Cinema sobe rio São Francisco
21 de setembro de 2009Expedição cinematográfica percorre 22 comunidades pelo Velho Chico
Fotos: André Fossati
Para o coordenador do Cinema no Rio, Inácio Neves, o projeto inicia, em primeiro de outubro, sua sexta expedição, propondo a difusão da sétima arte e de sua linguagem. Explica Inácio Neves que aliado a esse objetivo de democratização do acesso às manifestações artísticas e culturais, o projeto apresenta um diferencial em sua realização, uma vez que propõe o encontro entre o próprio projeto e a população ribeirinha. “Dito de outra forma, o projeto consolida a proposta de saber mais sobre o público para qual o ele é levado, assim, o cinema torna-se o pretexto para uma grande descoberta”, acrescenta.
O projeto busca proporcionar acesso amplo e democrático da cultura por meio do cinema brasileiro e favorecer o resgate das tradições culturais locais. “Levamos o cinema a locais desprovidos de espaços de exibição, oferecendo cultura, arte e entretenimento à população com acesso restrito a esses bens. Nossa idéia é valorizar e resgatar a cultura local, através da produção de documentário em cada cidade por onde o projeto passa, e promover a revitalização dos valores e das tradições culturais locais, por meio do inventário e seleção de documentos, como fotografia, pesquisa culinária e estudo antropológico. Buscamos favorecer o intercâmbio do conhecimento de técnica e conceitos cinematográficos por meio da oficina de cultura – Imagem e Movimento – realizada em cada local”, descreve Neves.
Comunidades a serem visitadas de 1 a 27 de outubro | |
MG | São Roque de Minas, Iguatama, Paredão, São José do Buriti, Andrequicé, Beira Rio, Buritizeiro, Pirapora, Barra do Guaicuí, Ibiaí, Ponto Chique, Cachoeira da Manteiga, São Romão, São Francisco, Pedras de Maria da Cruz, Januária, Itacarambi, Mathias Cardoso e Manga |
BA | Malhada, Carinhanha e Barra do Parateca |
Para a cientista social Fernanda Oliveira, “é o encontro de histórias e imaginários, tanto para a equipe do projeto quanto para os moradores que têm impressões e curiosidades com relação à nossa presença”.
PESQUISA E REGISTROS
O projeto Cinema no Rio também assume uma outra função: pesquisa e registros. A equipe do projeto faz um levantamento das manifestações artísticas e culturais de cada comunidade visitada. São registradas as peculiaridades e expressões locais. Uma das frentes de pesquisa, formada por repórteres fotográficos, registra imagens das comunidades, seu espaço e seus moradores.
Ainda no âmbito da fotografia, outra equipe realiza um levantamento de fotos antigas pertencentes aos próprios moradores para a composição do acervo do projeto. Há também o interesse em efetuar um estudo específico da culinária típica da população ribeirinha. A pesquisa antropológica, por sua vez, tem o papel de fazer um contato inicial com a população para ouvir suas histórias. “É o encontro de histórias e imaginários, tanto para a equipe do projeto quanto para os moradores que têm impressões e curiosidades com relação à nossa presença”, avalia a cientista social Fernanda Oliveira.
A participação popular é intensa e o projeto, segundo seus organizadores, busca proporcionar acesso amplo e democrático da cultura por meio do cinema brasileiro, favorecendo o resgate das tradições culturais locais.