Cooperação científica

Parceria: Everglades e Brasil

20 de julho de 2007

Parque Everglades faz parceria com parques do Pantanal e de Foz de Iguaçu

Robert Johnson, diretor do parque de Everglades, na Flórida, EUA: “É possível estabelecer bases de cooperação científica”.


 


 


Em entrevista à Folha do Meio Ambiente, Johnson se declarou impressionado com a riqueza natural exibida pelo Pantanal e pelo parque de Foz de Iguaçu, lembrando que embora haja diferenças importantes com Everglades, é possível estabelecer bases para uma cooperação efetiva entre os três parques, inclusive com a adoção de medidas comuns de desenvolvimento dos setores de tecnologia e de controle do meio ambiente.
Johnson explicou que a estrutura de parques nacionais norte-americanos é mais complexa e mais tradicional do que a do Brasil, e que as condições oferecidas a cada parque americano são bem melhores do que as disponíveis nos parques brasileiros. Só o número de técnicos e pessoal que cuida da segurança dos parques é várias vezes superior ao que dispõem os parques do Pantanal e de Foz de Iguaçu.
Contudo – explicou – isso não impede que a cooperação, que no caso de Foz de Iguaçu iniciou-se em 1997, seja ampliada, para que o co-nhecimento comum dos problemas dos parques brasileiros e americanos possa ser utilizado em benefício dos dois lados.
Em termos de legislação, por exemplo, a norte-americana é bem mais severa, especialmente no que toca ao combate às atividades ilegais de caça e pesca, enquanto a brasileira, além de mais tolerante, na prática não é exigida. Neste caso, a diferença gritante entre o número dos agentes de fiscalização, nos parques dos dois países, é uma boa explicação.


Diferenças
Outra diferença diz respeito à extensão da área protegida, em Everglades e nos parques brasileiros de Pantanal e de Foz de Iguaçu. O parque da Flórida, um dos mais extensos dos Estados Unidos, tem cerca de 40% de sua bacia hidráulica protegida, em comparação com um pequeno percentual do Pantanal e mesmo de Foz de Iguaçu.
Como Everglades recebe, em média 1,5 mi-lhão de visitantes por ano, necessita de uma maior estrutura de fiscalização, mas Johnson lembra que as riquezas naturais tanto de Foz de Iguaçu como do Pantanal hoje atraem milhares de turistas a cada temporada, tanto brasileiros como estrangeiros.
Essa área – a de segurança e fiscalização – é outra vertente da cooperação entre Everglades e os parque brasileiros, que está no centro das
preocupações dos dirigentes dessas áreas de proteção ambiental tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Neste caso, o parque norte-americano tem a desvantagem de situar-se nas proximidades de um grande centro urbano, o que não acontece com o Pantanal e nem com Foz de Iguaçu.