PELO BRASIL
26 de agosto de 2008NASA vai testar propulsão com velas solares
A primeira tentativa de comprovar que os fóton podem impulsionar uma espaçonave falhou quando a Cosmos 1, construída pela Sociedade Planetária Internacional, caiu no mar depois que o foguete russo Volna que a levava ao espaço falhou. Agora a NASA vai tentar novamente. Com a NanoSail-D, uma minúscula sonda espacial pouco maior do que um pão.
A NanoSail-D é extremamente simples: sua área interna é dividida entre a vela solar propriamente dita e uma parte eletrônica, constituída por um computador muito simples, o sistema de transmissão de rádio e as baterias. A vela solar é feita de um polímero especial finíssimo, sobre o qual foi aplicada uma cobertura de alumínio.
Ao entrar em órbita, a sonda automaticamente liberará a vela, que se abrirá formando um retângulo com pouco menos de 10 metros quadrados de área.
“A propulsão por velas solares, se ela fizer o que promete, deverá permitir missões espaciais fundamentalmente diferentes, impraticáveis ou até mesmo impossíveis de se fazer com os propelentes convencionais,” explica Mark Whorton, coordenador da missão.
“Por exemplo, as velas solares poderão fornecer um empuxo contínuo para que uma pequena espaçonave faça determinadas manobras, como flutuar em um ponto fixo entre a Terra e o Sol.
Nós poderemos colocar uma espaçonave num determinado ponto entre a Terra e Sol, mais perto do que é possível hoje, que fornecerá alertas mais rápidos sobre a ocorrência de tempestades solares,” afirma.
TRANSGÊNICOS
Brasil já planta e Uruguai declara o fim da moratória
Elizabeth de Moraes, de Santana do Livramento
A fronteira Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai), conhecida pela convivência harmoniosa entre duas cidades em países separados apenas por uma rua, deverá enfrentar mais uma prova de tolerância. A região eqüidistante cerca de 500 quilômetros, tanto da capital uruguaia – Montevidéu, como da gaúcha, Porto Alegre, ficou conhecida por suas grandes extensões de terras destinadas à pecuária extensiva. A geografia campeira atual mudou com a chegada de 32 assentamentos do lado brasileiro e empresas de florestamento do lado uruguaio. A pecuária deu lugar ao plantio de soja, arroz, milho e uva. Poucos sabem é que 90% da soja plantada é transgênica e para a próxima safra de milho a maioria dos agricultores vai optar pela variedade BT, transgênica. A exceção dos 32 assentamentos da cidade que ainda plantam a variedade crioula, a notícia de que o governo uruguaio acaba de declarar o fim da moratória a entrada de produtos geneticamente modificados, não parece surpreender.
O advogado riverense Gerardo Amarilla, especialista em Direito Ambiental, no entanto, garante que os mecanismos criados para o controle da entrada de produtos transgênicos no vizinho país não são os mais eficazes. Ele teme pelo desaparecimento de espécies autóctones do Uruguai. Para ele, o país deveria se definir como produtor de qualidade e não de quantidade.
O decreto 353, de 27 de julho de 2008 do executivo uruguaio prevê uma política de coexistência regulada na utilização de organismos geneticamente modificados, o que para os ambientalistas não passa de uma aprovação tácita dos transgênicos.
Os uruguaios esperam contar com uma lei nacional de biotecnologia para dentro de um ano. Amarilla diz que o ideal seria a criação de comissões de estudos, no caso uruguaio, para uma análise mais criteriosa da entrada dos novos produtos que, segundo ele, “ainda não foram suficientemente estudados e cujas conseqüências para os seres humanos ainda não se pode prever”.
Já no lado brasileiro da fronteira, dados da secretaria da agricultura do município revelam que 90% da soja plantada em 17 mil hectares é transgênica. O milho que conta com 6 mil hectares ainda é da variedade crioula (auto-sustentável, pois o agricultor produz sua própria semente). Mas, para a próxima safra o governo já autorizou a compra da semente da variedade BT, geneticamente modificada.
Segundo o agrônomo Roberto Braz a opção da maioria dos pequenos agricultores pela variedade Bt é exclusivamente econômica. A defesa é que com esse milho não precisam gastar muito com defensivos agrícolas.
Já os assentados que são assistidos pela Cooperativa de Prestação de Serviços Limitada-Copitec, estão sendo orientados a continuar com a variedade crioula, justamente para não ficarem dependentes da compra de sementes. Mas, preocupa a entrada do milho transgênico nas lavouras vizinhas e no próprio Uruguai, com o fim da moratória, já que a polinização do milho é aberta e uma lavoura pode contaminar a outra. O contrabando de sementes é outra questão que preocupa.