A FOTOGRAFIA COMO EDUCAÇÃO

22 de julho de 2009

As imagens falam, ensinam, gritam, educam e mostram o caminho da preservação


 


Cachoeira do Desespero no Tumucumaque, durante expedição ao Jarí


 


 


 


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ZIG KOCH


F O T Ó G R A F O


“Fotografia é instrumento de responsabilidade social e de conservação  ambiental. Somos parte de um planeta frágil e temos de tomar conta  dele”.


Ricardo Zig Koch Cavalcanti é arquiteto e urbanista. Trabalhou na profissão por quatro anos. Em 1986, optou definitivamente pela fotografia, que praticava como amador desde seus 16 anos. Desde então, percorreu os quatro cantos do Brasil, e outros continentes, fotografando para as principais revistas brasileiras. Ministra palestras e cursos sobre fotografia de natureza e educação ambiental em escolas, universidades e empresas. Em 1988, devido ao reconhecimento obtido como fotógrafo de natureza, foi personagem da campanha Bicho do Paraná, realizada pela TV Paranaense, vinculada à Rede Globo.
[email protected] –  www.zigkoch.com.br


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EMÍDIO BASTOS


F O T Ó G R A F O


Autodidata, baiano e apaixonado por fotografia, Emídio Bastos participou de algumas exposições e concursos amadores. Profissionalizou-se em 1997 como colaborador da Revista Fluir, Hardcore e da extinta Revista Expresso, especializadas em surf. Morou em várias cidades onde conheceu a cultura popular e a biodiversidade brasileira. Hoje reside em Belo Horizonte. Utiliza lentes extremas, desde wide-angle até super-telephoto para conseguir imagens de wildlife, nature, folk, industriais e esportes, temas a que se dedica e trabalha.
[email protected]


As falésias da Praia da Amendoeira em Prado, na Bahia


 


 


 


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VIRGÍNIO SANCHES


F O T Ó G R A F O


“A vida nos parques precisa ser preservada, respeitada, fotografada e estudada. Quero o Ministério do Meio Ambiente e todos os seus orgãos cuidando, sim, de nossos parques e reservas, mas para proteger das invasões destrutivas, das queimadas criminosas, dos desmatamentos ilegais. Tem que deixá-los plenos e seguros para que a natureza preservada crie e alimente vida e que essa vida seja – como sempre foi e deve ser – livremente registrada por cientistas, fotógrafos, estudiosos e cidadãos amantes do ambiente natural.”


Virgínio Sanches é conselheiro deliberativo da ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e também Assessor de Comunicação da Unimed do Brasil. É jornalista com pós-graduação empresarial e MBA em Marketing. Em 2007 e em 2008, foi eleito “Personalidade do Ano em Comunicação Empresarial Região Rio de Janeiro”.


O veado-campeiro é uma das vítimas dos desmatamentos criminosos


 


 


 


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RENATO SOARES


F O T Ó G R A F O


“Nossa sociedade acostumou-se a pensar em um índio de forma romântica e por vezes pitoresca. Acreditamos em um índio isolado e nu, com um arco em riste  pronto para atacar! Qual o nosso julgamento quando vemos este índio usando calças jeans e sandálias havaianas?  Já não é o mesmo índio que imaginamos. Esse personagem que chamamos de índio, na verdade tem um nome e também tem suas necessidades para se adaptar à nossa civilização dominadora! Muitos aprenderam a usar nossas ferramentas modernas. Nossas armas, mas também nossas máquinas  de captação de imagens. Certa feita eu conheci o jovem Kanawayuri Kamayurá. Atento às transformações de sua sociedade, este jovem empunhou uma filmadora e saiu a captar as histórias contadas pelos mais velhos. Registrou assim um universo que não temos acesso. Desta forma, Kanawayuri passou a  acelerar o processo de aprendizagem dos mais jovens, pois agora eles podem ver e ouvir esta mesma história quantas vezes forem necessárias à sua educação. É o valor da fotografia para os brancos, para os índios e para todos que querem fazer dela um produto de educação e cultura”.


Renato Soares é um documentarista e um fotógrafo dos mais premiados na divulgação da arte e cultura brasileira. Tem um acervo fotográfico riquíssimo da biodiversidade tropical. O gosto pela arqueologia e museologia fez sua aproximação com os povos indígenas. Seus trabalhos estão publicados em livros e revistas especializadas. 
http://www.renatosoares.com.br


A festa Kuarup na aldeia Yawalapiti


 


 


 


 


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IZAN PETTERLE


F O T Ó G R A F O


A cachoeira Véu de Noiva, na Chapada dos Guimarães


 


 


Izan Petterle consegue tirar de sua lente e colocar na retina das pessoas a exuberância da natureza e da alma brasileira. Suas fotografias tem cores e sabores.


“É evidente a contribuição do trabalho de inúmeros profissionais que se dedicam a fotografia ambiental para a  preservação dos ecossistemas brasileiros. Muitas reservas e parques nacionais foram criadas por iniciativas de profissionais que lutaram por isso. Exemplo: a participação do fotógrafo Mario Friedlander na criação, em 1988,do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Qualquer medida de restrição à liberdade de expressão artística é condenável. Umas das medidas que mais me causou indignação, entre as várias instruções normativas que dificultam trabalhos fotográficos em UC, é o absurdo jurídico que institui “doação obrigatória”de todo o material bruto produzido nessas ocasiões. Isso é fora de questão, a venda de imagens e reportagens é o principal negócio de quem é desse ramo. Órgãos governamentais podem e devem ser clientes de quem trabalha com fotografia documental. Nunca algoz. O que parece, é que foi imposto um confisco em cima do suor das pessoas que lutam e teimam em documentar o que resta da sofrida natureza de nosso País.”


