Exercício de brasilidade
25 de setembro de 2007Viajar pelas páginas da Folha do Meio Ambiente é sempre um exercício de brasilidade. A começar pelas cartas dos leitores: variadas e conscientes. Li carta de senadores, de professores e dos muitos apoios às reportagens sobre Serra Vermelha. Gostei da chamada geral da Agenda 21 no “Caro Leitor’: onde foi parar a Agenda 21 no… Ver artigo
Viajar pelas páginas da Folha do Meio Ambiente é sempre um exercício de brasilidade. A começar pelas cartas dos leitores: variadas e conscientes. Li carta de senadores, de professores e dos muitos apoios às reportagens sobre Serra Vermelha. Gostei da chamada geral da Agenda 21 no “Caro Leitor’: onde foi parar a Agenda 21 no governo Lula? No banco da praça, mas as praças já não têm bancos…
E o Piauí, com a corajosa Tânia Martins e suas influentes reportagens, parece que largaram a Serra Vermelha (?), que se faça aí um parque nacional como querem os piauienses. Agora destroem mais ao sul, em Corrente. A questão do carvão vegetal, enquanto a matriz energética brasileira para a siderurgia, gigantesca que é, não mudar o paradigma, isto é, as partes (MMA e siderúrgicas) decidirem de alguma forma não utilizarem carvão de lenha e madeira naturais, ficará tudo no varejo. Assim, são abatidas as Florestas, o Cerrado e agora a Caatinga. Enquanto o meio ambiente perde no varejo, a indústria do ferro gusa, do aço e as multinacionais ganham no atacado. E com direito a ISO 14001. Puro marketing! São como moscas varejeiras que pululam sobre a decomposição orgânica.
E que se plantem florestas energéticas (eucaliptos, pinus e sucedâneos) em solos degradados de regiões chuvosas do sudeste próximo às siderúrgicas, não em climas de tensão ecológica, de transição: o vale do Jequitinhonha ainda sofre as conseqüências de tais programas. E que cessem os desmatamentos, desflorestamentos, cortes rasos ou o diabo do nome que se dê a isto, que se respeitem opiniões contrárias das comunidades e líderes locais.
Que eles tenham participação em projetos limpos, sustentáveis, como o turismo que trás dinheiro vivo e empregos nos seus parques nacionais, no rio Parnaíba dos barqueiros e das canções a apicultura, a piscicultura, a agricultura familiar de toda ordem e suas feiras, e mil outras atividades.
Conheço de perto o Piauí e os piauienses, sei do seu valor e das suas vocações. Que eles não percam tantas oportunidades, que seja banido do seu solo os nomes alienígenas, “the carbons”, “the forests”… Que o Piauí se desenvolva de forma sustentada, não concentrada na mão de meia dúzia.
E vamos às coisas bonitas, como as fotos dos Lençóis Maranhenses, ali perto a gêmea foz do Parnaíba, uma APA, onde levantamos o ZEE do Delta ou Baixo Parnaíba em 2001. Mas vejo pelos jornais que o governador Cid Gomes quer ligar por rodovia a capital Fortaleza a Barreirinhas, o tapete negro e tudo que isto trás no seu bojo.
É difícil aceitar mais esta. Pensam que globalização é ir ligando, transpondo. ..
Muito boa a matéria da Margi Moss, interessante o perfil e o humor de cada um dos sete rios mapeados. Um viva às borboletas africanas e tupiniquins. Quem sabe o Brasil ainda cria um parque nacional para as borboletas como tem o das Libélulas em São João d?El Rei?
Geraldo Gentil Vieira
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