Whalewatching

AXÉ DAS BALEIAS!

20 de julho de 2007

As baleias chegam ao litoral brasileiro e fascinam os turistas

O Instituto Baleia Jubarte, com sede na Bahia é responsá-vel pela proteção e pesquisa da espécie. O IBJ possui duas bases de pesquisa e educação ambiental, uma em  Caravelas, extremo Sul  e  outra em Praia do Forte, litoral norte da Bahia, além de realizar expedições periódicas em outros pontos da costa e de manter uma base temporária, em Itacaré, no “meio do cami-nho” entre as duas bases.
Os pesquisadores vêm notando a cada temporada um aumento significativo da presença destes animais em Salvador e região metropolitana: as baleias já são freqüentemente observadas pelo público que transita pela orla deste grande centro urbano, causando espanto e admiração.
A bióloga Márcia Engel, diretora presidente do Instituto Baleia Jubarte, revela que, segundo levantamento realizado em 2005, uma população de cerca de 6 mil baleias migra todos os anos para o litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. O local de maior concentração reprodutiva é o Banco dos Abro-lhos, no sul da Bahia.
Em 2006, os pesquisadores avistaram 1.351 animais, sendo 188 filhotes. Foram realizadas 668 fotoidentificações na costa baiana. A fotoidentificação é feita por meio de desenhos na cauda das jubarte e representa a principal ferramenta de pesquisa da espécie.
“As fotografias servem como uma carteira de identidade das baleias, pois a coloração da cauda, tal qual uma impressão digital, nunca se repete de um indivíduo para o outro”, explica a bióloga. O catálogo do Instituto Baleia Jubarte é o 2º maior do Hemisfério Sul, com cerca de 2.599  baleias identificadas – apenas o da Austrália possui um número maior de baleias catalogadas – e é o único organizado por apenas uma instituição .
O IBJ também realiza atividades de monitoramento do turismo de observação de baleias, censo aéreo, análises genéticas e de poluentes, estudos de comportamento e do canto das baleias, estimativas populacionais e da distribuição das baleias jubarte e estudos sobre a ecologia dos botos cinza (Sotalia guianensis) e sua inte-ração com barcaças que transportam celulose no extremo sul do litoral da Bahia.


Encalhes das baleias


O problema freqüente durante a temporada reprodutiva das baleias no Brasil é o enca-lhe. Além das causa naturais, diversos são os fatores que podem levar uma baleia a enca-lhar. Emalhe em redes de pesca, colisão com embarcações, doenças que causem debilitação ou desorientação nos animais e poluentes são os principais motivos.  Filhotes que se perdem das mães, por exemplo, podem encalhar porque nesta fase da vida são completamente dependentes do leite materno para se alimentarem. Também é comum as baleias morrerem no mar e sua carcaça ser carregada pelas correntes até as praias. Em 2006, os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte atuaram em sintonia com um importante parceiro no registro e resgate de animais encalhados nas praias do litoral da Bahia, o Instituto Mamíferos Aquáticos. “A atuação conjunta entre o IBJ e IMA foi no sentido de tentar resgatar os animais que enca-lharem vivos, procurando medicá-los e devolvê-los para o mar”, explica o coordenador do IMA, o médico veterinário Gerson Norberto. No caso de animais mortos, os Institutos procuraram atuar em parceria com as autoridades municipais para que as carcaças fossem removidas das praias, reduzindo o risco para a saúde pública e destinadas a locais adequados, onde pudessem ser examinadas na tentativa de se estabelecer a causa da morte.  “Essa união em prol das baleias é de extrema importância”, salienta o coordenador de pesquisa do IBJ, o médico veterinário Milton Marcondes. Em 2006 foram registrados 36 casos de enca-lhes de baleias jubarte em toda a costa do Brasil.


Normas para avistagem de baleias


O coordenador da Base do Instituto Baleia Jubarte, na Praia do Forte, Enrico Marcovaldi, explica que para evitar que as baleias sejam molestadas durante seu período reprodutivo, o Ibama baixou a portaria 117/96, alterada pela portaria 24/2002, que estabelece 7 normas para a observação dos mamíferos marinhos. São elas:
1. Não aproximar as embarcações de qualquer espécie de baleia cachalote e orca, com o motor engrenado, a menos de 100 metros do animal mais próximo. O motor deve ser mantido em neutro para baleias jubarte. E desligado ou em neutro para outras espécies.
2. Não reengrenar ou ligar o motor para afastar-se do grupo antes de avistar as baleias claramente na superfície, a uma distância de, no mínimo, 50 metros da embarcação.
3. Não seguir qualquer baleia por mais de 30 minutos, com o motor ligado, ainda que respeitadas as distâncias.
4. Não interromper, tentar alterar ou dirigir o curso do deslocamento de cetáceos (baleias e golfinhos) de qualquer espécie.
5. Não dividir ou dispersar grupos nem produzir ruídos excessivos a menos de 300 metros do animal.
6. Não despejar qualquer tipo de detrito no mar, a menos de 500 metros de qualquer cetáceo. As demais proibições de despejos de poluentes devem ser observadas de acordo com a Lei.
7. Evitar aproximação caso outras duas embarcações estejam próxima do grupo ou indivíduo em observação.
8. Não mergulhar ou nadar junto das baleias.


Mais informações:
Os interessados em participar dos cruzeiros de avistagem de baleias jubarte no litoral da Bahia, podem contactar as seguintes operadoras, que trabalham em parceria com o IBJ. Parte da renda arrecadada com o whalewatching é destinada ao trabalho de conservação das baleias jubarte:
Salvador e Praia do Forte:
www.prdoforte.com.br/ (71) 3676-1091 e 8802-8156
Itacaré:  [email protected]  tel: (73) 3251-2191
Caravelas:  [email protected]
tel: (73) 3297- 1149 e (73) 3297-1332
Instituto Baleia Jubarte  www.baleiajubarte.com.br
tels: (71) 3676-1463/8127- 8983/(73) 3297-1340/8102-4058