Coluna do Meio
18 de junho de 2007[email protected]
Para inglês ver
Mais uma vez os ambientalistas têm razão de reclamar: a reunião do G-8 (grupo dos países mais ricos do mundo) terminou com um reconhecimento pífio.
Há necessidade de “reduzir substancialmente” a emissão dos gases que causam o aquecimento global.
Mas ninguém fixou metas de redução das emissões.
EUA e a Rússia vetaram metas precisas, do que resultou um comunicado totaomente aguado.
Para inglês, o G-8 disse que “considerará seriamente” as decisões já tomadas pela União Européia, o Canadá e o Japão, as quais incluem cortar ao menos pela metade as emissões até 2050.
Nada deve ser de cumprimento obrigatório.
Brincadeira! Até Lula atacou o acordo do G-8.
Lição do Lula
Aliás, o presidente Lula acabou falando a verdade. Duas vezes.
Primeiro alertou que o prazo de 2050 marcado para a redução de emissão de CO2 significa que “ninguém fará nada até 2049”.
Segundo, disse é contra a proposta de Bush de insistir em que o tema das emissões seja tratado fora do Protocolo de Kioto.
Fundo do Bird
O Banco Mundial está planejando criar um fundo de investimento de US$ 250 milhões para recompensar países pelo “desmatamento evitado”.
Estão nesta relação, além do Brasil, a Indonésia e a República Democrática do Congo.
O Bird vai trabalhar com governos, comunidades locais e ONGs para estabelecer diretrizes sobre como monitorar rigorosamente os projetos.
Isto significa que o banco quer assegurar que o dinheiro só seja encaminhado para quem rigorosamente proteger as áreas florestais.
Esta é boa!
Retorno duvidoso
A polêmica obra de transposição do rio São Francisco, que tem um custo de mais de R$ 5 bilhões, parece que vai começou com a chegada do Exército a Cabrobó (PE).
É bom lembrar que já se gastou só com o projeto da transposição, que ainda está no papel, R$ 443 milhões.
Aí está a incoerência e o desperdício. Gastou-se com o projeto mais do que o dobro do custo das ações de revitalização do rio no mesmo período.
Ah! se esses R$ 5 bilhões fossem gastos na bacia hidrográfica do São Francisco.
Evidente que teria um retorno certo. Econômico, político e ambiental.
Sem água no teto do mundo
Nem o teto do mundo escapa do aquecimento. A cobertura de neve do Monte Everest foi reduzida em 217 metros, entre 1966 e 1997, e chegou mesmo a desaparecer na região da geleira Rongbuk, ao norte.
O Greenpeace China informa que a aceleração no derretimento das geleiras – um fenômeno causado pelo aquecimento global – pode comprometer a oferta de água para países asiáticos porque alguns do principais rios da Ásia, como Yang-tsé, Amarelo, Mekong e Gânges, nascem justamente no Platô Tibetano.
Se faltou água no teto, vai faltar na planície.
E depois de 2012?
Decisão dos ministros do Meio Ambiente de 28 países reunidos na Suécia:
O evento preparatório de Bali (sede de conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas de Mudanças Climáticas, em dezembro) deverá estabelecer um calendário e um compromisso com medidas concretas para um futuro acordo sobre mudanças climáticas.
O objetivo é seguinte: em 2012 expira o Protocolo de Kioto. Até 2009 tem que nasceu um novo acordo para substituí-lo.
Crédito de carbono:
US$ 1,2 bi
O Brasil é o terceiro maior país em projetos (são 222) que permitem a negociação dos créditos de carbono.
E o Brasil tem potencial para movimentar US$ 1,2 bilhão destes créditos de carbono até 2012.
O cálculo é do BNDES e leva em conta redução de emissão de CO2 de até 60 milhões de ton/ano, que serão comprados na forma de crédito por países poluidores.
O custo é de 10 a 20 dólares a tonelada.
A Serra é Vermelha, a mata é verde, a água é azul, a ganância é amarela e a consciência destes empresários e tecnícos é cinzenta. É incrível o Brasil aceitar esta agressão á Serra Vermelha, no Piauí!