Coluna do Meio

26 de agosto de 2008

[email protected]

Pobre Amazônia
 Na Amazônia, a retirada de madeira é quase sempre ilegal.
 Para o MMA, ela atinge 70% da produção de madeira da região.
 Uma pesquisa do professor Julio Cesar da Silva, da UnB, mostra que nada menos que 92% da madeira de origem amazônica é extraída ilegalmente.
 Alerta: essa proporção voltou a crescer.


Belo Monte
 Pelo andar da carroagem, o leilão da usina de Belo Monte ficou para 2009 .
 A usina, no rio Xingu (PA), deve ser leiloada em setembro de 2009, já com a licença prévia liberada.
 Mas não será uma tarefa fácil cumprir esse cronograma. O projeto sempre foi marcado por manifestações contrárias.
 De acordo com ambientalistas, além de alagar terras indígenas, o empreendimento provocaria um aumento incontrolável de população na região e seria responsável por danos irreversíveis à Amazônia.


Despertar da bioeletricidade
 Marcos Sawaya Jank tem toda razão em seu artigo no jornal O Estado de São Paulo.
 Apenas em SP, MG, GO e MS foram identificados 210 empreendimentos com capacidade instalada potencial de 14.800 MW, até 2015, e potencial de exportação de 10.200 MW para o sistema elétrico.
 Esse potencial, equivalente a uma usina do porte de Itaipu, está hoje adormecido nos canaviais.
 Contudo, apenas 39 empreendimentos que operam com biomassa da cana, e que juntos somam somente 2.800 MW, ofereceram as garantias finais para participar do leilão, que serve para tornar a matriz energética brasileira ainda mais limpa e sustentável.


É fogo!
 O fogo lambe e deixa em cinzas algumas unidades de conservação. As que mais sofreram com o período das queimadas estão nos estados de Minas, Tocantins e Pará.
 No Nordeste, 18 UCs em sete estados também estão em alerta amarelo, como focos no entorno.
 No Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), um homem produziu fogo de forma criminosa na região da Babilônia. Há oito focos de incêndio em pontos diferentes da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins.
 Na Floresta Nacional do Jamanxim e na Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, no Pará, o fogo fez grandes estragos, devido as dificuldades para combater.
 Pior de tudo é que a maioria dos focos de incêndios é provocada pelo homem.


Polêmica para Angra 3
 O ministro Carlos Minc marcou posição contra a Comissão Nacional de Energia Nuclear – Cnen.
 Para Minc a posição do Ibama sobre Angra 3 já está tomada: sem reservatórios nos parâmetros definidos, a usina nuclear não terá a licença de operação concedida pelo órgão ambiental federal.
 Mais: a Cnen está “criando problema” ao dispensar a exigência de um novo tipo de depósito definitivo para o lixo nuclear da usina.
 A Cnen informou que vai conceder à Eletronuclear licença de construção da usina com a previsão apenas de um depósito inicial de rejeitos, nos moldes das piscinas utilizadas por Angra 2. Motivo: não cabe ao Ibama fazer exigências de segurança aos empreendedores.
 Polêmica à vista, enquanto a construção de Angra 3 sofre, há mais de 30 anos, de paralisia crônica.


Uma Guarapiranga por dia
 Com temperaturas e irradiação solar dignas de alto verão, o consumo de água na região metropolitana de São Paulo, em julho, foi o mais alto dos últimos 20 anos.
 Segundo a Sabesp, 67 mil litros de água por segundo, mais de 2 mil litros acima da média para a época, foram consumidos em julho deste ano.
 Mas duro mesmo é saber que, na Grande São Paulo, 18% da água captada é perdida por vazamentos na rede da Sabesp.
 Isso equivale a 1 bilhão de litros/dia que seriam suficientes para abastecer 3,7 milhões de pessoas.
 Uma Guarapiranga por dia jogada fora, segundo Marussia Whately, coordenadora da Campanha de Olho nos Mananciais do Instituto Socioambiental.


Era uma vez um rio
 O crescimento da mancha urbana em São Paulo, que hoje ocupa 2.209km2, foi impiedoso com rios e avança sobre as Represas Billings e Guarapiranga.
 Uma viagem pelo Tietê-Pinheiros-Billings revela o esgotamento dos recursos hídricos.
 As áreas das duas represas tornaram-se rentáveis nas mãos de grileiros: hoje 2 milhões de pessoas, pouco menos de 20% da população da capital, vivem no seu entorno.
 Os loteamentos irregulares não são os únicos responsáveis por esse quadro: 37% do esgoto gerado por 15,6 milhões de pessoas atendidas pela Sabesp, em 30 municípios, são jogados in natura nas águas do Tietê e do Pinheiros.


Má mona
 O presidente Lula não vai gostar desta estatística.
 Tudo parece que o sonho da revolução do biodiesel de mamona chegou ao fim no Piauí.
 Depois de três anos, ao colherem uma safra irrisória, os pequenos agricultores do projeto Santa Clara, localizado entre Canto do Buriti e Eliseu Martins, no Piauí, continuam sobrevivendo dos favores de cestas básicas.
 Chegaram à conclusão de que plantar mamona é um péssimo negócio.