Izan Petterle  –  Com o jornalista holandês Frans Glissenaar, Izan Petterle fez o livro Cuba de Che – 50 anos depois da revolução. Izan Petterle nasceu em Alegrete-RS, e ser tornou um dos mais importantes colaboradores da National Geographic Brasil. Recebeu três primeiros lugares do Prêmio Abril de Jornalismo 2000, 2001 e 2007, na categoria Reportagem Fotográfica.
 [email protected]


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                              LENA TRINDADE


F O T Ó G R A F A


“Nossa fotografia exalta a cultura brasileira e nesta paisagem natural existem famílias trabalhando de forma sustentável em nosso ambiente. Nós fotógrafos somos os olhos de quem parece se esconder nesta imensidão chamada Brasil.”


A jornalista Lena Trindade é especialista em culturas tradicionais, artesanato e natureza. Ela fez o aprendizado básico – preto e branco – no Senac. Mais tarde quando sentiu vontade mesmo de entrar de cabeça no tema natureza fez curso com o alemão Claus Meyer.


A beleza contrastante do Jalapão, um ecossistema muito especial em Tocantins


 


 


 


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A luminosidade e as cores das dunas, da floresta e do mar


BARONI JÚNIOR


F O T Ó G R A F O


“Fui visitar e fotografar o Parque Nacional da Tijuca. O guarda impediu, pois disse que meu equipamento era profissional. Argumentei que visitava o parque como turista. Não teve jeito, fui obrigado a me retirar. Fico triste de saber que locais tão visitados e reconhecidos pela humanidade como Maravilhas, já que o Cristo Redentor está no Parque da Tijuca, trate o fotógrafo como um infrator. Imagino o que esta postura vai trazer de prejuízo ao turismo e à imagem do Brasil no mundo. Prefiro acreditar que era mais um guarda mal informado”.


Luiz Felipe Santos Baroni Jr, 36 anos, é carioca. Engenheiro mecânico por profissão e fotógrafo por paixão. Depois de ter ganho de presente de Natal uma Kodak Xereta, não parou mais de fotografar: festinhas, passeios, férias e, enfim, a natureza. Foi na natureza que se realizou como fotógrafo. Deu mais tempo, dedicação e muita paixão para eternizar paisagen.
 http://baronijr.multiply.com/
[email protected] 


A luminosidade e beleza da Praínha, no Rio de Janeiro


 


 


 


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                               JOÃO QUENTAL


F O T Ó G R A F O


Maravilhas aladas: as aves fazem a vida mais bela


“Com relação ao papel da fotografia, vale mencionar que é possível aliar os interesses conservacionistas com a educação. Meu trabalho na Escola Parque, aqui no Rio, é ensinar os rudimentos da fotografia aos jovens e levá-los para conhecer os parques. A grande maioria dos jovens desconhece nossos parques. Um dado interessante é que quando estes jovens vão aos parques, quase sempre com suas câmeras simples, suas imagens circulam mais do que a de fotógrafos profissionais e acabam causando um forte impacto de interesse e descoberta junto ao grupo. Por isso, fico preocupado quando somos abordados por guardas, gestores, monitores que, invariavelmente, indagam se fizemos um agendamento, se mandamos um ofício, se pedimos autorização. Tirando o Bosque da Barra, até hoje sempre fomos liberados, mas a situação é sempre de constrangimento e uma certa intimidação”.


João Quental é fotógrafo e professor de literatura nos principais colégios da cidade do Rio. Gosta de dar aulas ao ar livre, com a ajuda da Associação de Amigos do Jardim Botânico, no próprio Jardim Botânico-RJ.  É uma referência cultural e ambiental.


O Parque Nacional da Lagoa do Peixe é uma extensa planície costeira, no extremo sul do Brasil, com 40km de extensão e 1,5km de largura, recortada por áreas de matas e banhados. Ali, aves de diferentes espécies dão uma pausa para alimentação.


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LUIZ CARLOS RIBENBOIM


F O T Ó G R A F O


“Comecei a observar e fotografar aves meio por acaso (se é que isso existe!) em agosto de 2006, com amigos, o casal Richard e Anita. Quando dei por mim estava no meio de saíras, guaxes, beija-flores e outras lindas aves. Naquele momento tomei consciência de que eu morava num lugar especial. Posso dizer que minha vida mudou depois que passei a ser observador de pássaros. Tenho vontade de devolver um pouco do que recebi, conscientizando as pessoas das maravilhas aladas que os cercam. Junto com alguns companheiros, dentre os quais o Bruno Rennó, jovem ornitólogo resendense, fundaram o COASF – Clube de Observadores de Aves do Sul Fluminense”.


Luiz Carlos Ribenboim é do Clube de Observadores de Aves do Rio de Janeiro e assíduo frequentador do Parque Nacional de Itatiaia. Mora em Resende-RJ. Já foi reprimido também muitas vezes pelo guarda de plantão, por não estar devidamente autorizado pela burocracia.V


Beija-flor-de-topete-verde (Stephanoxis lalandi) no Parque Nacional do Itatiaia.