Parque da Chapada dos Veadeiros lança programa para gerenciar o lixo
22 de julho de 2009Nasce no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, um projeto que já deveria ter sido implantado em todos os parques nacionais brasileiros: o gerenciamento do lixo.
O projeto Paraíso Limpo tem por objetivo melhorar o gerenciamento dos resíduos sólidos (lixo) das comunidades da área de influência do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na cidade de Alto Paraíso e no povoado de São Jorge.
Para Daniel Rios, Chefe do Parque dos Veadeiros, o primeiro objetivo a ser alcançado é na área de comportamento e da educação, pois a visitação no parque e nos demais atrativos turísticos do entorno deverão se integrar à política municipal de limpeza pública. “A educação é a principal arma para a preservação, quando se fala de cidadãos e turistas”, explica Daniel Rios. Acresce o fato de que na implementação do programa, há necessidade de construção do aterro sanitário, da coleta seletiva, da unidade de triagem e das atividades de educação ambiental.
De acordo com Miguel Von Behr, analista ambiental e autor de um livro sobre a Parque da Chapada dos Veadeiros, a próxima etapa é finalizar o diagnóstico participativo “Lixo comercial, dos serviços de saúde e domiciliar”. O estudo será apresentado à comunidade em forma de audiência pública e encaminhado à Universidade Federal de Goiás para elaboração de prognóstico e discussão com os técnicos das instituições locais. “Com o embasamento técnico, base popular-participativa e respaldo político-institucional, poderemos elaborar até final deste ano o projeto de captação dos recursos e começar a implementar o programa como um todo”, garante Behr.
O que é o lixo
Para o Aurélio, “lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem valor”. Para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, lixo são “restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar nos estados sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”. Mas quando se fala de lixo, tudo é relativo. O que é lixo para alguns, é matéria prima para outros. O que não tem nenhuma serventia para algumas pessoas, pode ser de muita serventia para outros. Enfim, a reciclagem, a compostagem e o reaproveitamento de resíduos sólidos ou líquidos pode vale dinheiro e sempre pode ter um aproveitamento comercial, industrial ou até mesmo artesanal. O fato é que a questão do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos.
No caso dos parques e reservas florestais, há duas preocupações quando à questão do lixo. Primeiro, sempre, a questão da educação dos frequentadores de trilhas e dos parques. A educação ambiental tem que ser encarada como um processo de cidadania socioambiental. Uma autogestão e de ética entre as pessoas e a natureza.
O Estado deve prover a educação, mas a sociedade tem que não só respeitar, mas também participar e ajudar a fiscalizar. O segundo aspécto diz respeito à inadequada disposição dos resíduos sólidos e líquidos das prefeituras, das empresas e indústrias. A verdade é que muitos municípios destinam seu lixo para locais a céu aberto ou em cursos de água. Aí deve entrar as políticas públicas com as questões de saneamento e destinação final de resíduos.