Einstein atual

Curiosidade e conhecimento

22 de novembro de 2008

Exposição mostra como descobertas de Einstein fazem diferença até hoje

Aplicação de laser para diminuição de edema pós operatório


 


 


 


Com a explicita intenção de instigar o cientista que há em cada um de nós, especialmente na garotada do Ensino Fundamental e Médio, foi aberta, em São Paulo, a exposição EINSTEIN. A mostra apresenta de forma surpreendentemente lúdica, e conectada aos desafios de nossos tempos, as descobertas e experiência de vida deste cientista genial que viveu entre 1879 a 1955. Uma de suas frases mais conhecidas resume a essência da mostra: “A curiosidade é mais importante que o conhecimento.”  Com os incentivos da Lei Rouanet, Bradesco, IBM e EMS patrocinam o evento, cuja realização é do Instituto Sangari e do American Museum of Natural History de New York.
Aliás, o que impressiona nessa parceria entre o Instituto Sangari e o AMNH é o “mergulho” em Ciências que têm proporcionado aos brasileiros nos últimos meses – outras duas mostras de grande sucesso de público, Revolução Genômica e Darwin – Descubra o Homem e a Teoria Revolucionária que Mudou o Mundo, também foram iniciativas das duas instituições. Darwin já percorreu várias cidades e agora está em cartaz em Curitiba (PR). EINSTEIN seguirá no mesmo caminho. A programação pode ser acessada em www.einsteinbrasil.com.br.


Fácil de compreender
 O que freqüentemente parece difícil de explicar em sala de aula, como a natureza da luz, da matéria e da energia, a gravidade e seus efeitos, todos fenômenos investigados exaustivamente por Einstein, na mostra, com a ajuda da tecnologia e orientação de monitores, fica fácil de visualizar e compreender.     
Quer alguns exemplos da importância prática deste legado de Einstein para os nossos dias? Há muito de seu espírito investigativo na funcionalidade das células fotovoltaicas, componentes vitais dos painéis solares que geram energia sustentável e dão sua contribuição ao desafio do aquecimento global. O laser – da sigla em inglês para amplificação da luz por emissão estimulada de radiação -, fundamental para áreas tão distintas como a medicina e o entretenimento, foi alvo de seus estudos.
Outra tecnologia, o GPS (Sistema de Posicionamento Global), alimentado por dados que vêm diretamente de satélites que orbitam na Terra, equipamento que fornece, entre outras utilidades, a exata localização em pesquisas de campo em florestas, tem a “digital” de Einstein. Explica-se.


Os satélites têm relógios atômicos que sofrem os impactos do campo gravitacional e da velocidade próprias do espaço sideral. Para fazer os necessários “ajustes nos ponteiros” são feitos cálculos com base nas teorias da relatividade geral e restrita desenvolvidas por Einstein.


Impressionado
com Rondon

Em 1925, Einstein visitou o Brasil. Ficou restrito ao Rio de Janeiro, onde fez palestras e foi informado do trabalho realizado pelo marechal Rondon, desbravador dos rincões do País. O relato causou-lhe tal impacto que na viagem de barco de volta à Alemanha, onde ainda residia, Einstein escreveu uma carta ao Comitê Nobel recomendando Rondon ao Prêmio Nobel da Paz. Esta carta está em exibição na mostra. Vale lembrar que, em 1921, Einstein  havia conquistado o Nobel da Física.    
“A ciência é fundamental para o desenvolvimento de qualquer país, mas uma nação como a nossa, rica em biodiversidade e tradições culturais, a ciência é tudo”, enfatiza Marcelo Knobel, professor titular do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor cientifico do Instituto Sangari.
“Cada vez mais o cidadão comum vai estar diante de questões que demandam correto posicionamento, haja vista as recentes discussões sobre pesquisa com células-tronco. Sem conhecer os reais benefícios e limites da ciência, não há como avançarmos”, conclui Knobel.