Plano de Negócios Sustentáveis

Incentivo às RPPNs

13 de outubro de 2009

Na Mata Atlântica são aproximadamente 600 RPPNs protegendo cerca de 130 mil hectares

Só na Mata Atlântica são aproximadamente 600 RPPNs protegendo cerca de 130 mil hectares. É desta forma que espécies ameaçadas encontram proteção, como os primatas mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) e macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos), a ave formigueiro-de-cauda-ruiva (Myrmeciza ruficauda) e a espécie arbórea araucária (Araucaria angustifolia).
Pensando na preservação dessas e de milhares de outras espécies as ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy se uniram na coordenação do Programa de Incentivos às RPPNs da Mata Atlântica para apoiar projetos de Plano de Negócios Sustentáveis. O programa busca contribuir para a conservação in situ da biodiversidade da Mata Atlântica fortalecendo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) com apoio à criação e gestão de RPPNs e atividades de negócios sustentáveis nas reservas particulares do bioma. O edital para inscrições no Programa está aberto até 26 de outubro para proprietários de terra em toda a Mata Atlântica e para ONGs. O  Bradesco e a Fundação Toyota patrocinam o programa, onde um total de R$ 300 mil está destinado à criação de RPPNs e seus projetos de Planos de Negócios Sustentáveis.
 É assim que um projeto consegue aliar conservação ambiental e geração de renda, uma vez que as comunidades do entorno das RPPNs têm mais oportunidades de emprego com trabalhos voltados para a sustentabilidade local, como o turismo sustentável. Este programa de incentivos inova ao financiar projetos de elaboração de planos de negócios para a implementação de atividades econômicas sustentáveis, como produtos da Mata Atlântica (artesanatos, alimentos, bebidas e objetos a partir de recursos naturais locais), ecoturismo sustentável, centro de formação e capacitação, produtos orgânicos e agricultura sustentável.
Projetos beneficiados: 216 projetos: 56 de gestão e 159 projetos de criação, que vão resultar em 310 novas RPPNs, cerca de 20 mil hectares protegidos. É uma forma de auxiliar na consolidação dos mosaicos de UC e dos corredores de biodiversidade, tão importantes na conservação e no fortalecimento de áreas protegidas. Como é um processo competitivo, o programa leva em consideração a contribuição da área para a proteção da biodiversidade e recursos hídricos, proximidade com outra UC, relevância da área no contexto regional, beleza cênica e paisagística, presença de espécies ameaçadas e grau de ameaça da região, dentre tantos outros.
Uma vez selecionados, os projetos para criação de uma RPPN receberão até R$ 10 mil e o proponente deve ser pessoa física ou jurídica proprietária da área. Já os projetos de elaboração de Planos de Negócios Sustentáveis receberão até R$ 30 mil e o proponente deve ser pessoa jurídica.


Nova linha de apoio


O edital para inscrições no programa das
RPPNs será aberto este mês.


A coordenadora do Programa, Mariana Machado, explica: “Estamos inovando com a criação de uma nova linha de apoio uma categoria para fomentar negócios sustentáveis envolvendo reservas privadas na Mata Atlântica.


 Fortalecendo a criação e gestão de RPPNs para proteção dos recursos naturais, conservação da biodiversidade, serviços ambientais e o desenvolvimento sustentável local, as RPPNs contribuem para valorizar os negócios sustentáveis em uma determinada região.” A prioridade é para projetos de negócios inovadores e com fortalecimento institucional comunitário regional. A importância das reservas particulares para a conservação da Mata Atlântica é evidente, já que 80% dos 102.012 Km² (7,91% da área original) que restou do bioma se encontra em propriedades particulares. As RPPNs ajudam aumentando a conectividade da paisagem, fator essencial para a manutenção dos processos ecológicos e proteção de espécies a longo prazo.


O que é uma RPPN – Reservas Particulares do Patrimônio Natural são importantes para proteger o entorno de Unidades de Conservação públicas, como os parques e reservas biológicas. Essas reservas reduzem significativamente a pressão externa e contribuem para preservar várias espécies ameaçadas de extinção da Mata Atlântica. Por isso a participação dos proprietários de terra é fundamental para a proteção do patrimônio natural. O “Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica” ampliou sua área de atuação para além do Corredor da Serra do Mar e Corredor Central da Mata Atlântica, atuando também no Corredor do Nordeste, Ecorregião e Florestas com Araucárias. São áreas que fazem parte de uma estratégia de conservação utilizada para a proteção da biodiversidade em diferentes escalas, buscando sempre o manejo integrado da rede de unidades de conservação. 


Maiores informações:
www.conservacao.org e www.nature.org/brasil