Folha do Meio Ambiente

  Quem mais ganha, ainda, com os produtos orgânicos são os varejistas.
  A pesquisa é da professora Júlia Guivant (UFSC) sobre cadeia de orgânicos em Santa Catarina.
  O agricultor vende o produto orgânico praticamente no mesmo preço do convencional (muitas vezes com preço igual), mas os supermercados aproveitam a demanda crescente para superfaturar. Preços e lucros.
  Enquanto houver demanda crescente e não oferta correspondente, os varejistas terão oportunidade de lucrar em cima do apelo de saúde e meio ambiente.

Falta de saneamento

 Só o município de Guarulhos-SP despeja mil litros de esgoto in natura por segundo no rio Tietê, na altura do Parque Ecológico.
 Aliás, essa é uma prática em toda região metropolina: milhões de litros de esgoto sem tratamento são lançados diariamente nos córregos que correm para os rios Tietê e Pinheiros.
 O problema chegou a tal ponto que a Prefeitura de São Paulo acionou o Ministério Público para encontrar uma forma de impedir tanta poluição.
 Eduardo Jorge, secretário municipal do Meio Ambiente de São Paulo, não descarta a possibilidade de a Prefeitura acionar judicialmente os próprios municípios.
 É um cerco contra o esgoto jogado nos rios que deveria ser repetido em todas as regiões brasileiras.

Que feio, Unilever!

 Coisa feia é esse negócio de biopirataria via Sedex.
 A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam uma tentativa de envio ilegal de patrimônio genético brasileiro para fora do País.
 A suspeita envolve a Unilever, uma das maiores fornecedoras de produtos de bens de consumo no mundo, com mais de 30 marcas no mercado brasileiro.
 O pacote, declarado aos Correios apenas como “documento”, trazia 768 frascos com conteúdo vegetal, e tinha como destino a Unilever na Inglaterra.
 Uma clara tentativa de biopirataria.

Fundo contra o desmatamento

 Um fundo global contra o desmatamento, essa é uma proposta brasileira.
 Finalidade? Sim, seria um fundo voluntário, no âmbito da Convenção do Clima da ONU, bancado pelos países industrializados para financiar a redução do desmatamento nos países pobres que ainda têm florestas tropicais.
 O funcionamento seria simples: países que reduzissem sua taxa de desmatamento abaixo de um certo limite durante um período determinado teriam direito a receber dinheiro do fundo para financiar mais ações contra o desmatamento.
 Sobretudo o desenvolvimento de economias regionais baseadas no uso não-predatório da floresta.

“Em qualquer lugar onde encontro uma criatura viva, encontro desejo de poder.”
Lição política deixada pelo filósofo
alemão Friedrich Nietzsche

Triste fim de manguezais

 Incrível, mas a produção de camarão continua avançando sobre os manguezais do Nordeste.
 Há anos o Ibama executou uma megaoperação no Rio Grande do Norte para verificar denúncias de destruição de manguezais por criadores de camarão em cativeiro.
 Foram encontradas irregularidades na maior parte dos viveiros inspecionados, o que deu origem a multas, ações judiciais e promessas de tornar mais eficientes os órgãos de fiscalização.
 Em duas áreas sobrevoadas recentemente, a devastação continua: a Lagoa de Guaraíras e o estuário do Rio Curimatau.
 Na lagoa, uma vasta área do manguezal continua ocupada por fazendas de camarão, que não respeitam nenhuma margem de recuo, além de represar e desviar o curso dos rios.
 O mesmo problema acontece no litoral do Ceará e da Bahia.

Maracutaia ambiental – Mais de 2 mil pareceres técnicos do Ibama deverão ser revistos, no Rio de Janeiro. Tudo porque a Polícia Federal acusa 25 fiscais do Ibama-RJ, além de sete empresários e comerciantes do ramo imobiliário e industrial de negociar laudos ambientais forjados. E tem muitas obras já em andamento.
Steinbruch  – Mais uma vez a CSN foi denunciada por poluir rio Paraíba do Sul. O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da empresa, está no alvo da Justiça Federal. Relatórios da Feema acusam a CSN de lançar benzo-a-pireno no rio Paraíba do Sul entre 1990 e 2000. E de benzeno no ar de Volta Redonda.
Alerta – Os casos de suicídio entre os índios está aumentando. O alerta é do Ministério da Saúde que, numa pesquisa, mostrou que a taxa entre indígenas representa mais do que o dobro da média nacional: 11,11%. Antropólogos dizem que o problemas não é decorrente apenas da questão da falta de terra. Na raiz do problema está o confinamento dos povos em espaços pouco adequados à manutenção de suas tradições culturais.

Aviso ecológico: parques nacionais fechados não ensinam, não conscientizam e muito menos geram renda para sua própria gestão. Pior: com a falta de infra-estrutura provocam invasões de moradias
irregulares, atividades econômicas ilegais e degradação ambiental. Nem incentivam o ecoturismo!