Juventude e meio ambiente

O Brasil é hoje

28 de fevereiro de 2008

Publicação-referência traz registro de três anos de atividades com juventude e meio ambiente


“Essa juventude que aqui está não pode mais esperar para construir esse País. Onde estará esse futuro se nós não estivermos aqui hoje, fazendo parte das decisões que irão mudar o curso de nossas vidas? O Brasil precisa deixar de ser o ‘país do futuro’. O Brasil é hoje. Queremos cuidar de suas matas, de suas cidades e de seu povo”.
Carta dos jovens delegados para a Plenária
da II Conferência Nacional do Meio Ambiente.


O II Encontro de Juventude e Meio Ambiente, que ocorreu em Luziânia/GO, foi um sucesso.


 


 



Queremos aproveitar o momento propício no cenário brasileiro em relação aos temas de juventude e meio ambiente, para construir um processo nacional de registro e mobilização. Assim, o Interagir se uniu a outras 14 organizações parceiras e envolveu outras 100 instituições colaboradoras, nas 27 unidades da federação. Este processo, chamado de projeto GEO Juvenil Brasil, faz parte da família internacional GEO (Perspectivas do Meio Ambiente Global, por sua sigla em inglês), desenhada pelo Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Durante os últimos três anos, produziu-se uma publicação-referência que externaliza a consciência dos problemas e soluções socioambientais. Ela proporciona idéias e ferramentas que podem ser usadas para estimular a participação em atividades relacionadas com a conservação e a gestão dos recursos, desde os níveis educativos até os de tomada de decisão. Agora, o projeto finalmente se prepara para lançar os três mil exemplares, que serão distribuídos pela Rede de Jovens Focais e Membros do Grupo GEO, formada por mais de 100 jovens e organizações de juventude brasileiras. Existem ainda mais de 350 colaboradores diretos – pessoas entre 15 e 29 anos – que se envolveram no desenvolvimento dos textos e das imagens do livro.
O livro apresenta mais de 4 mil impressões sobre a questão socioambiental nacional, em 280 páginas de impressões, dados, análises, metodologias e fazeres-políticos, envolvidas em cartas, poesias, fotos e desenhos, produzidos nas cinco regiões do País. Com isso, tentamos garantir a capilaridade necessária ao projeto e buscamos valorizar a representatividade das juventudes brasileiras, indicando como interpretam seus ambientes e o que fazem para conservá-los e para melhorarem sua qualidade de vida. Não tivemos a intenção de construir um mapa pronto, idealizado e perfeito. Notamos que é o processo de desenhar e de descrever. O que importa, no momento, é preparar a carta de navegação.
O livro e suas propostas chegam em boa hora! As mobilizações em torno da questão socioambiental, associadas ao aumento da responsabilidade coletiva sobre o impacto de ações individuais no meio ambiente, vêm criando diversas oportunidades de atuação voltadas para a criação de sociedades sustentáveis. Mas, para um país de dimensões continentais como o Brasil, não é surpresa que se observem preocupações distintas entre jovens de diferentes regiões. Porém, o que parece ser unânime quando esta geração fala sobre meio ambiente é que agregam o fator social à temática ambiental.
Assim, fazemos um chamado para que a sociedade assuma esse comprometimento de disseminação, reedição e utilização do livro. Afinal, a responsabilidade socioambiental pode ser entendida como a capacidade de darmos respostas – por exemplo, a partir das questões propostas pelos próprios jovens durante a viagem narrada no texto.
Considerando este cenário e a intuição inicial, esta publicação pretende ser referência na interconexão entre políticas de juventude e de meio ambiente. A publicação pretende ser, ainda, referência na interconexão entre aquilo que é esperado do movimento de juventude e o que este movimento quis e pôde realizar até agora. Especialmente num universo em que poucas pessoas têm acesso aos meios de produção de conhecimento e em que menos pessoas ainda têm participação nos processos de tomada de decisão. Acreditamos que um dos primeiros passos para se mudar a realidade desse universo é a livre expressão das opiniões – de todas elas! – para que sejam pensados e decididos coletivamente os destinos comuns. Afinal, não é só porque viveu mais primaveras que um ser humano viu mais flores.



(*)Mateus Fernandes é Coordenador Nacional GEO Juvenil Brasil
[email protected]www.geojuvenil.org.br