Petrobras monitora ação na Amazônia
20 de junho de 2007Marina Silva: “Confio nos convertidos. A redenção da floresta está na pesquisa científica e no conhecimento”.
O Centro ambiental da Probras na Amazônia terá investimento superior a R$ 500 milhões até 2012. Na foto, Ildo Sauer, presidente em exercício da Petrobras, a Ministra Marina Silva, e o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Viana.
Para o Secretário Estadual de Meio Ambiente, Virgílio Viana, "Manaus será, com o CEAP, não somente a capital da biodiversidade, mas, também da sustentabilidade e da inteligência ambiental". Ildo Sauer, presidente em exercício da Petrobras, aproveitou para argumentar sobre a importância geopolítica e estratégica do CEAP: "a Petrobrás constrói o futuro, agora, no presente".
Aprendendo com a crise
Desde o derramamento de óleo ocorrido na Baía de Guanabara em 2000, a Petrobras constatou a necessidade de conhecer muito bem os ambientes onde atua e transporta seus produtos. A partir de então, reformou toda sua política de gestão ambiental, através do programa Pégaso (Programa de Excelência Ambiental e Segurança Operacional).
Na Região Amazônica, a partir de 2002, o Projeto Piatam (Potenciais Impactos e Riscos Ambientais da Indústria do Petróleo e Gás na Amazônia), passou a sistematizar todas as informações que possam servir de subsídio para eventuais contingências. E para monitorar as atividades de produção e transporte de petróleo e gás oriundos de Urucu, a maior província petrolífera terrestre, localizada na maior floresta tropical do mundo, foi criado o Projeto Cognitus, vertente tecnológica do Piatam.
A equipe da Folha do Meio Ambiente acompanhou a exposição de pesquisas desses projetos, em Manaus, durante dois dias, antes de conhecer o CEAP.
Ali registrou a competência e a dedicação à causa de dezenas pesquisadores, que sabem que só teremos soberania sobre a Amazônia se produzirmos conhe-cimento sobre ela. "Temos uma imagem de responsabilidade social e ambiental a preservar, principalmente na Amazônia", destacou Fernando Pellon Miranda, coordenador científico desses projetos pela Petrobras. O CEAP também se dedicará ao estudo das mudanças climáticas.
Óleo na Baia de Guanabara
Em janeiro de 2000, a própria Folha do Meio Ambiente registrou na edição 101, cinco páginas sobre o derramamento de 1,3 milhão de litros de óleo quente proveniente de um duto da Refinaria Duque de Caxias na Baía de Guanabara. O mais cruel disto tudo que esta era uma catástrofe anunciada. A situação era tão ruim, que era um pesadelo que pairava no para os técnicos: mais cedo ou mais tarde iria acontecer.
Na mesma edição, o jornal registrou uma denúncia do senador Jefferson Peres (PDT-AM): "O Amazonas corre perigo". Peres afirmava que a floresta amazônica estava ameaçada de um desastre ambiental provocado por vazamento de óleo da Petrobras e que a empresa demonstrava um completo despreparo para conter o derramamento de óleo no Rio. Na ocasião, o senador denunciava que a equipe da Petrobras, enviada ao local do acidente chegou desprovida de equipamento e combateu o vazamento com primitivismo.
Por isso, Peres exigia, que para prevenir um acidente na floresta, envolvendo o oleoduto Urucu-Coari, a Petrobras deveria instalar, o mais cedo possível, um sistema de monitoramento contínuo da vazão do oleoduto. É justamente o que faz o Projeto Cognitus, vertente tecnológica do Piatam. Hoje, uma linha de robôs altamente sensíveis é capaz de detectar qualquer mudança no meio ambiente.
IMPLANTAÇÃO DO CEAP
O Centro de Excelência Ambiental da Petrobrás na Amazônia pode significar a preservação da maior floresta tropical úmida do planeta. Ele terá investimento superior a R$500 milhões até 2012. Trinta projetos já estão em andamento, reunindo 650 pesquisadores, a vanguarda tecnológica e científica ao compromisso com a responsabilidade social e ambiental necessários à atuação sustentável na região.
A implantação do Ceap tem relevância estratégica, a começar pela redução de riscos associados a intervenções da indústria do petróleo na Amazônia. O Centro será um instrumento gerencial às parcerias estratégicas da Petrobras na área, o que inclui universidades, instituições de pesquisa, órgãos governamentais, ONGs e agentes econômicos.
Segundo Ricardo Castelo Branco, Gerente-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável do Cenpes, no Ceap todos os projetos da Petrobras serão estruturados em núcleos temáticos.
Ele constitui de uma rede multidisciplinar de recursos humanos, tecnológicos e de conhecimento e informações. Irá gerir a carteira de projetos da Petrobras na Amazônia e as parcerias firmadas com universidades e
institutos de pesquisa.
Para o gerente-executivo de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa, o Ceap traduz bem a missão da Petrobras, pois alia estratégias de negócios ao compromisso com a
responsabilidade social e ambiental.
"O Centro conta com uma rede de parcerias, envolvendo dezenas de
instituições do Brasil e do exterior. Essa organização do trabalho já faz do Ceap um marco na busca do desenvolvimento sustentável na Amazônia", destacou Santarosa.