Fogo contra fogo
19 de junho de 2008Operação Arco de Fogo entra em nova etapa e será intensificada
Fotos: Jefferson Rudy
O ministro do Meio Ambiente Carlos Minc e o diretor
da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa
Policiais civis fazem vistoria em
serrarias fiscalizadas na Operação Arco de Fogo
Viaturas escoltam caminhões que transportam para Belém madeira apreendida na Operação Arco de Fogo
O ministro Carlos Minc iniciou dia 12 de junho contatos com os governadores de todos os estados para articular a participação das unidades de Corpo de Bombeiros e das polícias florestais estaduais na prevenção de incêndios florestais e crimes ambientais e na guarda de unidades de conservação. O ministro anunciou a medida depois de reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e com o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestrerino
Embargos na Amazônia
Desde fevereiro, as operações da Polícia Federal na Amazônia registraram, 359 áreas embargadas, totalizando 63 mil hectares. Além disso, no período, as multas aplicadas somaram R$ 361 milhões e 79,3 mil metros cúbicos de madeira em tora e 26, 7 metros cúbicos de madeira nas serrarias foram apreendidos na Amazônia. Os dados foram apresentados pelo ministro Minc no dia seguinte à comemoração no Palácio do Planalto pelo Dia Mundial do Meio Ambiente. Participou do anúncio também o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. Os números são resultado das Operação Arco de Fogo, da PF, e Guardiões da Floresta, do Ibama. A reunião com o diretor Luiz Fernando Corrêa da PF serviu, segundo o ministro, para definir ações de continuidade no combate ao desmatamento na Amazônia, visto que, com o início da estiagem aumentam as ocorrências de retirada de madeira da floresta.
Crimes ambientais
A operação de repressão aos crimes ambientais entrou em nova. Serão fiscalizadas as vias de escoamento de produção – estradas, especialmente nos entroncamentos, e hidrovias – e as indústrias – madeireiras, frigoríficos e siderúrgicas na Amazônia.
O ministro recomendou ao chefe da PF que dê prioridade a grandes operações e casos exemplares. Carlos Minc anunciou também que negociará acordos de cooperação entre o MMA e os estados de Rondônia e do Mato Grosso, nos moldes do que já existe com o governo do Pará, que desde março apóia as operações federais e tem se encarregado do transporte e o leilão da madeira ilegal apreendida. A venda desses produtos ajudará a custear todas as intervenções policiais na Região. O ministro citou o exemplo do leilão da madeira da região de Tailândia, no Pará, onde a venda de apenas 10% do produto apreendido arrecadou o equivalente ao custo total da operação. O ministro não acredita em dificuldades para firmar esses acordos. “O presidente Lula ordenou que trabalhássemos em conjunto. E ordem do presidente ninguém discute”, assegurou. Ele espera conseguir também a adesão dos empresários do setor frigorífico, como já fazem os beneficiadores de soja, para não abaterem gado proveniente de pastagens ilegais, hoje as principais responsáveis pelo desmatamento do bioma Amazônia.