Expedição no Xingu vira mostra em Brasília

Coração do Brasil no coração de Brasília

23 de maio de 2008

Exposição no Memorial dos Povos Indígenas mostra trabalho socioambiental no vale do rio Xingu

Duas crianças índias
Yawalapiti se divertem num afluente do  rio Xingu


 


 


 


A exibição mostra uma cultura forte e viva, mas que está sob a pressão da cultura principal que a envolve e traz multidões cada vez mais próximas. Por meio século, as tribos indígenas da parte superior do Xingu, foram protegidas de muitos dos problemas que as tribos em outras partes de Brasil – e em outros países – foram forçados a enfrentar. A proteção benevolente concedida pelos Irmãos Villas-Boas e sua equipe, permitiram a essas tribos um espaço para respirar antes de serem expostos à forca total da sociedade caraíba (não índios).
As imagens dos agentes indígenas de saúde e dos professores indígenas, que trabalham em escolas da aldeia, mostram um investimento no futuro, dando às comunidades as ferramentas que necessitam para resistir à erosão de suas culturas e deterioração de seu estilo de vida.  No entanto, outras imagens mostram a destruição da Floresta Amazônica, até os limites das reservas, e a poluição da água do rio.
Sue Cunningham sente que é importante mostrar o caráter real das vilas dessas tribos como uma cultura viva. “Estes povos não são algum anacronismo da Idade da Pedra,” diz. “São pessoas do Século 21 cujos valores e prioridades são diferentes das pessoas da corrente principal. Enquanto parecemos inclinados a destruir toda a beleza e vitalidade naturais do Xingu em nome do progresso, eles estão satisfeitos por viver com a natureza, usando somente coisas externas que os ajudaram a  manter sua ligação com a terra, a água e o céu. Nóstemos muito o que aprender com este povo que compreende a verdadeira alma da Amazônia. Apesar de tudo, são os primeiros brasileiros.”
Sue não vê nada estranho nas coisas que os indígenas usam. É um povo altamente adaptável, pronto para fazer uso das tecnologias que melhorarão suas vidas, tanto em uma maneira prática ou para fortalecer sua cultura. Hoje, há equipes, nas aldeias dessas tribos, capazes de produzir vídeos bem feitos e editados.  Mesmo assim, sua vida cotidiana continua completamente familiar a seus antepassados que habitaram a região há quarenta mil anos.



 


Detalhe de uma folha de bananeira queimada, estilizando as cores da bandeira do Brasil


 


 



Detalhe
de uma
flor de
Helicônia Amazônica.


 


 


Uma aldeia Pukararankre bem no coração da floresta do Xingu


 


 


 


 


 


SUMMARY


Along the Xingu river
Starting on the 6th June, an exhibition of photographs taken by photographer Sue Cunningham during the ‘Coração do Brasil’ expedition will be on display at the Memorial dos Povos Indígenas, Brasilia. Over a hundred stunning photographs show the vitality and vibrancy of the culture of the indigenous peoples of the Xingu River at this time of great threat and rapid change.


The exhibition shows a strong and living culture, but one which is under pressure from the mainstream culture which encircles it and crowds ever closer. For half a century, the indigenous tribes of the upper Xingu were protected from many of the problems which tribes in other parts of Brazil – and in other countries – were forced to confront. The benevolent protection afforded by the famous Villas-Boas Brothers and their team allowed the tribes a breathing space before they were exposed to the full force of exposure to ‘caraiba’ (non-Indian) society.
Images of indigenous healthcare workers (agentes indígenas de saude) and indigenous teachers working in village schools bode well for the future, giving the communities the tools they need to resist the erosion of their cultures and the undermining of their lifestyles. But other images show the  destruction of the rain forests right up to the borders of the reserves, and the pollution of the water of the river.
Sue feels it is important to show the real character of the  tribal villages as a living culture.
“These people are not some stone-age anachronism,” she says. “They are people of the 21st century whose values and priorities are different from the mainstream. While we seem bent on destroying all the natural beauty and vitality of the Xingu in the name of progress, they are content to live in and with nature, using only those things from outside which will help them to maintain their link with the land, the water and the sky. We have much to learn from these people, who understand the very soul of the Amazon. After all, they are the first Brazilians.”
Sue sees nothing curious in the things the Indians use. They are highly adaptable people, ready to make use of technologies which will improve their lives, either in a practical way or to strengthen their culture. Today, there are teams in the villages capable of producing well-crafted videos, but their daily lives would be completely familiar to their ancestors who have inhabited the region for as long as forty thousand years.