Coluna do Meio

16 de dezembro de 2007

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Moratória do desmatamento na Amazônia
Zerar o desmatamento da Amazônia em dez anos e manter a situação sob controle por mais vinte vai custar US$ 257 bilhões. Um sonho? Quem sabe pode virar realidade. O estudo foi feito por cientistas brasileiros e americanos. Segundo o relatório, apesar de a cifra parecer astronômica, ela está dentro de uma ordem de grandeza que pode ser bancada por um acordo internacional que compense o Brasil por preservar suas florestas. Para chegar a esse valor, os cientistas calcularam o chamado “custo de oportunidade” de deixar de lucrar com o desmatamento. Para cada região amazônica, os pesquisadores liderados por Daniel Nepstad, do Centro de Pesquisa de Woods Hole (EUA), calcularam qual é a atividade econômica mais rentável. Dentro da proposta, um pecuarista que comprasse uma propriedade e quisesse desmatar 20% dela – o limite máximo permitido por lei na Amazônia – receberia um valor equivalente ao lucro para deixar toda a mata em pé. Haveria, ainda um fundo, para se criar a Bolsa Floresta para atender os extrativistas, ribeirinhos e índios. E de onde vem os US$ 257 bi? Do mercado de sequestro de carbono.


Árvores do mundo
 O mundo plantou um bilhão de árvores em 2007.
 Mesmo superando a meta estabelecida pelo
    Pnuma/ONU, como forma de conter o aquecimento global, valem  duas perguntas:
 Quantas árvores foram cortadas pelo homem em 2007?
 Se cada habitante da Terra plantasse pelo menos uma árvore, eu disse apenas uma – durante todo ao ano, teríamos mais de seis bilhões de árvores plantadas em 2007.
 A Etiópia foi o país que mais plantou: 700 milhões. Mesmo assim não foram suficientes: apenas 3% do seu território são cobertos por florestas. Outros grandes plantadores: México, com 217 milhões, Turquia, 150 milhões e Quênia, 100 milhões.


As árvores do Brasil
 E o Brasil? Uma vergonha…
 Bem, para início de conversa o Brasil só plantou 16 milhões de árvores.
Muito menos que Cuba (96,5 milhões), Coréia do Sul (43 milhões) e Marrocos (20 milhões).
 Pior da história: se for diminuir dos 16 milhões plantados, as árvores cortadas ou queimadas, com certeza o Brasil ficará devendo muito na conta de chegada.
 Se não planta, pelo menos deixa de cortar e queimar.
 Já é uma grande ajuda para conter o aquecimento global.


Protetorado florestal


 O jornalista Élio Gáspari lembrou muito bem na sua coluna que o presidente da Guiana anunciou que vai negociar a preservação de sua floresta amazônica em troca de recursos para o desenvolvimento.
 A floresta seria, então, administrada por uma organização internacional liderada pelos britânicos.
 É um contraponto ao reino dos desmatamentos e das queimadas.
 Mas a nota de Gáspari não fica por aí. Ele lembra duas frases de dois estadistas:
• Presidente francês François Mitterand: ‘O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia’.
• Al Gore: ‘Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles. Ela pertence a todos”.


Êta sô
 Sobrou prá todo mundo.
 A Indústria Cataguazes de Papel, as Indústrias Matarazzo de Papéis e seus sócios foram condenados a pagar R$ 140 milhões pelo vazamento, em março de 2003, de 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos no rio Pomba, afluente do Paraíba do Sul.
 O Ibama, o governo de Minas Gerais, a União e a empresa projetista da barragem que rompeu – Vecttor Projetos Integrados – foram condenados na mesma ação.
 A decisão foi tomada ontem pelo juiz Roberto Dantes Schuman de Paula.


Negócio ambiental
 O crédito de carbono pode atingir 60 bilhões de dólares. A estimativa é da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável.
 Entre 2005 e 2006 o mercado já havia triplicado para US$ 30,1 bilhões.
 A oferta de créditos pelos países em desenvolvimento movimentou US$ 4,8 bilhões do total, em 2006.
 A China participou com 61% dos créditos oferecidos, Índia com 12% e Brasil com 4%.


Usineiro afastado
 E o Bisneto não segurou a onda. O Instituto Ethos decidiu afastar do conselho consultivo da entidade José Pessoa de Queiroz Bisneto, presidente da Cia. Brasileira de Açúcar e Álcool.
 O instituto diz que tomou a decisão após denúncia de que uma usina de álcool, em Brasilândia-MS. submetia 800 índios a condições precárias de trabalho.
 A usina fica em Brasilândia-MS.


Consumo consciente
 A AGF Seguros resolveu usar a tecnologia a favor da responsabilidade socioambiental.
 Preocupada com o meio ambiente, a seguradora colocou em seu site link com dicas de como economizar água e energia elétrica, reaproveitar alimentos e reciclar o lixo.
 É o programa Consumo Consciente, que pretende atingir os internautas preocupados com questões ecológicas.