Semana do Meio Ambiente

Bolsa Floresta no Amazonas

20 de junho de 2007

Eduardo Braga sanciona lei sobre seqüestro de carbono e cria Bolsa Floresta para atender 60 mil famílias

O PMDB pegou carona nos compromissos ambientais do governo do Amazonas

 

 

No lançamento do Bolsa Floresta, Eduardo Braga fez questão de agradecer o governo Lula pela prorrogação do modelo Zona Franca de Ma-naus até 2023, indispensável para a conservação de 98% da floresta do Estado – algo em torno de 150 hectares. Mas lamentou o fato de ainda hoje o modelo não ser reconhecido pelo protocolo de Kioto de forma a gerar uma remuneração justa ao povo da região pelo seqüestro de carbono.
"Cobrar a responsabilidade dos países mais ricos é cobrar condições para que o Amazonas, que está fazendo o seu dever de casa, alcance recursos suficientes e necessários para dar aos verdadeiros guardiões, ou melhor, aos zeladores da floresta, melhor dito, aos nossos povos da floresta, as condições de vida que um povo merece e precisa para sobreviver", afirmou Braga.
O governador aproveitou para pontuar algumas ações já colocadas em prática pelo seu governo, que está comprometido com os povos da floresta, a preservação ambiental, a evolução tecnológica e o bem estar do planeta, e deixou claro que é possível conciliar desenvolvimento com preservação ambiental, sem dispensar atenção especial ao social.
"Essa lei estadual criou os nossos serviços ambientais. Se nós temos carbono, carbono é um produto. Se nós seqüestramos carbono, seqüestro de carbono é um serviço. Sem estruturar um produto e um serviço nós não poderíamos, além da lei de mudanças climáticas, criar um fundo que vai financiar o Bolsa Floresta, que vai estabelecer o desafio do desmatamento zero nas unidades de conservação do Estado do Amazonas", explicou.
O governador lembrou, ainda, que hoje a floresta pode ser uma fonte inesgotável de recursos para a sustentabilidade e o financiamento de um modelo de emprego, renda e ocupação econômica.
"Não é justo que nos cobrem, exclusivamente, as nossas obrigações e os nossos deveres para com a floresta. É necessário que nos remunerem, que nos dêem as condições para que o povo da floresta possa viver com dignidade.

Bolsa Floresta quer atender 60 mil famílias

Nesta primeira fase, segundo o go-vernador Eduardo Braga, o Bolsa Floresta vai beneficiar 8, 5 mil famílias que habitam as 31 unidades de conservação ambiental do Amazonas, tota-lizando 17 milhões de hectares. O Go-verno repassará R$ 50 todos os meses às famílias que têm o compromisso de utilizar racionalmente os recursos naturais, por meio de técnicas de manejo. A meta é atingir 60 mil famílias até 2010.
O Bolsa Floresta é um fundo a ser constituído a partir da remuneração pela prestação de serviços ambientais. "As florestas do Amazonas prestam um bem ao meio ambiente funcionando como um grande refrigerador da Terra. E a preservação dessas florestas acontece graças a presença de homens e mu-lheres que habitam essas matas. Com o Bolsa Foresta será arrecadada verba a ser repassada para essas pessoas a fim de que elas tenham melhor qualidade de vida".

Greenpeace desafia Lula a seguir exemplo de Braga

Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, desafiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a seguir o exemplo do Governo do Amazonas e instituir uma política nacional sobre mudanças climáticas. Adário foi mais longe: pediu, ainda, para o governador Eduardo Braga (PMDB) liderar, junto ao Congresso, uma iniciativa com o objetivo de sensibilizar e levar o Governo Federal a adotar, também, um fórum nacional de mudanças climáticas e uma política nacional de mudanças climáticas. "Essa seria uma maneira de levar esse exemplo, que é visionário, para o âmbito nacional e internacional", afirmou.
 Para uma platéia atenta, que prestigiou a solenidade de sanção das leis estaduais que colocam o Amazonas na vanguarda no trato das questões ambientais, Paulo Adário lembrou que a preservação das florestas "é vital para o nosso futuro e o futuro do planeta".
 Adário disse esperar que os países mais ricos, membros do G-8, reunidos na Alemanha, dei-xem de lado o discurso e passam às práticas para combater o aquecimento global. "Eles precisam é fazer o dever de casa e reduzam as emissões de gases, porque são os culpados históricos pelo aquecimento".  Paulo Adário lembrou, ainda, que 80% dos gases que provocam o aquecimento global foram gerados pelos países ricos e disse que hoje todos têm
responsabilidade com o futuro.
 
PMDB ficou verde
Enquanto o governador
Eduardo Braga lança uma chama verde sobre seu partido, o PMDB, e ocupa um grande espaço na agenda dos ambienta-listas, o  presidente do partido, Michel Temer, destacou a atuação do ex-vice-presidente norte Americano, Al Gore, na defesa das questões ambientais, e disse que Braga deveria ser reco-nhecido como o defensor dessas causas no Brasil.
Para Michel Temer o Brasil tem inúmeras razões para ter orgulho de Eduardo Braga sobretudo pela visão futurista que o governador apresenta ao sancionar a lei que cuida do meio ambiente. "Se for possível resumir uma palavra-símbolo para o meio ambiente no mundo que seja Amazonas, porque é neste estado que as coisas acontecem, é neste estado que o meio ambiente é respeitado e tem sido possível conciliar  desenvolvimento com preservação", afirmou.