Excelência socioambiental
20 de novembro de 2006Empresas dos EUA participam do Prêmio de Excelência Corporativa e três delas ganham o título por trabalho na América do Sul.
25/10/2006Clifford Sobel, embaixador estadunidense no Brasil, depois de sua participação
na vídeo-conferência,
fez questão de cumprimentar
o representante da Sambazon, Rivadávia Gusmão.
Cidadania corporativa: três empresas premiadas em 2006
Segundo Josette Sheeran, sub-Secretária para Economia, Negócios e Agricultura, que foi a mestre de cerimônia da premiação, “a América Latina é uma das nossas mais importantes parceiras comerciais”. Sheeran justificou a premiação como importante força para valorização da democracia, do desenvolvimento e da responsabilidade social. “São empresas – disse ela – que são modelos de lideranças para o resto do mundo, pois valorizam a cidadania corporativa que significa sobretudo investir nas pessoas”.
A Secretária Condoleezza Rice foi enfática ao dizer que o prêmio honra as empresas norte-americanas que atuam no exterior. “Como os Estados Unidos, estas empresas procuram promover ao redor do mundo inovações e lideranças, consciência e ajudas humanitárias, liberdade e oportunidades”, enfatizou Rice. Segundo a Secretária, estas empresas ganhadoras do Prêmio 2006 estão construindo no Hemisfério Sul um desenvolvimento sustentável, gerando negócios que produzem renda para as comunidades, educando as novas gerações e construindo uma economia mais forte.
General Motors – COLÔMBIA
A General Motors, da Colômbia, recebeu o prêmio pelo trabalho que a empresa desenvolve, em conjunto com a ONG Juan Bosco Obrero, pela reintegração na sociedade dos jovens pára-militares que deixam as guerrilhas. E, também, pelo trabalho de assistência, treinamento e oportunidade de emprego para as famílias afetadas pela guerra, sobretudo viúvas e filhos de militares que perderam a vida nas lutas internas do país.
Ao receber o prêmio, Robert Lutz, o vice-presidente da General Mortors mundial, salientou que sua companhia “tem compromisso em ser uma empresa cidadã, enfocando em seus negócios a educação das comunidades onde atua, a saúde da população, a segurança e a satisfação de seus parceiros e funcionários. “A premiação nos alegra e reconhecemos sua importância – reforçou Lutz – mas quero salientar que nossa regra é levar a sério todas as nossas responsabilidades socioambientais independente dos prêmios”.
Goldman Sachs – CHILE
A outra empresa norte-americana premiada foi a Goldman Sachs, pela sua filial no Chile. A Goldman Sachs adquiriu e doou uma área de 680.000 acres da Patagônia para a Wildlife Conservation Society, a fim de que a ONG promovesse um trabalho de defesa e preservação.
O chefe da Goldman Sachs, no Chile, Lloyd Blankfein, explicou que, em 2002, a companhia comprou uma carteira de títulos “podres” e junto veio esta importante área ecológica de floresta da Patagônia. A área foi identificada como uma rara oportunidade de defesa do meio ambiente e deveria ser preservada. Uma parceria com a Wildlife Conservation Society e com conservacionistas chilenos desenvolveu o projeto de preservação.
Sambazon – BRASIL
Do Brasil, a empresa ganhadora foi a Sambazon, com sede em Santana, no Amapá. A Sambazon ganhou o prêmio por promover o desenvolvimento sustentável na floresta amazônica e garantir melhorias nas condições de vida das comunidades ribeirinhas.
Segundo Ryan Black, ex-surfista da Califórnia que criou uma empresa no Amapá para produzir pôpa de açaí e promover sua comercialização pelo mundo (95% vão para os Estados Unidos) a missão de um empresário consciente é criar negócios para gerar riqueza, criar o desenvolvimento sustentável para as comunidades envolvidas e ajudar preservar o Planeta. “É o que nós fazemos na floresta Amazônica. Eu vi uma oportunidade de usar o açaí como um produto de promoção do desenvolvimento sustentável na região”, salientou Ryan Black.
Ryam e o amigo Ed Nichols, tiveram a idéia de importar frutas tropicais depois de experimentar açaí durante uma viagem de surfe ao Nordeste do Brasil em 1999. Alguns meses depois, eles fundaram a Sambazon. Ao mesmo tempo que lembra o samba, ritmo bem brasileiro, é abreviação de Saving and Managing the Brazilian Amazon (Protegendo e Administrando a Amazônia Brasileira) “Nossa idéia inicial era mostrar aos nativos que vale a pena ser um guardião da floresta”, destacou o surfista-empresário.
Um dado importante: Rivadávia Gusmão explicou que a Sambazon paga 25% acima dos preços de mercado a agricultores da Amazônia que reservam parte de suas terras à proteção ambiental e adotam um modelo de cultivo que preserva a biodiversidade da mata.