A arte de vagalumeiar
24 de dezembro de 2008A linguagem do pisca-pisca
As linguagens são muitas. A linguagem do fogo, das bandeiras, dos sinais, dos gestos, dos sons e das luzes. Quando uma pessoa está dirigindo um carro e quer indicar que vai entrar à direita, ela liga o pisca-pisca para a direita. Pronto! Quem está na rua, pedestre ou automóvel, já sabe o que significa aquele sinal. Os animais também têm suas linguagens. Das mais variadas, como o homem. Por exemplo, a lanterninha do vaga-lume também tem suas funções. A vaga-lume fêmea pisca para avisar ao macho que ele pode se aproximar dela para o acasalamento. O pisca-pisca também serve para espantar os inimigos, pois toda vez que a luz pisca, produz-se uma substância tóxica no corpo do vaga-lume. Os cientistas buscam explicar melhor a função da lanterna dos vaga-lumes, que, certamente, funcionam como a forma de comunicação do pisca-pisca dos carros.
O que se sabe é que um vagalume macho sobrevoa a vegetação à procura da fêmea para o acasalamento. Enquanto voa, vai piscando num ritmo próprio de sua espécie. Lá embaixo, a fêmea da mesma espécie vagalumeia no mesmo ritmo, como que para avisar que o macho pode se aproximar.
Um inseto chega perto do vaga-lume e ele está apagado. O vaga-lume dá o bote e faz sua refeição. Mas o pisca-pisca funciona também ao contrário. Como os vaga-lumes têm toxina em seu corpo, os predadores quando vêem o pisca-pisca já sabem que eles são presas indigestas. Na verdade, segundo os cientistas, os vaga-lumes não passam de besouros. Besouros especiais por emitirem luz. E eles formam três famílias diferentes: os elaterídeos, os fengodídeos e os lampirídeos. O que os diferencia são o lugar onde ficam os órgãos luminescentes e a freqüência e também a cor da luz emitida.
Cupinzeiros luminosos
A cientista Keila Eliza Grimberg, Licenciatura em Ciências Exatas da USP – São Carlos, explica que, no Brasil, o espetáculo da bioluminescência é oferecido pelos chamados “cupinzeiros luminosos”. Estes cupinzeiros luminosos são encontrados na região amazônica e no cerrado, especialmente em Goiás. Muito comum no Parque Nacional das Emas. A concentração maior de vaga-lumes está no Cerrado e o melhor período de observação é de outubro a abril. No caso dos cupinzeiros luminosos, o fato é que a fêmea depois de fecundada, deposita os ovos no pé dos cupinzeiros. À noite, elas “acendem” suas luzes, atraindo insetos para sua alimentação.