Lembrando Pássaros

18 de junho de 2009

Lembro de todas estas coisas e sinto uma imensa felicidade por ter, como prêmio, estas encantadoras figuras.

São pássaros que retornam e que se transportam pela saudade, iluminando meus sonhos com suas cores e sonorizando com seu cantar.


 


Mesmo não sabendo se as lembranças se adaptam ao modernismo atual, arrisco estar adequado as coisas da natureza.
Lembro do pássaro que chegou ao quintal pela porta do anoitecer e se foi antes que o sol despertasse. Dele ficou o cantar mavioso, pois não consegui desvendar suas cores. Deve estar ainda esvoaçando campos e pradarias, sentindo a liberdade a cada soprar do vento. Tomara que não esteja agrilhoado e com marcas de tirania.
Lembro do pássaro que esvoaçava na bonança do espaço após cada temporal, confundindo-se com as cores do arco-íris. Não sei onde terminou o seu caminho e sempre que chove, fico esperançoso que retorne sorvendo todas as cores do espaço. Tomara que não tenha se tornado parte do arco-íris.
Lembro do pássaro na romãzeira disputando as sementes nutritivas, entre bicados e pisoteados nos galhos arreados de tanta agitação. Não sei onde realiza seu banquete para sustento e vida. Tomara que continue sendo em alguma árvore frutífera ainda preservada sob o céu azul da liberdade.
Lembro da ave sustentada pela vitória-régia em límpidas águas, que eram ondeadas pelo vento e vagueava a planta com seu emplumado carona. Não sei em que outras águas seu lazer é  garantido. Tomara que seja entre as formas verdes da natureza e que não esteja sofrendo por ser colorido e canoro.
Lembro de todas estas coisas e sinto uma imensa felicidade por ter, como prêmio, estas encantadoras figuras. São pássaros que retornam e que se transportam pela saudade, iluminando meus sonhos com suas cores e sonorizando com seu cantar. 
Eles são tudo e muito mais. Pena que na minha insignificância não possa ser um pouco de tudo que são. Se pudesse ser, estaria ligado eternamente a eles.