro Jefferson Tester, do MIT – Massachusetts Institute of Technology, uma nova forma de produzir energia  está chegando. Vem através do calor gerado nas profundezas da terra pelo enfraquecimento natural dos isótopos, com potencial para fornecer uma grande quantidade de calor milhares de vezes mais do que se consume hoje por ano.


Mudanças no clima


  As mudanças climáticas estão muito mais perto do que se imagina.
  Na América do Norte e na Europa, uma onda de calor acima do normal provocou centenas de mortes, dizimou rebanhos e plantações.
  Na Groelândia, os esquimós começaram a usar ar condicionado dentro dos iglus. Sim, como os iglus são hermeticamente fechados para evitar as temperaturas mais baixas, com um pouco de calor tornaram-se moradias insustentáveis.
  Relatório da ONU estima um aumento na temperatura média da Terra será entre 2 e 4,5 graus até 2050. Isso é gravíssimo, para o ser humano e para o meio ambiente.
  As mortes relacionadas ao calor vão dobrar nos próximos 20 anos.

Funai no exterior

 Os caciques Raoni e Megaron estão em pé de guerra e a situação político-administrativa na Funai não está nada boa.
 Depois que a imprensa denunciou que o presidente da autarquia, Mércio Pereira Gomes, visitou a Suíça sete vezes, três vezes os Estados Unidos, duas a Inglaterra e mais umas cinco os países vizinhos na América do Sul, o Ministério da Justiça começou a monitorar a Funai.
 Aliás, nos três anos de Funai, Gomes já havia visitado 118 vezes o Rio de Janeiro, onde tem vários familiares.
 Do orçamento de 118 milhões, o custeio da Funai engoliu 80 milhões. Foram apenas 30 milhões com os índios. E olha que a autarquia não responde mais nem pela saúde e nem pela educação nas aldeias.
 Garantir as reservas indígenas, nem se fala.


CPMF ambiental


 A compensação ambiental sempre gera polêmica. 
 Agora as indústrias travam uma queda de braço com os órgãos ambientais devido a taxa de compensação ambiental, criada em 2000 e que serve para criar e manter as Unidades de Conservação.
 Os empresários alegram que a taxa vai encarecer os investimentos.
 O porcentual mínimo fixado pela lei é de 0,5%. As indústrias e o setor ambiental discutem agora o teto, que pode ser de até 3%, segundo o Ibama, ou até 5%, conforme prevê um projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados.