Mistérios dos rios

CANDIRU, o peixinho vampiro

25 de setembro de 2007

Como um parasita, o candiru se alimenta de sangue

Fotos: Christian Frisch


Johan Dalgas Frisch subiu o rio Juruena para fazer suas pesquisas sobre aves e aproveitou para estudar um pouco mais os mistérios dos candirus.


 


 


 


Segundo os estudiosos, o candiru tem vários apelidos dados pelos ribeirinhos e pelos índios. Como é um peixe parasita e se alimenta de sangue, nasceu o apelido mais popular: peixe-vampiro. Existem outras espécies que se alimentam de tecidos, escamas e crustáceos.
Johan Dalgas Frisch, ornitólogo e presidente da APVS – Associação de Preservação da Vida Selvagem, que recentemente viajou com seu filho Christian pelo rio Juruena, fez questão de pesquisar e fotografar o tal do candiru. “O peixinho tem a forma de uma enguia”, diz Dalgas. “É transparente e chega a ser invisível dentro d’água. Tanto os nativos como os banhistas têm grande temor ao candiru, porque – atraído pela urina e pelo sangue  – ele nada e penetra qualquer orifício corporal (vagina, pênis ou ânus).”
O que os pesquisadores sabem é que ao se instalar, ele vai se alimentando de sangue da mesma forma como faz com a guelra de outro peixe. Segundo os médicos, o candiru só pode ser retirado por meio de cirurgia, justamente por causa de suas asinhas ou espinhos que se abrem dentro do tecido.
Nas muitas conversas que tive com o indigenista Orlando Vilas Boas, ele sempre lembrava de um fato que aconteceu durante a Expedição Roncador-Xingu, em 1948, às margens do rio das Mortes. “De repente, ouvimos alguém urrando de dor na margem do rio.  Era um trabalhador daquela base que veio da Bahia e não conhecia os mistérios da amazônia. Um candiru entrou no seu pênis. Foi um desespero. Ele não sabia o que os nativos estavam carecas de saber: não se pode nadar sem proteção”.


(1) Poraquê  ou peixe elétrico – O poraquê é mais um peixe endêmico dos rios amazônicos. É conhecido pela sua capacidade de produzir descargas elétricas elevadas (até cerca de 1.500V, até de 3 ampères) suficientes para matar uma pessoa.


 


O candiru é um parasita que gosta de se alimentar de sangue e buscar viver nas guelras dos peixes maiores.


 


 


 


 


 


 


 Regras básicas ensinadas pelos nativos e pelos médicos da região


1 – Não se pode nadar nú. Os índios, por exemplo, colocam um tampão na ponta do pênis.
2 – Sempre é bom buscar informações com as pessoas da região.
3 – Não entrar na água com cortes na pele que estejam sangrando.
4 – Nunca urine na água. A uréia é um foco de atração para os candirus.
5 – Se for atacado por um candiru, não tente arrancá-lo. Ao entrar eles abrem umas asinhas,
na verdade dois dentes ou espinhos, que rasgam a uretra.
6 – Procure um médico o mais rápido possível para fazer uma minicirurgia.