Indústria Automobilística

A moda dos carros ecológicos

25 de setembro de 2007

O recado que vem do Salão do Automóvel de Frankfurt

Parece que o carro ecológico entrou na moda. Todos os governos e todos os países querem para 2009 uma nova relação entre o automóvel e o meio ambiente. “É preciso baixar a emissão de poluentes, custe o que custar” avisa Günter Hubmann, do Greenpeace da Alemanha e acrescenta: “Há mais de 10 anos lutamos para que as indústrias vejam o quanto os carros são nocivos ao meio ambiente”.
Hubmann, durante a Messe de Frankfurt, divulgou um estudo do Greenpeace mostrando que a Fiat é a marca que tem oferecido os carros mais ecológicos, pois em média emitem 149 gramas por km. Já o Porsche é o carro “mais sujo”, ao emitir 249 gramas por km.
Na busca de uma nova fase em relação à emissão de poluentes já para 2009, os governos europeus pedem uma baixa em torno de 130 gramas de CO2 por quilômetro rodado.
Para o brasileiro Carlos Ghosn, presidente mundial da Renault/Nissan, este é um desafio, mas seu lado comercial falou mais alto ao deixar claro que a conta desta tecnologia ecológica tem endereço certo: o bolso do consumidor: “Será que ele está disposto a pagar a conta, perguntou Ghosn?”
O fato é que todas montadoras sabem que mais cedo ou mais tarde vão ter que enfrentar este desafio. Mas o que elas não sabem, apesar de todas as pesquisas feitas, das tecnologias já conhecidas e apesar da pressão dos organismos ambientais internacionais, é quando elas terão respostas tecnológicas e financeiras para produzir carros ecológicos em série, mais baratos e totalmente confiáveis nos grandes percursos.


Montadoras
A ACEA – Associação dos Construtores Europeus se reúne logo depois do Salão de Frankfurt para buscar um entendimento entre os próprios fabricantes. “Cada indústria tem uma posição e uma programação própria”, adiantou Carlos Ghosn, mesmo achando que há necessidade de um consenso”.
A Citroën está entusiasmada com o Bioflex, versão hatch movido a etanol brasileiro, com o sugestivo nove de Cactus – planta que consome pouco. Além de rodar 29km/litro, o Cactus libera na atmosfera apenas 78 gramas de CO2/km.
Todas as montadoras levaram seus carros ecológicos ou híbridos ao Salão de Frankfurt, para um espaço onde foi usado o marketing de “Carros amigos do meio ambiente”.
A General Motors, pela subsidiária européia Opel,  anunciou um novo compacto híbrido, o Flextreme,  ainda um carro-conceito. É um veículo de passeio pequeno, com motor a eletricidade e diesel, que pode percorrer 55 quilômetros com uma só carga elétrica antes de usar o combustível.
A Kia, com seu carro ECO-CEE, anunciou que o modelo é destaque pela pouca emissão de poluentes. O modelo faz 25,6 km/litro e emite 104 g/km de CO2. E mais: o sistema de regeneração da energia dos freios, utiliza energia “desperdiçada” na frenagem para “carregar” as partes elétricas do carro.
A Fiat (parece que justificando o discurso do líder do Greenpeace, Günter Hubmann) levou a maior novidade em carro ecológico: o Panda Aria. Segundo diretores da indústria italiana, o “concept car” da Fiat é um verdadeiro manifesto ecológico. O nível de emissão de CO2 do novo modelo na atmosfera, 69 g/km, é “mínimo”.
A Toyota quer desenvolver um carro esporte híbrido para agradar a consumidores que desejam um veículo rápido, mas econômico.
A estratégia da montadora é tornar os carros híbridos uma mania mundial. A Honda já anunciou em Frankfurt projetos para desenvolver motores mais limpos.