Parque Rio Branco de Valparaíso de GO
22 de agosto de 2007O desafio de salvar um parque engolido pela especulação imobiliária
Vista geral da área do Parque Rio Branco, em Valparaíso. À direita da BR-040, sentido Brasília/Belo Horizonte, próxima a Ferrovia Centro Atlântica. Se não houver uma ação rápida da população e das autoridades, Valparaíso de Goiás perde sua última oportunidade de implantar o primeiro parque na região
Foto: Celso Lima
As trilhas do Parque Rio Branco que poderiam ser usadas pela população
viraram verdadeiro depósito de lixo
Justamente aí começam os desafios: a ocupação desordenada do solo, a degradação dos recursos naturais, dos mananciais, comprometendo a qualidade de vida pela precária coleta e destinação de resíduos sólidos e efluentes dos esgotos domésticos. A urbanização avança. As manchas verdes de matas vão sendo derrubadas e ocupadas. Um exemplo de falta de política pública e pouco interesse das autoridades é o abandono em que se encontra uma das áreas mais nobres de Valparaíso: o Parque Rio Branco.
Com área de aproximadamente 100 hectares, ou um milhão de metros quadrados, com fauna e flora relevantes para a região, nascentes e localização privilegiada em relação a principal via de circulação que é a BR-040, o Parque Rio Branco é o que podemos chamar de última reserva ecológica da região. O que se espera das autoridades constituídas? Que toda área seja preservada, devidamente cercada e que sejam construídos estacionamentos, playgrounds, quadras esportivas, trilhas, ciclovia, lanchonetes e restaurantes. Além do bem-estar e da qualidade de vida, estes investimentos vão gerar mais empregos, renda e muitos benefícios para a sociedade.
Em 1997 houve algumas tentativas no sentido da implantação de um parque na área o que envolveu os proprietários e o poder público. Precisamos reabrir a discussão. Urge construir um parque de uso múltiplo. Esta é uma ação importante para toda a região e não só para o município de Valparaíso.
O desafio está em nossas mãos. Cada habitante de Valparaíso de Goiás tem que participar deste mutirão pelo meio ambiente e defender a última alternativa de urbanização adequada e eficiente para o município. Como? De todas as maneiras: participando de reuniões a favor do projeto, multiplicando as adesões e pressionando as autoridades ambientais federais, estaduais e municipais.
Ao contrário do agito das avenidas, da modernidade dos prédios, dos viadutos e das luzes, o que é romântico mesmo nas cidades são os jardins, os parques e a natureza. A volta da qualidade de vida e do romantismo em Valparaíso de Goiás está ligada à preservação e implantação do Parque Rio Branco.
(*)Juarez Viana é
ex-Secretário Municipal de Meio Ambiente e Agricultura de
Valparaíso de Goiás
e de Luziânia/GO.
Rafael Viana é acadêmico de Engenharia Ambiental da
Universidade Católica de Brasília.
UNIDESC:
estudantes e professores querem a preservação do Parque Rio Branco
A especulação imobiliária chegou com força total ao entorno de Brasília. O município de Valparaíso de Goiás, com apenas 12 anos de emancipação, já tem mais de 150 mil habitantes. O crescimento desordenado e alguns loteamentos estão destruindo a única mancha de floresta: o Parque Rio Branco. Por isto, estudantes e professores do Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste – Unidesc estão se mobilizando para fazer da reserva uma Área de Proteção Ambiental Permanente. Segundo o professor Celso Lima não é fácil lutar contra a força da especulação imobiliária e com a omissão das autoridades responsáveis pela cidade. E adverte: “Se os moradores de Valparaíso quiserem mais qualidade de vida vão ter que se unir e lutar muito para manter vivo o Parque Rio Branco”.