Dia Mundial da Água
14 de fevereiro de 2009É hora de aproveitar bem o recurso que vem do céu com as chuvas
Se a água tem valor econômico, a chuva também tem que ter valor econômico. Para o engenheiro Paulo Schaefer, diretor comercial do AcquaSave, está havendo uma mudança de conceito. Schaefer acredita que aos poucos o brasileiro está entendendo que a água que cai nos telhados deve ser mais bem aproveitada antes de sumir pelos ralos. “Na década passada, falar em aproveitamento de água de chuva no Brasil era coisa só para ecologistas. Para sonhador. Hoje é uma realidade. As empresas e pessoas físicas já constroem casas e prédios pensando neste uso. O desperdício habitual precisa dar lugar ao uso inteligente da água”, afirma Schaefer.
Alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná estão adotando ou já implantaram a lei de retenção da água de chuva como medida para amenizar os impactos causados pela impermeabilização do solo urbana, que impede que a chuva se infiltre no solo ou evapore como antigamente.
O sistema Acquasave de aproveitamento de água de chuva já foi implantado em diversos complexos como o aeroporto Santos Dumont e o estádio João Havelange, Hotel Sofitel Guarujá, diversos hotéis Ibis, garantindo economia e proporcionando proteção ao meio ambiente.
Disponível para uso residencial, em condomínios, galpões e fábricas , é ambientalmente sensato, prático, econômico e fácil de instalar. As águas captadas podem ser utilizadas na higienização de bacias sanitárias, limpeza de pisos, lavagem de carros e outras atividades que não exigem água potável. Segundo estatísticas, essas ações representam cerca de 50% do consumo das águas nas cidades.
O armazenamento de água de chuva é uma forma muito eficaz de retenção, pois o que não for aproveitado é liberada para infiltração no solo reabastecendo o lençol freático.
Telhado verde
O funcionamento é, em escala menor o de um ?piscinão?, impedindo que a enxurrada chegue imediatamente nas ruas e no sistema de drenagem, que não comporta o volume excessivo. “
O aproveitamento e o manejo correto da água de chuva e a instalação de telhados verdes são passos importantes para compensar os efeitos da impermeabilização crescente nas cidades”, afirma Jack Sickermann, especialista em aproveitamento de água de chuva. Dessa forma a água de chuva guardada, infiltrada e evaporada não corre pelas ruas, não carrega lixo nem poluentes, evitando doenças e amenizando os impactos sobre as cidades. Não é por outra razão que existem diversos Projetos de Lei propondo a instalação deste mecanismo em todas as novas construções em todo o País.
Nordeste criativo Chuva enchendo cisternas
No Nordeste brasileiro, captar água da chuva para guardar em cisternas já não é novidade. Técnicos da Articulação do Semi-Árido ajudam sertanejos a captar água da chuva com a construção de reservatórios em áreas remotas do sertão. Um sistema de armazenamento de água da chuva não poluente, barato e simples, tem representado para as populações mais isoladas um verdadeiro milagre.
O sistema é utilizado em algumas cidades do Nordeste como fonte de suprimento de água. A viabilidade do uso de água da chuva é caracterizada pela diminuição na demanda de água fornecida pelas companhias de saneamento, tendo como conseqüência a diminuição dos custos com água potável e a redução do risco de enchentes em caso de chuvas fortes. No processo de coleta de água da chuva, são utilizadas áreas impermeáveis, normalmente o telhado.
É importante lembrar que a primeira chuva ou a primeira água que cai no telhado deve ser descartada, devido o grau de impureza. A água armazenada deverá ser utilizada somente para consumo não potável, como em bacias sanitárias, agricultura, em torneiras de jardim, para lavagem de veículos e para lavagem de roupas.
Segundo a engenheira Simone May, com mestrado na USP, e pesquisadora de sistemas de coleta de água da chuva, a viabilidade do sistema de coleta de água da chuva depende basicamente de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda.
O reservatório de água da chuva, por ser o componente mais dispendioso do sistema, deve ser projetado de acordo com as necessidades do usuário e com a disponibilidade pluviométrica local para dimensioná-lo corretamente, sem inviabilizar economicamente o sistema.