Gol Verde dos Jogos Olímpicos e da Copa de 2014

Olimpíadas e Copa 2014 e o Meio Ambiente

12 de outubro de 2009

Jogos Olímpicos do Rio e a Copa de 2014 vão ter que priorizar a sustentabilidade

  

Antes era o lema
“mens sana in corpore sano”
 (mente são em corpo são) hoje
o lema foi ampliado para 
“certacio sana in natura sano”
 (competição sã em meio
ambiente são)



Brasil esportivo
Com as Olimpíadas o Brasil
perde de vez o “complexo de vira-lata”


A Copa de 1958, na Suécia, foi um divisor de águas na auto-estima do brasileiro. Depois do fracasso na Copa de 50 na estréia do Maracanã, a  vitória madura e emocionante da seleção com Gilmar, Djalma Santos, Orlando, Zito, Bellini e Nilton Santos, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo levou Nelson Rodrigues a profetizar: “O Brasil perdeu seu complexo de vira-latas”. A verdade é que um grande momento do Brasil como nação começou a emergir de 58, embalado pela conquista da primeira Copa do Mundo e os anos dourados de JK: interiorização do desenvolvimento com a construção de Brasília, Cinema-novo, Bossa nova, Maria Ester Bueno, Eder Jofre, Yeda Maria Vargas e, mais tarde, vitórias do basquete, do voley, natação e tantas coisas mais. Mas parecia que ainda faltava algo para sepultar definitivamente o complexo de vira-latas. E, meio século depois, finalmente chegou: o direito de promover as Olimpíadas de 2016. A Olimpíada de 2016 já começou. Mas antes da Olimpíada, 2014 também já começou com a Copa do Mundo. Com uma grande diferença: enquanto a infraestrutura esportiva para os Jogos Olímpicos serão apenas no Rio de Janeiro, a infraestrutura da Copa será em 12 cidades brasileiras. A saber: Belo Horizonte-MG, Brasília-DF, Cuiabá-MT, Curitiba-PR, Fortaleza-CE,  Manaus-AM, Natal-RN, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São  Paulo-SP.


 


Olimpíada no Rio
As 7 promessas ambientais


O mundo pede, o Brasil exige e o Rio de janeiro quer chegar aos Jogos de 2016 como uma cidade ecologicamente correta. O plano de metas entregue ao COI promete muito. A população brasileira tem que começar a cobrar as promessas feitas. Não há cidade boa e atraente para turista se não for também boa e atraente para seus cidadãos.
Algumas promessas:


1- Plantio de 24 milhões
de árvores até 2016 para neutralizar as emissões de carbono.


2- Desativação de aterros sanitários e ampliação a coleta seletiva de lixo.


3- Despoluição da baía de Guanabara e lagoas da Barra e Jacarepaguá.


4- Política de tolerância zero ao desmatamento das encostas e dos manguezais.


5- Reaproveitamento ou reuso da água.


6- Novas construções só com estudos do solo e licenciamento ambiental;


7- Construção de um pavilhão de mudanças climáticas.


O Rio tem sete anos para inaugurar umas 30 arenas esportivas, duplicar rede hoteleira, construir estações de metrôs, melhorar aeroportos e outras coisas mais. As 12 sedes da Copa tem 5 anos para fazer tudo isto também. E o Brasil todo tem pouco tempo para treinar e produzir atletas de ponta. Mas as perguntas são várias:
Qual o legado que estes eventos deixarão para o povo brasileiro?
Qual o legado que Copa e a Olimpíada deixarão para as cidades sedes?
Qual a contribuição que tanto investimento deixará para o Meio Ambiente e para a sustentabilidade?
Como estes megaeventos ajudarão no combate à pobreza e erradicação de favelas?
Como todo este esforço brasileiro contribuirá no esforço planetário contra as Mudanças Climáticas e o combate ao aquecimento global?
As perguntas estão aí e as respostas também estão aí no bojo das tecnologias limpas já conhecidas e, sobretudo, no bojo dos compromissos assumidos pela mudança nos padrões de produção e de consumo.


Gol Verde
Os exemplos da Copa da Alemanha


Segundo técnicos em meio ambiente, por exemplo, a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, foi quando pela primeira vez se tomou cuidados com a sustentabilidade da competição. Na época, o Pnuma – Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, fez os cálculos para neutralizar 100 mil toneladas de dióxido de carbono geradas pelo sistema de transportes, construção e manutenção dos estádios da Alemanha. E, também, pela presença dos mais de 3,2 milhões de espectadores


Ingresso: estádio e transporte
A compra de ingressos para qualquer uma das partidas nos 12 estádios da Copa puderam ser usados para ter acesso gratuito ao local do jogo por meio dos transportes públicos durante 24h.  O acordo de ingressos custou cerca de 2 milhões de Euros ao Comitê de organização da Copa, mas evitou a emissão de vários gases causadores do efeito estufa ao reduzir o uso de veículos particulares.


Energia elétrica
Outras táticas, como a de economizar energia elétrica, foram centradas nas atividades dos estádios. Por exemplo, sistemas de gerenciamento de energia de última geração foram instalados no estádio de Munique para promover uma redução de 20% no consumo de energia todos os dias.


Reuso de água
Os gramados do Olympiastadion e de outros estádios foram irrigados por um sistema especial que capta a água da chuva. O reuso da água foi usado também em banheiros.


Reutilizar
Para evitar o desperdício, os organizadores apresentaram o “Copo da Copa” reutilizável. Os espectadores faziam depósito caução de um Euro pelo copo a ser utilizado e só puderam adquirir apenas um copo em cada evento.


Conscientização
Três meses antes da Copa, o comitê organizador contactou uma legião de 25 mil jornalistas que se inscreveram para cobrir o evento, explicando e orientando quantos aos aspectos ambientais.