CIENTISTA DA PAZ

NORMAN BORLAUG *1914 + 2009

21 de setembro de 2009

O Nobel que plantou a revolução da paz

Borlaug veio pela primeira vez ao Brasil na década de 70, a convite do então ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. Ele visitou a Embrapa Cerrados com o ministro e o presidente Ernesto Geisel. Desde esta época ele passou a ter uma forte ligação com o Brasil. Tornou-se amigo pessoal de Paolinelli e do ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves. Era um grande incentivador das pesquisas da Embrapa, onde fez várias palestras e consultorias. Segundo o ex-ministro Alysson Paolinelli,  Norman Borlaug deixou a marca da competência, da solidariedade e do otimismo revolucionando a agricultura. “Borlaug foi um grande amigo do Brasil e nos orientou em várias fases da implantação da Embrapa”, lembra Paolinelli. Norman Borlaug recebeu o Prêmio Nobel da Paz por ter ajudado o Paquistão, a Índia e outros países a melhorarem suas produções de alimentos. O apelido “Pai da Revolução Verde” foi lhe dado pela utilização de cultivares com maior potencial produtivo, contribuindo com suas pesquisas para o desenvolvimento mundial. Muitos especialistas creditam a ele a revolução verde que preveniu a fome global na segunda metade do século XX e salvou cerca de 1 bilhão de vidas.


Nobel da Agricultura
Em 1986, Borlaug criou o Prêmio Global de Alimentação, também chamado de Nobel da Agricultura. O prêmio é destinado a pessoas que tenham contribuído para melhorar a quantidade, a qualidade ou a disponibilidade de alimentos no mundo. Apenas dois brasileiros ganharam este prêmio. Foi em 2006. Os vencedores foram o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, o ex-diretor técnico do Centro de Pesquisas do Embrapa, Edson Lobato.
Norman Borlaug costumava dizer que a verdadeira revolução verde foi feita pelo Brasil, mais precisamente pela Embrapa. “Tenho profunda admiração pelo trabalho do ex-ministro Alysson Paolinelli, que junto com outro cientista brasileiro, Eliseu Alves, deu força e colocou a Embrapa entre as melhores instituições de pesquisa do mundo”, afirmou Borlaug durante a entrega do Prêmio Global de Alimentação.
Também em recente entrevista a Larry Rohter, do New York Times, Borlaug voltou a citar a Embrapa: “Quando eu trabalhei na Índia, Paquistão e nos países do Oriente Próximo nos anos 60 e 70, ninguém podia imaginar que aqueles solos do cerrado brasileiro algum dia seriam produtivos. Mas a Embrapa foi capaz de montar todas as peças e fez a grande revolução verde moderna.”