Dupla ameaça: espécies exóticas atacam as nativas
25 de dezembro de 2007Predadores e barragens impedem piracema e reprodução
As espécies exóticas também atacavam os pescadores e tornavam impossível a convivência com as espécies nativas. A APVS estava preocupada com a sobrevivência do dourado e de seus companheiros de rio, como o pintado, piracanjuba, pacu, jaú e curimbatá, duplamente ameaçados.
De um lado, pelos peixes estrangeiros, inimigos vorazes; do outro, as barragens que impediam a reprodução natural das espécies nativas de piracema nos cursos dos rios Paraná, Tietê, Grande, Paranapanema dentre outros próximos.
Um tempo para explicação do próprio Dalgas Frisch: “Como os bagres da Amazônia, os dourados e outras espécies de piracema dos rios de água doce do Centro-Sul necessitam realizar longas migrações nupciais. Os peixes nadam contra a corrente, rio acima, muitos quilômetros no período das chuvas, de novembro a fevereiro. Nesse esforço hercúleo, queimam as gorduras acumuladas na seca, o que leva à produção do ácido láctico, o qual atua na hipófise, estimulando o desenvolvimento das gônadas – seus genitais. Somente nessas águas correntes e saturadas de oxigênio, há postura das fêmeas e os machos conseguem fecundam seus ovos”.