Amazônia e aquecimento global

Acordo Brasil Alemanha contra aquecimento global

22 de novembro de 2007

Cientista alemão, autor do IPCC, prega internacionalização da Amazônia

Dutschke participou, como convidado, de uma audiência pública conjunta da  Comissão de Relações Exteriores e da Subcomissão Permanente de Acompanhamento do Regime Internacional sobre Mudanças Climáticas, ambas do Senado. Ele acredita que a parceria entre os dois países poderá resultar em propostas que terão maior aceitação nos fóruns internacionais.
Sem indicar os termos da proposta, o cientista e político alemão disse que “poderia emergir uma proposta contundente que teria todos os elementos para ser aceita mundialmente, pois não despertaria desconfianças por não pertencer a nenhum grupo de negociação.”
Aparentemente, a proposta germano-brasileira poderia ser apresentada no âmbito da COP-13, a reunião das partes do Protocolo de Kioto, que acontecerá em Bali, na Indonésia, de três a 14 de dezembro próximo, com a presença de representantes dos países signatários do documento.
Michael Dutschke manifestou-se contrário à proposta brasileira de criação de um fundo voluntário dos países industrializados para financiar ações de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Ele sugeriu a implementação de mecanismos mais simples para operações no mercado internacional de carbono e a criação de um fundo a ser constituído com o pagamento de taxas pelo não cumprimento de metas de redução de emissões, previstas no Protocolo de Kioto.

Internacionalização da Amazônia
Embora não tenha mencionado o assunto em sua fala no Senado, o cientista e político Michael Dutschke, em entrevista ao jornal Correio Braziliense,  afirmou que não vê problema na internacionalização da Amazônia. “E até mesmo na perda de soberania brasileira”.

“Os problemas da Amazônia também são internacionais e globais”.

Para Michael Dutschke, “não existe soberania absoluta num mundo interligado. Os problemas da Amazônia também são internacionais e globais.  Por isso, uma cooperação em matéria de pesquisas e o fortalecimento da institucionalização não é algo que atinja a governança brasileira.”
O cientista alemão considera o desmatamento ilegal “o maior problema da Amazônia”. Ele chega a colocar em dúvida a eficiência das instituições e da aplicação das leis brasileiras, para afirmar que “não existe soberania interna na Amazônia ainda.”