Queimadas a vista

Queimadas e incêndios florestais

23 de julho de 2008

Amazônia e o Cerrado são os biomas que mais sofrem com as queimadas

No entorno de Brasília, por exemplo, já existem varias queimadas. Segundo o Corpo de Bombeiros, as causas são desconhecidas, mas o fogo pode ter sido provocado por moradores. O fato é que, há dois meses sem chuvas, o Corpo de Bombeiros do DF montou operação especial para evitar os incêndios florestais, pois tanto o Parque Nacional de Brasília como o Jardim Botânico são as áreas que mais preocupam.


Apoio da comunidade
Quando as chamas chegam, elas avançam sobre a flora e sobre a fauna e deixam um rastro de morte. Em 2005, só no Cerrado em volta do Distrito Federal foram 3,5 mil focos de incêndio. São mais de 40 casos por dia. Em 2006, o Corpo de Bombeiro do DF montou uma operação especial chamada Verde Vivo, que contou com 400 homens e equipamentos variados, como helicópteros e carros especiais para todas emergências. Em 2007, a operação do Corpo de Bombeiros foi importante no combate aos focos de queimadas. Agora em 2008, o Corpo de Bombeiros manda o mesmo recado: acender fogueiras e soltar balões são práticas de risco. A queima de lixo e cigarros acesos também representam enorme perigo.
O Instituto de Meio Ambiente de Brasília – Ibram, por seu presidente Gustavo Souto Maior, explica que as brigadas de voluntários estão sempre atentas, mas a população precisa cooperar mais. “É preciso conscientizar a comunidade e mostrar como é perigoso queimar lixo em áreas próximas ao Jardim Botânico ou próximo aos Parques e reservas. É incrível como ainda hoje jogam toco de cigarro pela janela do carro. Qualquer fogo pode ter conseqüências desastrosas”, diz Souto Maior.


193: Emergência
A coordenação  do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) no DF, explica que o Parque Nacional de Brasília tem 44 mil hectares foi montado um plano operacional para prevenir as queimadas e combater qualquer incêndio com muita rapidez.  Os funcionários do parque são treinados e recebem instruções sobre como agir em casos de emergência. Mas, por mais que o governo esteja atento é importante que a população faça a sua parte para evitar os incêndios.


Descontrole do fogo nas práticas agrícolas
O descontrole do fogo com a  prática das queimadas na agricultura cria um desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade,  de cercas e muitos acidentes rodoviários e até aéreos, quando a fumaça atinge regiões próximas a aeroportos. Em toda estação seca, quando acontecem os incêndios florestais, há grandes prejuízos para o Brasil. Há uma grande preocupação das comunidades científica e ambientalista, por isto os governos federal e estaduais promovem intensa campanha de controle do uso do fogo na agricultura.
Uma das metas da campanha é justamente levar aos agricultores, por intermédio da Embrapa, tecnologias alternativas para reduzir a prática da queimada no manejo da terra e garantir a produtividade. A verdade é que o uso das queimadas pelos agricultores é antigo e tem como finalidade limpeza das áreas, queima de resíduos para eliminar pragas e doenças, renovação de pastagens, queima de dejetos de serrarias e de lixo urbano ou ainda como técnica de caça.


Impacto ambiental
Segundo os cientistas, o fogo afeta diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. E mais: ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado, como florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções.


SAIBA MAIS


Onde é proibido usar fogo


Nas florestas e demais formas de vegetação;


Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos
florestais e material lenhoso;


Também não se pode usar fogo numa faixa de 15 metros dos
limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;


Cem metros ao redor da área de domínio de
subestação de energia elétrica;


 Vinte e cinco metros ao redor da área de domínio
de estações de telecomunicações;



Cinqüenta metros a partir do aceiro existente nas
Unidades de Conservação;



Quinze metros de cada lado das rodovias estaduais
e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;



Em área definida pela circunferência de raio igual a onze mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos.



Para entender melhor O que é queimada?
A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob  determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente.
O que é incêndio florestal?
É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural.
Como fazer a queima controlada
Como conseguir autorização para
a queima controlada
1) Definir as técnicas, os equipamentos e a mão-de-obra a
serem utilizados;
2) Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material
a ser queimado;
3) Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;
4) Preparar aceiros de no mínimo três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;
5) Providenciar pessoal treinado pra atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;
6) Comunicar formalmente aos vizinhos a intenção de realizar a queimada controlada;
7) Prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando-se os períodos de temperatura mais elevada;
8) Providenciar o oportuno acompanhamento de toda a operação de queima, para adotar, se necessário e a tempo, medidas de contenção do fogo.