Prêmio da Esperança
18 de junho de 2009Jornalistas Tânia Martins e André Pessoa recebem homenagem em São Paulo
Na foto, Eliana, da Rede de ONGs da Mata Atlântica, entrega à Tânia e ao representante de André Pessoa, Toni Nogueira, a premiação
A cada matéria publicada pelos jornalistas Tânia Martins e André Pessoa sobre a Serra Vermelha, uma exuberante floresta no Sul do Piauí, a Folha do Meio Ambiente, sente que cresce a esperança para que o futuro da floresta não seja política, com interesses meramente econômicos como quer o governo do Piauí. Com certeza, essa esperança aliada a persistência dos repórteres, os levou a ganhar o prêmio Amigo da Mata Atlântica, da Rede de ONGs da Mata Atlântica, em 22 maio, Dia da Biodiversidade, por ocasião do Viva Mata, no Ibirapuera em São Paulo. Durante o evento as mais de 300 ONGs que congregam a RMA, realizaram um protesto em defesa da Serra Vermelha, usando peruca vermelha para simbolizar a serra.
Na mesma ocasião foram anunciados os vencedores do Prêmio Motosserra, um prêmio da RMA, para denunciar responsáveis por crimes ambientais, ações e atitudes cometidas e comprovadas por pessoas com poder de decisão. Os vencedores foram à senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Indústria – CNI e o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Tânia Martins e André Pessoa iniciaram uma série de trabalho em defesa da proteção da Serra Vermelha em 2006 quando descobriram o projeto Energia Verde da JB Carbon, numa área de 114 mil hectares de Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. As denúncias se multiplicaram por 2007 até 2009. Neste período os jornalistas constataram grilagem de terras, corrupção e outros crimes. A persistência dos jornalistas, hoje premiados, e da Folha do Meio Ambiente, veículo que deu voz a André e Tânia, rendeu muitas provocações, chantagens e pressões de empresas e do governo do Estado do Piauí. Mas nem o jornal e nem os jornalistas fugiram de suas responsabilidades em denunciar um crime contra a natureza e contra a humanidade. A Serra Vermelha é uma grande chapada, no Sul do Piauí, totalmente preservada pela última floresta da região, um grande ecótono onde se encontram a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica. O lugar abriga uma das maiores biodiversidades do interior nordestino e foi considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira.