Folha do Meio Ambiente

Concebida para abrigar os atletas do 15º Jogos Pan-americano Rio 2007, de 13 a 29 de julho, a vila foi entregue em dezembro aos proprietários que compraram os apartamentos ainda na planta. São 17 prédios com 1.480 apartamentos.
Com uma agressiva campanha de marketing, que agregava valor aos cuidados ecológicos adotados, 90% dos apartamentos foram vendidos nas primeiras cinco horas do início da comercialização no local do empreendimento. O  que mostra o interesse dos compradores por práticas saudáveis e sustentáveis.
O projeto segue os padrões do Comitê Olímpico Internacional (COI) para vilas olímpicas, oferecendo segurança e conforto aos cerca de seis mil atletas que serão alojados no local. 
 Nos quatro locais de rea-lização das provas também serão adotadas práticas ambientais para minimizar os impactos causados pela competição. O modelo recomendado pelo COI segue  uma tendência  mundial.
Na Copa do Mundo de Futebol, em 2006 na Alemanha, as águas servidas de todos os locais da competição eram tratadas, os veículos de serviço da copa, em circulação nas áreas de jogos, não eram poluentes e os uso de materiais descartáveis, como copos plásticos, foi evitado. A iniciativa recebeu o nome de Gol Verde. Na entrega do Oscar, este ano, o prêmio máximo do cinema, cuidados semelhantes foram adotados por recomendação do ambientalista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.
O Comitê Executivo da Organização Desportiva Pan-americana (Odepa) visitou as obras do Pan, no início de abril, e aprovou todas as medidas adotadas. O vice-presidente da Odepa, Jorge Nery Carvajal, destacou a importância do legado ambiental e social que será deixado pelos jogos. “O benefício é incalculável para a juventude e o desenvolvimento social sustentado do Brasil”.
O secretário-geral do Comitê Organizador do Pan 2007, Carlos Roberto Osório, disse que todas as recomendações da entidade internacional foram seguidas para que o Pan seja uma ação bem-sucedida.

Ecologia humana

O projeto do Pan, além de
respeitar o meio ambiente, promove a inclusão social. Em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o governo federal patrocina o curso de guias cívicos do Pan 2007 para mais de 10 mil jovens moradores de 149 comunidades populares do Rio de Janeiro, localizadas próximas aos locais dos eventos esportivos, entre eles há 430 socorristas.
A primeira turma foi diplomada em 11 de abril, depois de quatro meses de aulas, pelo pre-sidente Luís Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Esporte Orlando Silva, em cerimônia no Maracanã. Os guias cívicos têm entre 14 e 24 anos de idade e receberam informações sobre cidadania, ética, solidariedade, trânsito, turismo, inglês e espa-nhol. Graças à capacitação que receberam, além de fazerem seus documentos, os guias abriram conta em banco para receber o auxílio da bolsa de R$ 175,00. Mais oito cursos para formação de guias cívicos serão realizados pelo governo federal.
As ações de inclusão social promovidas pelo governo fede-ral fazem parte do plano traçado conjuntamente pelo Ministério do Esporte e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). O objetivo das ações voltadas para o Pan 2007 é dar visibilidade às questões relacionadas aos negros e aos indígenas. Elementos como a luta histórica por liberdade e cidadania, igualdade entre os povos, e o respeito à diversidade étnica, como elemento motivador de paz e desenvolvimento, serão valorizados. É dentro deste critério que se coloca o Parapan-americano, de 17 a 29 de agosto, para atletas portadores de necessidades especiais.
Nesta lógica de valorização das minorias, a tocha pan-americana será levada primeiramente para comunidades indígenas e quilombolas assim que chegar ao Brasil. A chama do Pan será acessa em 4 de junho, no México, e chegará em Brasília no dia 5, percorrendo várias capitais até desembarcar ao Rio de Janeiro, onde será recepcionada com um grande espetáculo no Maracanã. Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva, o governo federal está investindo em ações sociais e este será um legado permanente para o Estado do Rio de Janeiro.