SEMANA MUNDIAL DA ÁGUA

Guaíba: balneabilidade só em 20 anos

24 de março de 2008

Mancha de poluição é o aspecto “normal” do lago que banha Porto Alegre. Prefeitura busca soluções para levar população à orla.

O Guaíba precisa voltar a ser o
cartão postal de Porto Alegre

 

 

 

 

O  Pisa foi lançado no bairro da Restinga no final de 2007 pelo prefeito José Fogaça, quando foi anunciada a ampliação da capacidade de tratamento de esgoto da cidade, dos atuais 27% para 77% até 2012.  O programa deverá beneficiar mais de 700 mil pessoas em todo o município, promovendo melhorias no sistema de abastecimento de água e a recuperação progressiva da balneabilidade do Guaíba. Na ocasião, junto com o diretor-geral do Dmae, Flávio Presser, Fogaça conferiu as primeiras obras do programa.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é o principal financiador do Pisa, que também conta com recursos da Caixa Econômica Federal (CEF), dentro do Programa de Acele ração do Crescimento (PAC). Orçado em R$ 413,6 milhões, além dos financiamentos, o Socioambiental conta ainda com recursos da prefeitura.
Revitalização da orla
O primeiro passo para a revitalização da orla do Guaíba foi dado em 18 de dezembro do ano passado. O secretário do Planejamento Municipal, José Fortunati, apresentou os resultados e conclusões do Relatório Orla, um plano para a qualificação urbana e resgate da área. O estudo foi realizado durante dois anos. Nesse período, os 70 quilômetros da margem do Guaíba foram analisados, mas com foco principal no trecho que vai da Usina do Gasômetro à Ponta do Dionísio, área próxima ao terreno onde está sendo construído o Barra Shopping Sul.
– Optamos por focar as ações nessas localidades, pois é nesse percurso que a cidade se encontra mais consolidada e com maior circulação de pessoas – explicou o coordenador do estudo, arquiteto Marcelo Allet.
A intenção do trabalho é devolver a orla à cidade. A história do afastamento do porto-alegrense do Lago Guaíba começou na década de 1920, com a construção do porto, que criou uma barreira física linear. Depois disso, os diversos aterros realizados na área afastaram ainda mais a população.
A situação tornou-se mais grave devido à grande enchente de 1941, que obrigou a implementação de um sistema de proteção contra cheias, com a construção do Muro da Mauá e de diques ao longo do trecho.
– A conseqüência disso é evidente: a cidade voltou-se para o seu interior e esqueceu a orla – enfatizou Fortunati.

Discussões em março
Com base nos projetos existentes e em execução, chamados de "centralidades", os técnicos propõem uma série de iniciativas, como a criação de arenas esportivas, de píer com áreas de comércio e lazer, de esplanada e de um aeródromo, entre outras.
– É importante destacar que esse não é um projeto fechado, mas o ponto inicial para um amplo debate sobre a orla de Porto Alegre – ressaltou o secretário.
A partir de março, a prefeitura  iniciará um cronograma de apresentações e discussões públicas sobre a melhor forma de aproveitamento das margens do Guaíba. Após encontros com entidades da sociedade civil, governamentais e da iniciativa privada, será lançado Concurso Público de Idéias para Qualificação da Orla.
A intenção é fomentar a reflexão de profissionais e estudantes sobre a integração da cidade com as águas do Guaíba. Os projetos resultantes, elaborados com base nas diretrizes estabelecidas pelo Relatório, ajudarão a compor a nova proposta para a orla.

 


A  revitalização da orla do Guaíba é um projeto ousado da Secretaria de Planejamento de Porto Alegra, que busca a qualificação urbana e resgate da área