Coluna do Meio

19 de junho de 2008

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Carlos Minc e a Nova República


O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, chegou recordando os bons e velhos tempos da Nova República. Para segurar o Plano Cruzado, o governo Sarney mandou sequestrar bois no pasto.
Minc deve estar achando que é mais fácil pegar os arredios bois zebus nos pastos amazônicos do que as milhões de toras de mogno que descem impassíveis rio abaixo.


Cortiças de fumaça
 Aliás, o sequestro de bois no pasto não passa de uma cortina de fumaça aos olhos da opinião pública brasileira e estrangeira que cobra um basta na destruição da floresta.
 Mas cortiça de fumaça, mesmo, é a floresta ardendo em chamas para plantio de capim e de soja.
 E também não deixa de ser uma cortina de fumaça, ver as toras de madeira nobre flutuando pelos rios e abastecendo as serrarias clandestinas.
 De fato, a política de proteção da Amazônia não passa de uma cortina de fumaça.


Amazônia tem preço
 Para a Academia Brasileira de Ciências o desenvolvimento sustentável da Amazônia tem preço.
 Cerca de 30 bilhões de Reais em 10 anos.
 Pesquisa, tecnologia, floresta em pé, serviços ambientais e formação de doutores é o centro da questão.
 O documento é assinado por seis especialistas: Bartha Becker (UFRJ), Carlos Nobre (Inpe)_Jacob Palis (ABC) Herman Chaimovich (USP), Roberto D?Allagnol (UFPA) e Adalberto Val (Inpa).



“Ao proteger e revitalizar o Bosque dos Constituintes, vamos transformá-lo num Jardim Histórico tombado
pelo IPHAN. Com esta ação, a
Câmara manifesta, simbolicamente, a sua participação na conservação dos
biomas nacionais e com a
eliminação da degradação ambiental”.

Deputado federal Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados



CPI dos índios
 Se depender da CPI que investigou a morte de crianças indígenas, pode nascer mais um ministério na Esplanada, em Brasília.
 O deputado Vicentinho Alves (PR-TO) recomendou a extinção dos convênios entre a Funasa e as ONGs pelo total descontrole e ineficácias das ações.
 Já o deputado Vital do Rego Filho (PMDB-PB) garantiu que se as 34 recomendações do relatório da CPI forem atendidas, a política indigenista terá um avanço.
 Sem muitos interesses partidários, parece que a CPI mergulhou fundo no problema que é tão complexo como desconhecido da maioria dos parlamentares.


PINGA-FOGO


BANHO MARIA – Os ambientalistas estão notando uma ausência interessante no noticiário: a transposição do rio São Francisco. A mega-obra ou foi parada pelo bispo Frei Luiz Cappio ou pelos índios Truká ou está, mesmo, em banho-maria. Chegar ao Ceará, à Paraíba e ao Rio Grande do Norte é o que ainda não aconteceu com as águas riofranciscanas.


MODA – O Ministério do Meio Ambiente continua na ordem do dia quando o assunto é estilo de vestir. Enquanto a ex-ministra Marina Silva vestia roupas que lembram a moda indiana, o atual ministro Minc desfila com coletes à moda Ziraldo. Do tempo do vovô.


DE FININHO – Pensando bem, após a queda de Marina Silva, do grupo histórico do PT só restam Dilma e Luiz Dulci. Depois da CPI das ONGs, até mesmo as organizações não governamentais petistas foram saindo de fininho…


MOGNO – De um ambientalista e político importante com acesso ao Palácio do Planalto, na Câmara dos Deputados durante a cerimônia comemorativa do Dia Mundial do Meio Ambiente: “O que o Lula precisa decretar é a moratória do mogno prá valer!”


GESTÃO – “Esse negócio de escolher o presidente do Instituto Chico Mendes através de prova de títulos, entrevistas e indicação de comitê especial é muito bom para o Instituto, mas muito ruim para o ministro de plantão. O indicado será indemissível. Vai ficar mais forte do que o ministro”.