Protocolo de Kioto
27 de novembro de 2006De Nairóbi para a Indonésia em 2007
A conferência da ONU sobre mudanças climáticas realizada, em novembro, em Nairobi (Quênia) deu um passo à frente. Delegações dos 189 países vão levar aos seus países a missão de rever os prós e contras do Protocolo de Kioto. O tema será retomado na próxima Conferência do Clima, na Indonésia, em 2007. Segundo ambientalistas participantes, a proposta do governo brasileiro de redução compensada do desmatamento, apresentada em Nairóbi, foi um passo importante dado pelo Brasil rumo ao combate às mudanças climáticas.
A idéia também voltará a ser discutida no final de março de 2007, num workshop específico, na Austrália, sobre questões de desmatamento.
“Houve um acordo que consideramos como um pequeno passo à frente para encontrar uma solução comum para o acordo continuar vigente depois de 2012, diz Denise Hamú, Secretária-Geral do WWF-Brasil. Para Mauro Armelin, coordenador de Políticas Públicas do WWF, “após as reduções dos índices de desmatamento por dois anos seguidos, o governo brasileiro não deve temer estabelecer metas nacionais claras de redução contínua do desmatamento”.
Na reunião de Nairóbi houve avanço também nas discussões sobre o Fundo de Adaptação, um mecanismo financiado pelos países desenvolvidos para que os países em desenvolvimento possam lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Hoje, cada projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) paga 2% do seu valor para este Fundo, mas o dinheiro ainda não está sendo empregado.
O governo brasileiro propôs a criação de um fundo internacional que auxilie na conservação de florestas de países em desenvolvimento. Estima-se que de 20% a 25% das emissões de gases que causam o efeito estufa sejam provocados pelo desmatamento de florestas tropicais, incluindo a Floresta Amazônica, que, em ritmo acelerado de desmatamento, contribui para que o Brasil permaneça entre os dez maiores poluidores do planeta.
O Protocolo de Kioto foi assinado em 1997, com o objetivo de comprometer os países acordados a reduzirem a emissão de gases poluentes em até 5,2% com relação às emissões produzidas em 1990. Isso até 2012.