Preço do desmatamento no mundo:
13 de outubro de 2009U$5 trilhões. E apenas U$10 milhões investidos na preservação
Tudo neste mundo tem preço. E vários: preço financeiro, o preço social e o preço ambiental. Tem preço para desmatar e preço para reflorestar. De acordo com estudo de Economia de Ecossistemas e Biodiversidade, o preço do desmatamento no mundo pode chegar até U$ 5 trilhões por ano. Já o valor investido na proteção da biodiversidade no mesmo período chega a U$10 bilhões. O estudo mostra que seria necessário investir, no mínimo, quatro vezes esta quantia para que houvesse uma conservação adequada dos recursos naturais em todo o planeta.
O estudo, lançado em resposta a uma proposta feita pelos ministros do grupo G8 +5 (África do Sul, Brasil, China, Índia e México), é uma iniciativa internacional formulada para desenvolver um estudo global sobre a economia da perda da biodiversidade. O objetivo é promover o avanço de ações práticas e destacar o custo da degradação de ecossistemas e os benefícios da biodiversidade, bem como divulgar informações e chamar a atenção de diferentes países sobre o tema.
Liderado pelo economista do Banco Alemão Pavan Sukhdev, o estudo conta com a participação de um comitê consultivo integrado por especialistas das áreas de ciências, política e economia. Em recente visita ao Brasil, Sukhdev ressaltou que o Estudo já está em sua segunda fase, e vem sendo promovido pelo Pnuma (Programa da ONU para o Meio Ambiente) com apoio financeiro da Comissão Européia e dos ministérios do Meio Ambiente da Alemanha e Reino Unido.
Segundo Sukhdev, a ideia é realizar o levantamento e sistematização de metodologias inovadoras para a valoração da biodiversidade e de serviços ambientais. “Para isso é feito o cálculo do valor econômico, o custo da perda da biodiversidade e o custo necessário para ampliar os esforços de conservação”, explica ele. O economista sugeriu a possibilidade de o Brasil elaborar um estudo específico sobre as características e condições do País, de forma a contemplar o valor da biodiversidade brasileira, seguindo a mesma metodologia da avaliação mundial.
Para , Maria Cecília Wey de Brito, secretária de Biodiversidade e Florestas, existe a intenção por parte do governo federal de realizar o mesmo estudo no Brasil, que seria desenvolvido pelo MMA em parceria com o IPEA. “A iniciativa é importante porque somos um país megadiverso, e não temos dado o devido valor a esse patrimônio natural. A manutenção da biodiversidade, mais do que um custo, é um benefício”, afirma Cecília. Maria Cecília explica que, em grande parte, as atividades econômicas que estão promovendo o crescimento do Brasil são baseadas nos atributos que a biodiversidade possui. “A manutenção adequada da biodiversidade possibilita o volume e qualidade das águas, os ciclos vitais necessários para a agricultura, bem como a polinização, entre outros exemplos”. O primeiro Estudo foi lançado em maio de 2008 e forneceu evidências das significantes perdas econômicas globais e locais, bem como dos impactos no bem-estar humano que podem ser atribuídos às progressivas perdas da biodiversidade e à degradação de ecossistemas. A segunda fase do estudo busca expandir o trabalho e estará completa em 2010 para ser apresentada em Nagoya (Japão), durante a COP- 10.