Coluna do Meio

20 de julho de 2007

Esporte bretão, que nada!  Quem diria, Marcos Terena está preparando um livro sobre origem do futebol.  E, segundo Terena, organizador dos I Jogos Intercultu-rais Indígenas do Mato Grosso, o futebol nasceu nas Américas.   “Estou escrevendo um livro para convencer vocês de que o futebol foi inventado aqui. Não é à toa que o continente tem os melhores… Ver artigo

Esporte bretão, que nada!
  Quem diria, Marcos Terena está preparando um livro sobre origem do futebol.
  E, segundo Terena, organizador dos I Jogos Intercultu-rais Indígenas do Mato Grosso, o futebol nasceu nas Américas.
  “Estou escrevendo um livro para convencer vocês de que o futebol foi inventado aqui. Não é à toa que o continente tem os melhores jogadores. Garrincha era descendente de índios e Maradona, um bugrão”, salienta o diretor do Museu do Índio de Brasília.
  Terena prova sua teoria, ao citar registros de jogos entre os incas e mais, que usavam apenas os ombros e a cintura.
  No Brasil, os relatos vão dos pés à cabeça. Os Pareci, os Enawenê-Nawê e os Nambikwara jogavam o Jikunahati, com a cabeça e a bola de látex.
  No Xingu, a modalidade e a bola são diferentes, com folhas entremeadas à borracha e golpes com o joe-lho.


Planeta das favelas
  A verdade está na cara de quem quiser ver.
  O crescimento populacional e o crescimento dos centros urbanos estão criando um planeta de favelas.
  Segundo a ONU, a população urbana terá dobrado por volta de 2030.
  Os cientistas calculam que a partir de 2008, mais da metade dos 6,7 bilhões de habitantes do planeta viverá em centros urbanos. E até 2030, os moradores das cidades corresponderão a 60% da população.
  Não há política pública de saneamento, transporte e moradia que dê jeito!


Brasil das favelas
  No Brasil, 84% moram em áreas urbanas.
  Segundo a ONU, até 2030, 90% dos brasileiros viverão em áreas urbanas.
  São Paulo tem 11 milhões de habitantes, e vivem em condições inadequadas 3,2 milhões. No Rio de Janeiro, nada é diferente.
  E Brasília vai pelo mesmo caminho, pois o grupo Roriz criou em seu entorno uma política de lotes fáceis e ocupação desordenada do solo.


Itatiaia, meu avozinho
  O Brasil possui quase 62 milhões de hectares em unidades de  conservação federais. Isto dá pouco mais de 7% do território nacional.
  O avô de todas essas UCs é  o Parque Nacional do Ita-tiaia, que hoje está espremido entre Rio e São Paulo.
  Um dado interessante: com apenas 30 mil ha. o modesto Itatiaia tem um centésimo da área do parque Monta-nhas de Tumucumaque.
  Mas, segundo o livro Itatiaia – Sentinela das Alturas, do geólogo Wilson Teixeira e Roberto Linsker, nestes magros 30 mil ha o Itatiaia é show: concentra uma diversidade de fazer inveja:  mata atlântica densa a 400m de altitude, pico das Agulhas Negras, a ra-refeitos 2.79m  acima do nível do mar.


Big Brother ecológico
 Acostumado a acolher o BBB – Big Brother Brasil, o Rio de Janeiro partiu agora para uma inovação tecnológica interessante.
  Vai criar um Big Brother Ecológico para fiscalizar o Parque da Tijuca.
  Para monitorar locais de grande freqüência e áreas desertas, 32 câmeras foram instaladas no Parque Nacional da Tijuca.
  Algumas ficarão nos acessos e em locais estratégicos do Corco-vado, do Parque Lage e da Floresta da Tijuca.
  As imagens serão monitoradas pela equipe de segurança do Ibama.
  O sistema central ficará na administração do parque.
  O BBB Ecológico vai ajudar na segurança dos visitantes e na defesa do meio ambiente.


Olho gordo
  Depois da mineração, vem agora o petróleo.
  O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, defendeu a possibilidade de exploração petrolífera em terras indígenas.
  Em audiência pública na Câmara, Lima foi mais longe: “A lei para exploração de minério é da maior importância. Acrescentou: “Hoje temos ondições de explorar em reservas indígenas e florestais, sem causar prejuízos”.
  É bem verdade que nos Estados Unidos os índios exploram petróleo dentro de suas terras e recebem um bom royalties por isso.


ONGs desviada
  Em 2006, o governo federal destinou R$ 3 bilhões às ONGs e Oscips. O valor corresponde a 1,29% do PIB.
  Pior é o seguinte. Do total deste di-nheirão, os técnicos do TCU e da Controladoria-Geral da União  calculam que quase a metade – perto de R$ 1,5 bilhão – tenha sido desviada. Ou seja, foram para o ralo, alimentando a indústria da corrupção.
  Mais triste? Impossível!


Essa é a chamada poluição consentida: a indústria de petróleo está autorizada a
jogar mais óleo e graxa no mar. O aumento da poluição química foi aprovado pelo Conama, que baixou resolução permitindo o incremento de 20 miligramas por litro dessas substâncias para 29 mg/L. Tem gente olhando pelo retrovisor!