Editorial

Caro Leitor

18 de junho de 2007

Boas e más notícias Dia 12 de junho não foi apenas o Dia dos Namorados, foi também a data em que a Câmara Federal aprovou a Medida Provisória nº 366/07 que reestrutura o Ibama. Com a MP, o Ibama fica responsável somente pela área de licenciamento ambiental e o Instituto Chico Mendes, criado com a… Ver artigo


Boas e más notícias


Dia 12 de junho não foi apenas o Dia dos Namorados, foi também a data em que a Câmara Federal aprovou a Medida Provisória nº 366/07 que reestrutura o Ibama. Com a MP, o Ibama fica responsável somente pela área de licenciamento ambiental e o Instituto Chico Mendes, criado com a ação do Executivo federal, fica responsável pelas unidades de conservação, UCs, que são os parques nacionais e as reservas extrativistas.
A MP ainda terá de ser votada pelo Senado e depois sancionada pelo presidente da República. A votação foi apertada: 250 votos a favor, 161 contra e sete abstenções. Os funcionários do Ibama, em greve desde a edição da MP, lotaram as galerias do Congresso e vaiaram os deputados favoráveis a reestruturação.
Manifestações contra ou a favor de alguma coisa sempre fizeram parte do cenário democrático. A manifestação dos servidores do Ibama, contra a MP, é legítima, mas parece totalmente fora do contexto. Os funcionários, nos informes distribuídos nas ruas e no espaço publicitário comprado em rádios e TVs, afirmam que a MP facilitará a internacionalização da Amazônia e que o governo está se deixando levar pelas empreiteiras.
É difícil imaginar que a ministra do Meio Ambiente Marina Silva com o curriculum que tem e com conhecimento da causa ambiental construído desde os tempos dos seringais esteja aliada com as empreiteiras ou pensando em internacionalizar a Amazônia. Ao defender seu ponto, de vista valendo-se de argumentos insanos, os manifestantes perdem a seriedade.
Enquanto isto, a mídia fortalece sua seriedade ao voltar seus olhos para as questões ambientais. Precisou uma quase catástrofe, como a mudança climática, para os veículos de comunicação darem espaço para as questões ecológicas, que têm forte reflexo sobre a economia e a política do planeta.
Ao mesmo tempo, merece aplauso a iniciativa do governados do Amazonas, Eduardo Braga, ao implementar a lei que define a Política Estadual de Mudanças Climáticas para o estado e cria a primeira legislação brasileira sobre seqüestro do carbono.
Lastimável, no entanto, é o cenário que continua a dominar na Serra Vermelha, no Piauí, onde as carvoarias prosseguem agredindo o meio ambiente e as pessoas. Tudo isto e muito mais você leitor encontra nesta edição da Folha do Meio Ambiente.
Compartilhamos com nossos leitores e patrocinadores a alegria de estarmos juntos durante 18 anos. Obrigado a todos pelo apoio e pelo incentivo nesta caminhada.


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